O policial militar preso temporariamente, na manhã desta quarta-feira (30), é suspeito de ter efetuado um disparo de fuzil que matou a jovem Bárbara Kelly Araújo do Nascimento, 34 anos, em Natal. De acordo com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, o agente disparou em via pública sem qualquer respaldo legal ou indício de confronto armado. A vítima foi morta na comunidade Passo da Pátria, na zona leste da capital, no dia 12 deste mês.
“Foi totalmente assumindo o risco de um resultado gravoso para a população que estava ali. A ação foi inicialmente legítima – [os policiais] foram para uma situação real -, mas com o erro da circunstância que aconteceu no fato, houve esse excesso, e esse excesso é altamente punível”, afirmou o delegado Márcio Lemos, diretor da DHPP.
A ação policial, que culminou na morte de Bárbara Kelly, consistia em uma incursão realizada por quatro agentes da Polícia Militar. Segundo as investigações da DHPP, drogas foram apreendidas, mas não havia armas com os suspeitos. Com isso, foi possível concluir que não houve confronto real no momento da ação. A vítima não tinha nenhuma relação com o caso e estava em frente de casa quando foi atingida pelo disparo fatal.
Ainda de acordo com a DHPP, as investigações estão baseadas em extenso conjunto probatório, incluindo oitivas de testemunhas, laudos periciais e imagens de câmeras de vigilância, permitiram a individualização das condutas dos envolvidos. O trabalho de apuração contou com apoio da própria Polícia Militar e de outros órgãos da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed).
A investigação criminal prossegue com o objetivo de apurar outras eventuais responsabilidades. Concomitantemente, a Polícia Militar também prossegue com o Inquérito Policial Militar já instaurado, que apura a conduta dos demais policiais envolvidos na ocorrência.
A Sesed informou que reafirma seu compromisso com a transparência, legalidade e apuração rigorosa de qualquer violação aos direitos humanos, especialmente em ações que envolvam agentes públicos do Estado do Rio Grande do Norte.
Tribuna do Norte