Acari recebeu mais de 6 mil pessoas no sábado (6) e tem trânsito congestionado para visitar o Açude Gargalheiras neste domingo (7)

Foto: Hugo Andrade/Inter TV Cabugi

Muita gente foi ver de perto a sangria do açude Gargalheiras, em Acari, na região do Seridó do Rio Grande do Norte, neste fim de semana. Diante do chamado “véu de noiva”, a movimentação é intensa durante todo o dia. Todos querem contemplar o momento e registrar com fotos.

O trânsito chegou a ficar congestionado na via principal da cidade. Neste domingo (7), novas imagens apontam que a estrada da comunidade que dá acesso à barragem – que tem quase 5 km de extensão – também ficou tomada por centenas de veículos.

Uma carreata com a imagem peregrina de Nossa Senhora da Guia saiu da Igreja Matriz com destino ao Gargalheiras, onde foi celebrada uma missa em ação de graças na manhã deste domingo. Em trecho que não pode mais passar veículos, os fiéis seguiram a pé em procissão.

Se no sábado (6) foram aproximadamente 6 mil visitantes, a expectativa do município é que o domingo registre um número ainda maior.

Por orientação da Polícia Rodoviária Estadual, o trânsito na região foi modificado. Apenas veículos autorizados podem acessar o trecho da estrada que fica mais próximo à barragem. Veículos de passeio só podem estacionar no campo de futebol, que fica a uma distância de 500 metros do paredão.

A recomendação da prefeitura é que os moradores de Acari e região evitem usar veículos para visitar o Gargalheiras.

A partir das 17h, também está prevista a Festa do Gargalheiras, com shows de Bruno Martins, Giullian Monte e Giannini Alencar, além da banda Feras.

g1-RN

Lei Seca autua vinte e seis condutores durante fiscalização na região agreste do RN

Cerca de 26 motoristas foram autuados pelo Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) na noite deste sábado, na cidade de Santo Antônio, na região Agreste do RN. O objetivo é coibir a condução de pessoas sob efeito de álcool.

Segundo a CPRE, A blitz foi montada na área central da cidade, sendo onze por misturar álcool e direção. Três automóveis foram removidos ao depósito. Não houve registro de acidente com vítima na região.

www.tribunadonorte.com.br

Mulher fica presa às ferragens após colisão entre dois carros na Av. Roberto Freire, em Natal

Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi

Um grave acidente foi registrado na manhã deste domingo (7) na Avenida Engenheiro Roberto Freire, na Zona Sul de Natal. A colisão entre dois carros deixou quatro pessoas feridas. As vítimas foram socorridas inicialmente pelo Corpo de Bombeiros Militar.

Na altura da Rua Walter Fernandes, um carro branco foi atingido por um veículo cinza – com três ocupantes – que seguia na via principal no sentido Ponta Negra.

O carro cinza capotou e parou no canteiro da avenida. A frente do veículo branco ficou destruída. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu romper o teto para retirar uma mulher que ficou presa às ferragens do carro cinza.

O condutor do carro cinza se negou a fazer o teste do bafômetro e, na delegacia, assinou um termo de constatação de embriaguez por apresentar sinais visíveis de ingestão alcoólica. Ele foi encaminhado para a UPA da Cidade da Esperança. As demais vítimas foram levadas ao Hospital Walfredo Gurgel.

A motorista do carro branco recebeu a ajuda de familiares e foi conduzida a um hospital privado.

g1-RN

Professor Erom disputará a prefeitura de Parnamirim pelo PT

Foto: Blog do GM

Em entrevista aos jornalistas Gilson Moura e Ranier Lira, o professor do IFRN, Erom Flávio, reafirmou sua pré-candidatura à prefeitura de Parnamirim e já deixou claro que seu principal projeto será a educação, pois a transformação das pessoas e de uma cidade só ocorrerá com uma população tendo acesso ao conhecimento que transforma.

No campo político, Erom deixou claro que não fará dessa eleição nenhum campo de guerra e sim um ambiente para exposição de ideias para implantação de grandes projetos. Na caixa preta, o pré-candidato do PT, deixou claro sua linha ideológica e disse NÃO para todos os nomes ligados a direita brasileira.

Acompanhe AQUI a entrevista na íntegra!

Um altíssimo detetive

Marcelo Alves Dias de Souza Procurador Regional da República Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL Membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

Volto hoje a um assunto polêmico: a distinção entre a “alta” e a “baixa” literatura. Houve um tempo em que essa distinção era até propagada pelos entendidos do assunto. Como registra Miklós Szabolcsi (em “Literatura universal do século XX: principais correntes”, Editora Universidade de Brasília, 1990), era comum traçar “uma linha divisória entre as duas espécies de literatura, com base em diversos pontos de vista, sejam os da sociologia da literatura ou da estética, sejam os referentes às diferenças de função”. Dizia-se que “as narrativas reiterativas, de produção fácil e compostas por módulos já prontos, que têm o poder de emocionar e horrorizar com facilidade” são características da trivialidade do texto, assim como “a possibilidade de recepção rápida, a compreensão sem dificuldades e, finalmente, determinados procedimentos ligados à difusão e à produção”. Embora estes sejam critérios incertos e discutíveis, essa “divisão da literatura ‘alta’ e ‘baixa’ ou ‘trivial’ consolida-se no final do século XIX, simultaneamente com o fato que é sua causa: a ‘alta’ literatura vai se tornando excludente, em face das dificuldades que oferece para a compreensão”.

Alguns gêneros literários, como a autoajuda, o romance romântico ou “feminino”, o faroeste e a ficção policial ou detetivesca, para muitos eram/são considerados “baixa” literatura. O valor de “alta” literatura, anota Marina Pastore (no texto “Como um clássico se torna um clássico? A fronteira entre arte e entretenimento na literatura”, publicado na revista Anagrama, em 2012), seria “reservado ao domínio dos clássicos e da ‘literatura de proposta’, expressão sugerida por Umberto Eco para designar o tipo de literatura que não atende às expectativas do leitor, mas consegue formar um público próprio e cria novas expectativas para ele”.

É exatamente através de Umberto Eco (1932-2016), pelo seu exemplo, que manifesto e justifico minha indignação a esse preconceito para com a querida literatura policial/detetivesca, barrando-a de entrar no “baile” da “alta” literatura. E também discordo de Tzvetan Todorov (em “Poética da Prosa”, Martins Fontes, 2003), quando afirma, contornando a problemática, que, “quem quiser ‘embelezar’ o romance policial, faz ‘literatura’ e não romance policial”.

Eco faz os dois – “alta” literatura e romance policial –, sem dúvida. E logo em seu romance de estreia, “O nome da rosa” (“Il nome della rosa”), de 1980.

Em “O nome da rosa”, alegadamente, Eco reproduz um manuscrito de um frade chamado Adso de Melk, que, quando jovem, teria presenciado os terríveis acontecimentos narrados no livro. O manuscrito/enredo de “O nome da rosa”, ambientado numa antiquíssima abadia beneditina, está dividido em sete dias. Seguindo a veia dos romances policiais, o enredo gira em torno das mortes de sete monges nos sete dias seguidos, em circunstâncias extraordinárias. Mortes que, a pedido do Abade, o protagonista Guilherme de Baskerville, ajudado pelo seu pupilo Adso de Melk, nos moldes de Sherlock Holmes/Dr. Watson, busca desvendar.

Mas isso tudo coincide com um encontro para solução de intricadas questões teológicas, previamente acertado para se dar na abadia, entre frades franciscanos e uma legação papal, da qual faz parte um dos grandes inquisidores da Igreja, Bernardo Gui (1261-1331). De uma erudição ímpar, cheio de citações em latim, “O nome da rosa” não é simplesmente uma história de crimes. Ele é também um maravilhoso estudo do Medievo, sobretudo da vida religiosa no século XIV e das ideologias – heréticas ou não – no seio da Igreja de então.

Ademais, “O nome da rosa” é uma estória sobre livros e sobre o poder infinito das palavras. A “rosa” do livro, palco dos acontecimentos narrados, é a grande biblioteca da abadia, na qual estariam guardadas – ou escondidas – maravilhas da escrita e da arte das iluminuras, de origem grega e latina, heréticas ou não, numa época em que, antes da invenção da imprensa por Gutenberg (1400-1468), a Igreja detinha, no Ocidente, o monopólio do saber. A biblioteca é um labirinto, infinito e cheio de desvios, como se assim fosse – de fato o é – a sabedoria da humanidade simbolizada nos livros. Aliás, sendo Eco professor de semiótica, um simbolismo especial perpassa a obra, com referências e homenagens a inúmeras figuras da literatura.

Alguém vai me dizer que “O nome da rosa” (1980) não é altíssima literatura detetivesca?

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL