O câmbio brasileiro enfrentou um ano de volatilidade e encerrou 2024 com uma desvalorização de 21,82% ante o dólar Ptax, taxa de referência para contratos denominados em real em bolsas de mercadorias no exterior.
O desempenho coloca o real como a moeda mais desvalorizada entre 27 economias analisadas pela consultoria Elos Ayta.
O resultado foi o pior para a divisa brasileira desde 2020 e a terceira maior desvalorização em termos nominais desde 2010. Completam o pódio os anos de 2015, durante o segundo mandato da então presidente Dilma Rousseff (-31,98%), e 2020, ápice da pandemia de Covid-19 (-22,44%).
“O desempenho do real em 2024 ilustra os desafios enfrentados pelo Brasil em um cenário global adverso e diante de incertezas domésticas. A análise das flutuações cambiais ao longo dos últimos 15 anos destaca a volatilidade inerente à economia brasileira e reforça a importância de medidas consistentes para garantir estabilidade e previsibilidade aos agentes econômicos”, avalia Einar Riverno, analista da Elos Ayta.
Outras moedas emergentes também performaram mal. Destaca-se o peso que os desdobramentos das eleições nos Estados Unidos tiveram sob o mercado de câmbio global.
Com a vitória de Donald Trump, a expectativa é de que o republicano promova políticas protecionistas que tendem a fortalecer a economia norte-americana, a inflação do país e, consequentemente, o dólar no mundo.
Porém, além dos fatores externos, destacam-se elementos domésticos por trás da desvalorização acentuada do real no ano.
Expectativa é de que novos parques eólicos entrem em operação no Rio Grande do Norte em 2025| Foto: Adriano Abreu
Com o Rio Grande do Norte sendo líder na geração de energia eólica no Brasil e perspectiva de abertura de novos parques em 2025, o segmento pode ser um dos impulsionadores do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado no ano que vem, segundo avaliações de especialistas e economistas. Além disso, o turismo aquecido com entrega de novos equipamentos e a fruticultura potiguar também são vetores de impulso do PIB potiguar, que tem projeção de crescer em cerca de 2 a 3% para 2025, segundo economistas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE.
“No RN temos um cenário de crescimento bem positivo. Os índices estão em progressão, até pelas propriedades da nossa economia, como geração de energia, petróleo, exportações, alimentos, tudo tem tido variações positivas. Enxergamos que isso aconteça no ano seguinte se não houver nenhum fator atípico. A projeção é que continuemos nessa progressão positiva”, avalia o presidente do Corecon-RN, Helder Cavalcanti. “Nosso turismo também exerce um impacto muito significativo no resultado final”, cita.
A fruticultura potiguar, cuja exportação vai principalmente para a Europa, está em crescimento | FOTO: ALEX RÉGIS/ TRIBUNA DO NORTE
Ainda segundo Helder Cavalcanti, há expectativas de que o PIB potiguar seja superior ao do Brasil. “Aqui no RN o grande fator de produção são as exportações que temos, como a energia, o processo agrícola que temos uma produção bem vista em nível internacional. Não só o RN, mas outros estados do Nordeste têm apresentado esse desenvolvimento acima da média do Brasil”, acrescenta.
Helder Cavalcanti: há chance de o PIB do RN ser maior que o do País| Foto: Magnus Nascimento
O analista de economia Rodrigo Lima, ex-professor do departamento de Políticas Públicas da UFRN, cita que o último Boletim Focus projetou para 2,02% o PIB do Brasil do ano que vem, mas cita que o do RN deverá ser acima em virtude dos investimentos na matriz eólica e fruticultura do Estado. Ele lembra ainda que o Conselho Monetário Nacional (CNM) aprovou redução de taxas de juros para a indústria eólica, incentivando investimentos na diversificação e segurança da matriz energética.
“Essas medidas vão estimular ainda mais as indústrias eólicas no RN com diminuição de taxas de juros para novos investimentos. Esse com certeza é um grande vetor, além da retomada da economia no pós-pandemia, com setor de serviços muito forte. Vemos o comércio e o emprego, além dos vetores tradicionais, como o turismo”, cita.
Projeções
O Boletim Focus publicado pelo Banco Central (BC) nesta semana aponta que o PIB do Brasil tem projeção de 2,02% ante 3,49% em 2024. O índice do IPCA está projetado para 4,84% em 2025 ante 4,91% em 2024 e a taxa Selic com projeção de 14,75% para o ano que vem. Os números podem variar a depender de uma série de fatores, como conflitos, epidemias, e mudanças políticas e econômicas.
Segundo projeções da Confederação Nacional da Indústria, o PIB do Brasil deve crescer 2,4% no ano que vem. Para 2024, a CNI subiu para 3,5% a expectativa de alta do PIB, mais do que o dobro em relação à estimativa anunciada no fim do ano passado.
Segundo a CNI, os fatores que impulsionaram o crescimento da economia em 2024 também vão influenciar o ritmo da atividade no ano que vem, embora com menos intensidade. O consumo, por exemplo, deve crescer 2,4% em 2025, quase metade do previsto para este ano. Os investimentos, por sua vez, tendem a subir 2,6%, ante os 7,3% em 2024.
Para o economista Robespierre do Ó, as perspectivas de crescimento do RN e do Brasil são “pífias”. “Acho que é um crescimento pequeno: um estado pobre como o nosso crescer 2% é nada, é crescimento vegetativo da população. É muito pequeno para uma situação que vivemos hoje, em que precisamos gerar emprego, renda e riquezas para poder dar um bem estar para a população do Estado. Quando você cresce 2% não se cresce nada. Quando você imagina que o Brasil já cresceu 15% ao ano, 10% ao ano, e hoje ficamos satisfeitos com 3%, estamos sendo pequenos”, opina.
“Os agentes do mercado rentista projetavam uma taxa muito mais baixa e o desenvolvimento do Brasil apresentou taxas muito mais significativas para o crescimento do PIB nacional, inclusive do RN. Para o ano de 2025 acredito que essas taxas devem permanecer próximas, ou seja, em média de 2,5 a 3%, se mantivermos o patamar de desenvolvimento, de crescimento que temos há algum tempo. É uma boa notícia para a economia”, opina o economista e professor da UFRN, William Eufrásio.
Fortalecer pequenos negócios e PPPs é alternativa para crescer
Entre as alternativas para alavancar a economia no âmbito do Rio Grande do Norte, segundo avaliações dos especialistas ouvidos pela TN, estão a possibilidade de Parcerias Público-Privadas e fortalecimento dos pequenos negócios, responsáveis por grande parte das contratações no mercado de trabalho.
O turismo tem impacto importante na economia do Estado e pode crescer com adoção de PPPs| FOTO: ALEX RÉGIS/ TRIBUNA DO NORTE
“Nosso turismo tem um impacto interessante no nosso resultado final e esse é um dos fatores que eu coloco: a partir do momento em que começarmos a valorizar as belezas naturais que temos, algumas medidas que o Governo está colocando em prática para buscar PPPs, podem e devem incrementar nossa economia. Temos uma Via Costeira maravilhosa que precisa ser melhor aproveitada. O turista chega e fica ilhado no hotel. Se houvesse formas de usufruir dessas belezas, isso representaria um incremento de negócios, de circulação de dinheiro e, consequentemente, de melhoria da nossa economia”, cita Helder Cavalcanti.
Para o ex-professor do Departamento de Políticas Públicas da UFRN, Rodrigo Lima, o momento é de “fortalecer as bases” e incentivar a geração de empregos formais no Estado em 2025.
“O momento é de fortalecer as bases da economia no sentido estrutural. As parcerias entre o setor público e o privado são uma alternativa, mas precisa-se de medidas para gerar empregos de forma sustentável. A metáfora que se faz é que em alguns momentos o governo comemora a alta do PIB ou as expectativas como uma família saindo de férias no seu carro e estivesse feliz com isso. O que os economistas chamam a atenção é que a gasolina desse carro pode acabar. Então é importante ter medidas que fortaleçam estruturalmente o crescimento do PIB são o caminho que o governo deveria seguir”, finaliza.
Na avaliação do economista Robespierre do Ó, o Governo do Estado precisa “fazer seu dever de casa” no tocante à parte fiscal em 2025.
“Atualmente temos um crescimento das receitas correntes pequeno e quando você olha o crescimento dos impostos e da receita do Estado, é insuficiente para cobrir a principal despesa, que é a folha de pagamento. Há necessidade de o governo fazer o dever de casa com seu ajuste fiscal, fazendo com que o que o Estado arrecada caiba dentro do que gasta, e não fazer aumento de impostos e, em seguida, fazer aumento de folha salarial. Se eu preciso de mais impostos para resolver meu problema da despesa, não posso criar mais despesa. Há uma necessidade do Governo, ALRN, Judiciário e MP sentarem e discutirem os problemas fiscais do Estado”, completa Robespierre do Ó.
Alta do dólar e inflação: cenário gera preocupação
As projeções para a inflação em 2025 registraram uma piora, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central. A piora generalizada também afeta a taxa de juros e dólar futuro para o próximo ano.
Segundo o boletim, a projeção para o IPCA, índice oficial de inflação, subiu de 4,60% para 4,84%, superando a meta do Banco Central, que é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual. Em relação à Selic (taxa básica de juros), a estimativa saltou de 14% para 14,75%. Atualmente a Selic está em 12,25%, e o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC indicou que fará ao menos dois aumentos de 1 pp no início de 2025, que levariam a taxa a 14,25%.
Na avaliação do professor do Departamento de Economia da UFRN, William Eufrásio Nunes Pereira, uma das condicionantes para a inflação no ano que vem é o regime de chuvas, que afetam o mercado de maneira geral.
“Em alguns momentos no período de entre safra se tem uma pressão inflacionária maior e no período da safra uma inflação menor, fruto exatamente da oferta maior de produtos alimentícios. A inflação vai depender muito do inverno do próximo ano. Os meteorologistas estão prevendo um inverno normal, então não vai haver nem geadas nem secas grandes. Então se o inverno for regular a pressão por parte dos bens alimentícios que normalmente é forte não será tão forte e a taxa da inflação se manterá muito próximo da meta, que é de 3,5%, então ela deve ficar algo entre 4 e 4,5%”, explica.
Com o dólar enfrentando um dos maiores índices de sua história no Brasil, o cenário para 2025 gera preocupação. Na última quinta-feira (26), a moeda fechou com R$ 6,17 após injeção de liquidez por parte do Banco Central (BC). Na semana passada, a moeda atingiu a cotação histórica de R$ 6,26.
“A médio prazo, em torno de três meses, esse cenário é um grande desafio para o Governo. Há uma mudança na gestão do BC e quem está assumindo agora tem que ter uma nova postura, mas já sinaliza nesses três meses ainda com elevação, mas eles têm algumas medidas que não foram divulgadas, mas esperamos que consiga-se controlar”, cita Helder Cavalcanti, presidente do Corecon-RN.
“O dólar é um fator preponderante no crescimento dos negócios, tanto em nível local quanto internacional. Tudo que produzimos tem um componente externo que é mensurado pelo dólar. O grande desafio para 2025 é conseguir controlar esses impactos e não ofuscar nosso desenvolvimento”, cita o economista.
Segundo os economistas ouvidos pela TN, a alta do dólar afeta custos de produção e pode ter impactos no Rio Grande do Norte e do Brasil. Um dos exemplos é o trigo, utilizado na produção de pães, bolos e outros derivados, em que o Brasil importa 70% do trigo consumido.
“O pão de cada dia do brasileiro vem do trigo, que tem custo em dólar. Se ele aumenta, o trigo aumenta e, com isso, o preço do pão aumenta. O Banco Central, quando viu a tendência de alta do dólar, era para ter feito uma intervenção e não ter deixado essa escalada chegar até onde chegou”, explica o economista Robespierre do Ó.
O Aeroporto de Natal recebeu no início da tarde da última quinta-feira (26) um voo que partiu de Porto, em Portugal, com turistas portugueses. A aeronave utilizada é um Airbus A340-330, da companhia aérea HiFly, com capacidade para 291 passageiros. O avião é incomum no terminal potiguar.
De acordo com o diretor-presidente da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur), Raoni Fernandes, o voo resgata uma antiga operação do turismo potiguar. “É o famoso charter do Porto para o Réveillon muito conhecido pelo mercado potiguar. Porém, há 17 anos não acontecia”, disse.
Então, nós temos um fato histórico, que é a retomada, principalmente, do diálogo dos investimentos em promoção na região de Porto, com o crescimento do investimento e da demanda na região de Portugal e de toda a Europa”, afirmou.
Fernandes ressaltou que o mercado potiguar está preparado para receber as dezenas de turistas. “Então, a tarefa agora é receber esses portugueses. O destino está preparado, a infraestrutura está preparada para que a gente possa repertir e não esperar mais 17 anos para ter o próximo”, acrescentou.
O voo de volta destes turistas que chegaram nesta quinta-feira ao Rio Grande do Norte está previsto para o dia 02 de janeiro. A saída está programada para às 22h20, com destino ao aeroporto de Porto. A expectativa é que novamente seja utilizado um Airbus A340-300 na operação.
A governadora Fátima Bezerra sancionou nesta sexta-feira (27), duas leis ordinárias e uma complementar no âmbito das medidas para recompor as finanças do Estado do Rio Grande do Norte, afetadas pelas leis federais 192 e 194, de 2022, e pela redução da alíquota do ICMS em 2024.
Uma delas é a Lei 12.026/2024, que reduz pela metade o Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de carros movidos a GNV – Gás Natural Veicular. A partir de 2025, a alíquota cai dos atuais 3,0% para 1,5%. A medida contempla 55 mil proprietários de veículos movidos a esse tipo de combustível no Rio Grande do Norte, dos quais 8 mil motoristas de aplicativos em Natal que utilizam o gás natural como alternativa econômica à gasolina e ao etanol.
“É um benefício importante porque o custo de operação dos motoristas de aplicativos, de 30% a 40%, está na utilização do combustível. E essa medida fomenta a utilização do GNV, que é mais barato e diminui o custo operacional. Afinal de contas, 50% de redução do IPVA é significativo e importante”, disse o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos, Evandro Henrique.
Para a presidente da Companhia Potiguar de Gás (Potigás), Marina Melo, além de emitir menos poluentes, o GNV reduz a necessidade de transporte pesado de combustíveis por rodovias, já que é distribuído por gasodutos diretamente aos postos. “É um benefício muito importante para os usuários de GNV e também para a preservação do meio ambiente.”
Em contrapartida, passa a ser cobrado IPVA dos veículos movidos a motor elétrico de forma escalonada, até atingir 1,5% em 2027. No primeiro ano da cobrança, a alíquota será de 0,5% do valor do veículo. Para um automóvel de R$ 150 mil, o IPVA será de R$ 750, equivalentes hoje ao preço de dois tanques de gasolina de um carro popular.
Essa medida, já adotada em diversos estados da federação, está em sintonia com o novo contexto do mercado automobilístico nacional e com as adequações decorrentes da Emenda Constitucional nº 132/23 (Reforma Tributária). De acordo com levantamento da Secretaria da Fazenda, a frota desse tipo de veículo no Rio Grande do Norte é hoje de pouco mais de 2 mil unidades.
A governadora também sancionou a Lei Complementar 776/2024, acrescentando mercadorias como refrigerantes, bebidas energéticas, cosméticos, entre outras, à lista de produtos como armas e munições, bebidas alcoólicas, cigarros, joias, que terão recolhimento adicional de 2% para ampliar a arrecadação destinada ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza.
O Fecop financia programas sociais como o da distribuição de leite para famílias em situação de vulnerabilidade social e de refeições a preços simbólicos nos restaurantes populares. Antes da sanção das leis federais 192 e 194, em 2022, a arrecadação mensal do Fecop era de R$ 13 milhões, valor que caiu para R$ 4 milhões em 2024.
Já a lei 12.205 faz alterações na Lei Estadual nº 5.887, de fevereiro de 1989, sobre o Imposto Sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITCD).
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A Sala do Empreendedor de São Gonçalo do Amarante foi reconhecida com o Selo Prata pelo Sebrae, colocando o município em destaque entre os que oferecem suporte e soluções de excelência para micro e pequenos empreendedores.
Essa conquista reflete o compromisso da gestão municipal em fortalecer o empreendedorismo local, promovendo crescimento e oportunidades para todos. Parabéns à equipe da Sala do Empreendedor e a todos que contribuem para o desenvolvimento econômico de São Gonçalo do Amarante.
Há 18 anos, Hilton Lopo veste o traje vermelho e branco e assume o papel do personagem mais amado do Natal para ter uma renda extra. Foto: Alex Régis
Com o período natalino, a rotina de muitos profissionais ganha um novo ritmo, impulsionada pela alta demanda por serviços personalizados, seja no comércio tradicional, de rua ou até mesmo para quem toca o próprio negócio em casa. Pode ser na personalização de presentes, produção de cestas, confecção de roupas temáticas, decoração para eventos, ensaios fotográficos temáticos e doces decorados, que despontam como alternativas lucrativas no período que tradicionalmente é marcado por uma economia aquecida. É neste período que empreendedores lucram até 30% a mais em comparação com o restante do ano.
Há 18 anos, Hilton Lopo sai do “Polo Norte”, veste o traje vermelho e branco e assume o papel do personagem mais amado do Natal no maior shopping de Natal, o Midway Mall. “Eu sou ator, sou do sindicato dos atores do Rio Grande do Norte e vivo disso. O ano inteiro eu trabalho com teatro, eventos, e agora no Natal a gente aproveita para ganhar um extra, como Papai Noel. Às vezes a gente aproveita para ter uma renda até 30% maior do que tem normalmente no ano”, explica.
A rotina intensa de dezembro é compensada pela troca de energia com as crianças, diz. “São muitas horas de trabalho, mas a energia e o carinho das crianças alimentam. A criança tem uma energia incrível, um abraço vale umas três latinhas de energético e isso faz com que a gente não esmoreça”. Para ele, mais do que uma oportunidade de aumentar os ganhos, o papel de Papai Noel é uma experiência transformadora. “Além de ser um período para ter uma renda extra, a gente acaba sendo um momento muito especial”, conta.
Sem o traje tradicional de Papai Noel, Hilton atua em peças teatrais e projetos culturais ao longo do ano. “Eu trabalho com teatro, eventos, claro que tem períodos que você intensifica mais no trabalho, tem períodos que tem pouca demanda. Graças a lei Paulo Gustavo, a lei Aldir Blanc, deu um respiro para a gente, eu conclui agora uma curta-metragem no interior, em Pendências, a gente tem projeto com teatro infantil aprovado. Por isso, mesmo a importância desse extra no Natal”, complementa.
Para a doceira Fernanda Amaral, da Doce Estilo, o Natal é um período de alta demanda, com um aumento de até 20% nos lucros, especialmente pelos biscoitos amanteigados decorados que ela personaliza com temas natalinos. “No lugar de você dar um cartão, você dar um presente de um biscoito carimbado com o desenho de Natal, uma árvore, um papai noel, uma rena, eu entendo que é um gesto de carinho, uma dando uma mostra de que você parou para pensar naquela pessoa”, diz.
Fernanda Amaral incrementa renda com biscoitos personalizados. Foto: Alex Régis
Fernanda desenvolveu um catálogo repleto de opções, que vão de pequenos biscoitos com embalagens simples a cestas elaboradas que incluem brownies e pipocas gourmet. “Nossos biscoitos acompanham uma tag com alguma mensagem, pode colocar o nome da pessoa, de quem está dando ou de quem está recebendo e tem diversas embalagens, tem várias opções, de cinco, oito, dez centímetros, depende do formato que você quer, temos até com pote de vidro porque algumas pessoas querem algo mais elaborado”, afirma.
Os clientes corporativos também são parte importante da clientela. “Os biscoitos também podem ir com a logomarca da empresa, tem essa possibilidade fazer os carimbos dos biscoitos com a logomarca ou com uma frase especial”, conta. Sem uma loja física, Fernanda organiza a produção exclusivamente por encomendas e já percebe o aumento no volume de pedidos. “Não tenho loja física. Já começaram a sair as encomendas porque já começaram as confraternizações. A gente estima um aumento de 15 a 20%, que é uma margem bem importante”.
Inspiração para novos negócios Há também quem se inspire no espírito natalino para tirar a ideia da cabeça e montar um novo negócio. Voltada para a confeitaria festiva, Érika Oliveira, sócia da Canela, viu no Natal uma excelente oportunidade para abrir o próprio empreendimento. “A época de Natal foi uma grande inspiração para a concepção e lançamento desse pequeno negócio, pelo aquecimento natural do comércio, mas muito por ser um período em que vemos nos filmes e propagandas aqueles momentos de confraternização, a árvore com muitos presentes, que é a experiência que guia a criação dos nossos produtos”, diz.
A empresa, especializada na produção de biscoitos, pães e bolos para presentear, segue o conceito de personalização com laços e cartões, apostando na experiência do cliente. “O movimento que vemos dos clientes é interessante. Muitos se presenteiam, mas outros encomendam para dar a alguém que gosta ou para o mais próximo do dia de Natal, para dividir com a família e amigos depois da ceia”, explica a empresária.
Planejamento é fundamental para ampliar oportunidades
O final de ano representa uma das épocas mais férteis para os empreendedores que sabem aproveitar o aquecimento natural da economia. Para Thales Medeiros, gerente da Agência Sebrae Natal, o planejamento adequado é fundamental para maximizar as oportunidades oferecidas por este período. “As datas comemorativas são sempre um excelente momento para qualquer negócio, mas o final de ano, em especial, traz um conjunto de fatores que tornam esse período ainda mais promissor”, afirma Thales.
Entre as estratégias mais eficazes para destacar um produto ou serviço no mercado natalino, ele destaca a crescente valorização da experiência do cliente. “Personalizar produtos, como biscoitos com nomes ou mensagens, ou até investir em embalagens diferenciadas, pode agregar um valor significativo. O que pode ser um simples presente de R$ 15 passa a ter um preço mais alto, como R$ 30, devido à forma como é apresentado”, diz Thales.
Ele explica que, além das tradicionais festas de Natal, as confraternizações de fim de ano, as trocas de presentes e até eventos específicos, como a Festa de Santana, ajudam a movimentar uma série de setores. “A renda disponível aumenta, principalmente por causa do 13º salário, e isso gera uma disposição maior dos consumidores para investir. Desde presentes até experiências de compra, como jantares e buffets, tudo se aquece”, observa.
Para Thales, a chave para o sucesso no final de ano está na disposição do empreendedor de investir e inovar, ajustando seus produtos e serviços às demandas sazonais. “Este é o momento ideal para quem já tem um negócio testar novas opções. É o caso de quem, por exemplo, costuma fazer marmitas e decide oferecer ceias natalinas, ou até de quem, trabalhando com bar, passa a montar quiosques em festas e confraternizações”, destaca.
Período é marcado pela diversidade de produtos e serviços A fotógrafa Mari Correia viu no Natal uma chance de expandir a atuação além da sua especialidade: ensaios com gestantes e bebês. Hoje, as sessões natalinas representam não só um importante incremento financeiro que chega a 30%, mas também um momento de conexão emocional com seus clientes. “É no Natal que a gente consegue fazer esse ‘plus’ na renda. As sessões natalinas vem crescendo a cada ano, as famílias vem entendendo a importância de ter o registro da sessão de Natal”, diz.
Fotógrafa Mari Correia viu no Natal uma chance de expandir a atuação além da sua especialidade: ensaios com gestantes e bebês. Foto: Divulgação
A preparação para os ensaios começa muito antes do mês de dezembro. Mari investe tempo e recursos para criar cenários. “Me programo todos os anos para viajar para São Paulo, buscar referências lá também, comprar os adornos, os acessórios porque tem mais variedade e eu gosto de fazer esse burburinho com os clientes. Em julho eu já começo a falar sobre o Natal, a preparar, mas não começo a vender, depois, em setembro, eu já abro a lista VIP, depois a pré-venda”, destaca.
Nos últimos anos, a procura de empresas também cresceu. “Recentemente, principalmente nesse ano, tem crescido bastante a procura corporativa, as empresas estão querendo fazer fotos e também fazer conteúdos de final de ano, tem crescido bastante essa procura da parte empresarial para fazer o material de final de ano desejando o ano novo, agradecendo o ano que passou, estão também usando os cenários para fazer as campanhas”.
Além das oportunidades de diversificação, Thales também enfatiza a importância do marketing digital. “Muitos empreendedores ainda não exploram ao máximo as ferramentas digitais, como o Instagram. Utilizar um post patrocinado ou criar campanhas direcionadas pode expandir o alcance, não apenas localmente, mas para outras regiões”, sugere.