Audiência Pública destaca a importância da conscientização sobre a anemia falciforme em Parnamirim

Na manhã desta segunda-feira (16/06), a Câmara Municipal de Parnamirim sediou uma audiência pública dedicada ao debate sobre a importância da conscientização a respeito da anemia falciforme. O evento, realizado no Plenário Dr. Mário Medeiros, foi proposto pelo vereador Eurico da Japão e contou com a presença de autoridades da saúde, representantes da sociedade civil e profissionais da educação.

A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária que afeta a forma dos glóbulos vermelhos, tornando-os parecidos com foices. Essa deformação dificulta a circulação do sangue e pode causar crises de dor, anemia crônica e danos a órgãos vitais. O diagnóstico precoce, geralmente feito pelo “teste do pezinho” em recém-nascidos, é fundamental para garantir acompanhamento médico adequado e qualidade de vida aos portadores.

A proposta da audiência surgiu a partir da apresentação do Projeto de Lei nº 099/2025, de autoria do vereador Eurico da Japão. A iniciativa visa instituir uma política pública municipal específica para atender pessoas com anemia falciforme, assegurando diagnóstico precoce, acesso a medicamentos e um tratamento digno e contínuo.

Durante o encontro, o vereador Eurico ressaltou o papel fundamental da audiência na promoção da informação: “É uma realização feita com muito respeito e senso de responsabilidade, com o objetivo de conscientizar os profissionais da saúde, da educação e a população em geral sobre uma condição que atinge tantas famílias”, afirmou. Ele também agradeceu ao presidente da Câmara, vereador Dr. César Maia, pelo apoio e trabalho em prol da causa.

O presidente, por sua vez, reforçou a importância do espaço público para discutir o tema: “Precisamos buscar soluções e estimular o diagnóstico precoce. Um tema como esse precisa ser debatido de forma aberta e responsável”, declarou.

A Dra. Maria Zélia Fernandes, hematologista e professora da UFRN, alertou sobre o desconhecimento da doença mesmo entre profissionais de saúde: “Apesar de ter sido identificada há mais de um século, muitos médicos ainda confundem a anemia falciforme com outros tipos. O diagnóstico, idealmente feito nas primeiras semanas de vida, é essencial”, afirmou.

Presenças e falas marcantes

Além do presidente Dr. César Maia e do propositor Eurico da Japão, a mesa contou com a presença da Dra. Brenda Martins Borges (especialista em clínica médica hematológica), da advogada Walquiria Vidal (diretora jurídica da APPAF) e da própria Dra. Maria Zélia Fernandes.

A extensão da mesa reuniu também Francisco Canindé de Moura (vice-presidente da APPAF), Ana Angélica Cabral (técnica de enfermagem do Hemonorte), Girlene da Silva Pereira (diretora da UBS Coahbinal), Edson Costa Galvão (diretor da UBS Prof. Clóvis Gonçalves dos Santos, em Emaús), Maria das Graças Ferreira (diretora da UBS João Dias Gomes), Francisca Lúcia França (psicóloga e representante da Secretaria Municipal de Educação) e Julia Ferreira (diretora técnica da Maternidade Divino Amor).

Da plateia, também contribuíram com falas importantes Nazareno Neres, o professor Hipócrates Viana (conhecido como “Professor Poquinha”) e Ingrid Samara, portadora de anemia falciforme, que compartilhou sua experiência pessoal e os desafios enfrentados no acesso ao tratamento.

Compromisso com a saúde pública

Ao final da audiência, ficou evidente o compromisso dos participantes com a formulação de políticas públicas que ampliem o acesso à informação e ao tratamento adequado para pessoas com anemia falciforme. O Projeto de Lei segue em tramitação e com previsão de aprovação ainda esta semana.