Ações da Petrobras sobem com descoberta de petróleo no RN

Foto: reprodução

A segunda descoberta de petróleo pela Petrobras na Margem Equatorial brasileira, na bacia de Potiguar, anunciada na terça-feira (9), agradou o mercado financeiro, que manteve as ações da companhia em alta no pregão desta quarta-feira (10). A despeito da queda do preço do petróleo e as especulações sobre a substituição do presidente da companhia, Jean Paul Prates, que também estão se arrefecendo.

Os papéis da empresa começaram o dia valendo R$ 38,73. Por volta das 12h20, tanto as ações preferenciais como as ordinárias da companhia subiam mais de 2% na B3 e fecharam o dia por R$ 39,59 registrando uma alta de 2,22%.

Além de dar pistas sobre as possibilidades de produção nas águas ultraprofundas da bacia Potiguar, a descoberta no poço exploratório Anhangá, na costa do Rio Grande do Norte, garante maior credibilidade sobre o aumento de reservas da companhia. Somado às atividades na Margem Equatorial brasileira, a companhia adquiriu, em 2023, novos blocos na Bacia de Pelotas, no Sul do Brasil, e participações em três blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, país da costa oeste da África.

Tribuna do Norte

Terminal Pesqueiro precisa de R$ 7 milhões para operar

Depois de uma primeira tentativa de leilão deserta em 2022, o Terminal Pesqueiro Público de Natal (TPP Natal) terá uma nova chance de ser repassado à iniciativa privada para finalização das obras e início de operação. Isso porque as obras do equipamento foram interrompidas com 95% de conclusão. De acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), responsável pelo leilão, ainda são necessários aproximadamente R$ 7 milhões em investimentos para tornar o TPP Natal apto a operar. O novo edital de concessão foi publicado na segunda-feira (25) pelo MPA e inclui, ainda, os terminais pesqueiros de Aracaju (SE), Cananéia (SP) e Santos (SP).

Os vencedores da licitação poderão administrar os terminais durante 20 anos. Conforme o edital, os licitantes devem apresentar as propostas, em envelopes fechados, no dia 11 de junho, das 9h às 12h, na sede da B3 S.A. – BRASIL, BOLSA, BALCÃO, em São Paulo (SP). É permitido enviar propostas para mais de um terminal pesqueiro, desde que elas sejam apresentadas individualmente para cada um. A abertura dos envelopes com as propostas comerciais ocorrerá no dia 25 de junho.

O valor estimado de contratação, no caso do TPP Natal, é de R$ 185,2 milhões, o mais alto entre todos os terminais participantes do leilão. O critério para escolha da proposta comercial vencedora será o maior valor de outorga. Um atrativo para a participação dos licitantes é que esse valor mínimo necessário para classificar-se no leilão, será de apenas R$ 1, para cada terminal. O titular da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca do RN (Sape/RN) destaca que, além desta mudança, outras duas foram adotadas para melhorar o interesse pelo edital.

“O certame anterior previa que, em 48 horas a empresa vencedora deveria fazer uma fonte de recursos com depósito em conta da ordem de R$ 4 milhões. Agora, a empresa vai ter que provar que tem condições de viabilizar os recursos, mas sem a necessidade de depósitos em um período tão imediato. Também foram usados os valores de outros leilões para pagar os estudos de viabilidade no TPP Natal, o que permitiu, assim, a exigência de apenas um valor simbólico, de R$ 1,66, para o ressarcimento dos estudos”, explica Saldanha.

“Mas o mais importante mesmo foi o valor de outorga, que no edital anterior era por volta de R$ 400 mil. No entanto, o TCU e o próprio MPA entenderam que colocar o terminal em funcionamento era muito mais importante do que o dinheiro”, completa o secretário, ao mensurar a importância do equipamento para o setor pesqueiro do Estado. “O tamanho e o porte do TPP são duas coisas muito interessantes, porque ele pode ser também um grande beneficiador de camarão para exportação”, diz.

“No TPP há uma série de instrumentos, salas e equipamentos apropriados para montar uma indústria de benefício do crustáceo, além do próprio pescado. E hoje já falta, na Ribeiro, espaço para barcos de pesca descarregarem o pescado e carregarem com isca, combustível, além de comida para os marinheiros e pescadores. O terminal conta com um cais maravilhoso, que vai auxiliar muito essa atividade”, comentou Guilherme Saldanha.

Federações destacam potencial do TPP Natal

Walter Longo é um dos 80 palestrantes confirmados no Future-se | Foto: Divulgação

O presidente do Sindispesca-RN, Gabriel Calzavara, destaca como o TPP poderá ajudar a alavancar o setor no Rio Grande do Norte. “A excelência da carcinicultura e da pesca de atum do Brasil está no RN. Uma base como o TPP fortaleceria essa cultura em ascensão”, diz. Calzavara aponta que o equipamento tem potencial para se transformar em um complexo industrial pesqueiro do Estado.

“O terminal pode se propor a ser esse complexo, com recepção de mercadorias, de processamento e armazenagem da indústria, treinamento de pessoal, manutenção e construção de embarcações. O TPP deverá servir de base para a frota que desembarca aqui e para quem navega próximo”, afirma o presidente do Sindipesca, Sindicato que integra a Federação das Indústrias do RN (Fiern).

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern), José Vieira, também comemorou a publicação do edital. “Nossa expectativa é muito positiva com relação a essa nova possibilidade de concessão. A gente entende que o TPP é viável, com um potencial importante. A Faern vai apoiar todas as ações que forem necessárias para fomentar a atividade pesqueira no Rio Grande do Norte”, disse. Segundo o edital publicado pelo MPA, as empresas interessadas no TPP Natal deverão apresentar um valor de garantia de proposta correspondente a R$ 926,1 mil.

As empresas têm até 6 de junho para agendar visita técnica ao equipamento, mesmo prazo para apresentação de esclarecimentos e impugnação do edital. A empresa vencedora terá até o dia 8 de julho para envio ou carregamento dos documentos de habilitação. No dia 22, será divulgado o resultado da licitação, com a indicação da licitante habilitada em relação a cada TPP, abrindo-se prazo para interposição de recursos. Este prazo seguirá até 25 de julho.

De acordo com o MPA, a empresa vencedora da licitação fará os investimentos necessários no TPP Natal “para que o Terminal entre em funcionamento, de acordo com as condições e requisitos dispostos no contrato e edital do leilão”. O equipamento está situado em um terreno de 13.503 m² na Ribeira, zona Leste de Natal, com área construída de 4.819 m². A obra foi iniciada em 2009 e interrompida com 95% de conclusão, sem nunca ter entrado em operação. Guilherme Saldanha, titular da Sape, afirma que, para a conclusão, falta basicamente a instalação de maquinário, como as câmaras frias.

Números
R$ 7 milhões é o valor aproximado em investimentos para tornar o TPP Natal apto a operar

R$ 185,2 milhões é o valor estimado de contratação do TPP Natal

R$ 926,1 mil é o valor de garantia para a empresa interessada em concorrer ao edital

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Felipe Salustino
Repórter

Universidade Petrobras é reinaugurada na Bahia

 

Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, junto com os trabalhadores, no Edifício Torre Pituba, em Salvador, na Bahia

Sinônimo de qualidade em educação e capacitação profissional, a Universidade Petrobras (UP) está de volta à Bahia. A cerimônia de reinauguração aconteceu na manhã desta terça-feira, no Edifício Torre Pituba, em Salvador, onde também funcionará a sede da universidade no estado. O evento contou com a presença do presidente da companhia Jean Paul Prates, da diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, do diretor de Finanças e de Relacionamentos com Investidores, Sérgio Caetano Leite, e do gerente geral da Universidade Petrobras, Antônio Felipe Flutt, além da secretária de Educação do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro, do consultor de negócios do SENAI-CIMATEC, Miguel Andrade Filho, dos empregados do Torre Pituba, dos alunos dos cursos de formação da UP no estado e de representantes da comunidade científica, da comunidade acadêmica e do poder público.

Tradicional centro de formação da companhia, que investe fortemente na qualificação das equipes de trabalho, a Universidade Petrobras é a responsável pelos cursos de formação nas diversas áreas da empresa. A conclusão dos cursos, além de habilitar e qualificar o profissional, é um dos pré-requisitos para o trabalho dentro da Petrobras.

“A Petrobras está implementando uma série de ações com o objetivo de melhorar as condições e o ambiente de trabalho, como também o de aumentar o diálogo com seus empregados. Entre as medidas que estão sendo adotadas estão o fortalecimento da Universidade Petrobras, entidade educacional corporativa voltada para a formação e qualificação dos empregados, principalmente agora com a retomada das contratações por concursos públicos. Queremos também que a UP volte a ser um centro de referência em ensino, aprendizagem e gestão do conhecimento não só para a Petrobras, mas para a indústria de energia no país.”, celebra o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Na Bahia, a Universidade Petrobras vai ocupar dois andares do Torre Pituba, que foi reaberto em junho do ano passado. São 131 alunos previstos para o curso de Engenharia de Petróleo, a partir desta quarta-feira (27/03), com duração de 11 meses, representando um marco histórico, já que a primeira turma de Engenheiros de Petróleo do Brasil foi formada na Bahia, em 1959, pelo antigo Centro Nacional de Aperfeiçoamento e Pesquisas do Petróleo (CENAP). A eles se somam os 238 alunos nos cursos de nível técnico, que já estão em aulas com parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-CIMATEC).

Ao todo, cerca de mil técnicos recém-contratados da Petrobras começaram o programa de formação para estarem aptos a iniciar efetivamente em suas atividades dentro da companhia. A ação é uma parceria com o SENAI, envolve profissionais de todo o país aprovados no concurso mais recente e faz parte de uma investida nacional da empresa, que terá formações para equipes, além da Bahia, também nos estados do Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

“Faz parte do DNA da Petrobras ser uma empresa formadora de conhecimento, não só para suas atividades como companhia, mas de forma mais ampla, contribuindo muito para o desenvolvimento da sociedade brasileira. É uma honra e fico muito grata de estar aqui nesse momento tão importante em que estamos reconstruindo a Universidade Petrobras. Vamos precisar de bastante preparo, conhecimento, inovação e treinamento para ajudar a companhia com os novos desafios como os da transição energética”, destacou a diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti.

Vanguarda da tecnologia, a Petrobras muitas vezes teve que formar os próprios quadros de empregados, pois não encontrou a capacitação necessária no mercado. Essa trajetória da gestão do conhecimento e dos processos de aprendizagem na indústria de óleo e gás no Brasil, acontece desde antes da fundação da Petrobras. O antigo Conselho Nacional do Petróleo (CNP) tinha como uma de suas prioridades o treinamento de profissionais para a indústria. Em 1954, foi fundado o Centro Nacional de Aperfeiçoamento e Pesquisas do Petróleo (o Cenap), que era o embrião do que seria a atual Universidade Petrobras. A partir daí a Petrobras passou a centralizar as atividades de ensino e pesquisa. Deste embrião ainda surgiu o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), que é referência mundial.

“A reabertura da Universidade Petrobras na Bahia é mais um marco importante na história da Petrobras, que reafirma o nosso compromisso em fortalecer a presença no Nordeste, transformando a região em um importante polo de investimentos. Nossa competência técnica está nas pessoas e vamos valorizar a capacitação e a retenção de conhecimentos e talentos. Investir em educação continuada é investir no nosso empregado e em próximos passos seguros para a companhia”, explicou o gerente geral da Universidade Petrobras, Antonio Felipe Flutt.

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RN tem mais de 71 mil empresas endividadas, aponta Serasa

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

No Rio Grande do Norte, 71.599 empresas apareceram com pelo menos uma conta atrasada no mês de janeiro, segundo o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Pelo levantamento, o RN é o sexto em número de negócios nessa situação na região Nordeste e o nono em nível nacional.

No Nordeste, foram registrados 1.105.674 negócios com contas atrasadas, estando a Bahia (BA) com o maior número de registros (312.999) e o Piauí na ponta (43.956). Entidades que representam o setor produtivo apontam que a inadimplência afeta o desenvolvimento econômico e põe os negócios em risco.

“O aumento da inadimplência das empresas em janeiro pode ser atribuído, em grande parte, às despesas típicas de início de ano (IPVA, IPTU, reajuste de mensalidades e material escolar), refletindo um cenário sazonal onde as contas acumuladas nesse período impactaram temporariamente a capacidade de pagamento dos consumidores que, consequentemente, influenciam no caixa das companhias”, avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Tribuna do Norte

Exportação dos principais produtos da fruticultura do RN cresce 11,7%

Mesmo com a safra ainda em andamento, a fruticultura do Rio Grande do Norte já apresenta crescimento de 11,7% em valores exportados. Isso porque os principais produtos que compõem o setor (melão, melancia, mamão e manga) somam juntos, de agosto de 2023 até fevereiro último, US$ 166,2 milhões em saídas, ante US$ 148,7 milhões no mesmo período da safra anterior. O melão, que voltou a liderar a pauta das exportações no mês passado, registra US$ 102,5 milhões em vendas, o equivalente a 61,6% do montante que inclui a saída dos quatro produtos nesta temporada. Os dados são do Centro Internacional de Negócios da Fiern (CIN/Fiern) e do Sebrae.

No comparativo entre as duas safras, o melão registrou alta de 11,8% em valores vendidos, uma vez que as saídas da fruta entre agosto de 2022 e fevereiro de 2023 resultaram no montante de US$ 91,6 milhões. De acordo com o CIN/Fiern, em termos de volume, o embarque da fruta para fora do País passou de 102,4 mil toneladas na safra 2022/2023 para 137,3 mil toneladas, alta de 8,5%. Além do melão, a melancia, o mamão e a manga, nesta ordem, contribuíram de forma importante para a elevação do setor e também apresentaram crescimento.

Luiz Henrique Guedes, responsável técnico do CIN/Fiern, afirma que o cenário aponta para uma capacidade de diversificação da fruticultura no Estado. “O melão é nosso carro-chefe, mas o crescimento dos outros produtos demonstram a diversidade do setor”, afirma. A melancia, conforme levantamento feito pelo Centro Internacional de Negócios da Fiern, cresceu 4,9% em termos de valores exportados e 3,5% em volume. É o segundo item mais importante da cadeia de vendas para o exterior no âmbito da fruticultura.

A melancia passou de US$ 45,4 milhões em vendas na safra anterior para US$ 47,7 milhões na atual. Do mesmo modo, o volume do produto saiu de 73,6 mil toneladas para 76,2 mil, no comparativo entre os dois períodos. Luiz Roberto Barcelos, diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), disse que os resultados já eram esperados, de certo modo.

“Apesar da queda do dólar, o consumo de frutas vem em uma constante crescente desde que se iniciou o período pós-pandemia. A economia europeia começa a dar sinais de recuperação e, com isso, a busca por alimentos saudáveis, que costuma incluir as frutas na dieta aumenta. Ao mesmo tempo, a produção de melão e melancia daquele continente tem caído, por conta de problemas de falta d’água e também em função da mão de obra cada vez mais cara”, detalha Barcelos.

“Diante desses fatores, a Europa tem dado preferência aos nossos produtos. E, felizmente, temos plena condição de suprir essa demanda”, completa. Para Fábio Queiroga, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex), os números indicam que o setor conseguiu manter a recuperação iniciada após a crise provocada pelo coronavírus. “Estamos nos aproximando do cenário pré-pandemia. Isso é relevante, especialmente se a gente considerar fevereiro, um mês que choveu bastante [na região produtora]”, declara.

Manga tem maior crescimento percentual na safra

Apesar de contribuir com o menor valor exportado dentre os quatro principais produtos da fruticultura do RN, a manga foi o item que obteve maior crescimento percentual (54,03%), quando comparadas a safra atual à anterior. Os dados são do Boletim Balança Comercial do RN, do Sebrae, com base nas informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. Assim, as vendas do produto saíram de US$ 4,6 milhões (safra 2022/2023) para US$ 7,1 milhões nesta safra.

Já o mamão, terceiro na lista de maior participação em vendas na fruticultura do Estado, chegou a um volume de US$ 8,8 milhões na safra atual, ante US$ 6,9 milhões da anterior, aumento de 26,86%. Fábio Queiroga, do Coex, avalia, a exemplo de Luiz Henrique Guedes, do CIN/Fiern, que o cenário ressalta o potencial do Rio Grande do Norte em diversificar o setor. “Além dessas culturas, temos a banana, a produção de limão, que está chegando, e isso mostra que a vocação do Estado não é limitada ao melão”, afirma.

“Mesmo na entressafra, com a produção bem menor e tendo como principal mercado o Estado de São Paulo, a gente percebe que os europeus têm requisitado cada vez mais, também neste período, nossas frutas”, sublinha Fábio Queiroga, do Coex. Luiz Henrique Guedes, da Fiern, avalia que o bom desempenho tem a ver também com os problemas enfrentados pelas exportações brasileiras na última safra. “Ainda havia resquícios da inflação da pandemia, além da Guerra da Ucrânia, segundo o que eu costumava ouvir do setor”, diz.

“Mas a expectativa para esta safra já era muito boa”, completa Guedes. Luiz Roberto Barcelos, que está à frente da Abrafrutas, analisa que os bons números devem se manter para a próxima temporada. “Temos um cenário positivo de consumo, de competitividade, sem falar no apoio que o setor tem recebido do Governo. A gente espera a duplicação da BR-304 para poder liberar ainda mais o escoamento de mercadorias do agro por Natal e o setor está otimista, esperando crescer algo entre 5% e 10% neste ano”, afirma Barcelos.

Mais de 70% do melão e melancia saem por Fortaleza

Luiz Roberto Barcelos: bons números devem se manter – FOTO: ALEX RÉGIS/ TRIBUNA DO NORTE

O levantamento realizado pelo Centro Internacional de Negócios da Fiern indica que 98,9% dos valores correspondentes às saídas de melão e melancia produzidos no Rio Grande do Norte em 2023 (cujo valor somado de janeiro a dezembro, juntando os dois produtos, ficou em US$ 170,5 milhões) para o exterior, utilizam o transporte marítimo como modal de exportação. Deste total, 70,8% (US$ 120,7 milhões) foram escoados pelo Porto de Mucuripe, em Fortaleza (CE).

Coube ao terminal marítimo de Natal a saída de apenas 28,2%, o equivalente a US$ 48,03 milhões. O diretor institucional da Abrafrutas, Luiz Roberto Barcelos, cita que as limitações do equipamento impedem um maior fluxo de exportação pela capital potiguar. “A única empresa que está usando o Porto de Natal é a Agrícola Famosa, que contratou navios próprios para transportar as frutas. Isso porque o terminal não tem estrutura suficiente, em termos de calado e retroárea para depósito de contêineres vazios, o que acaba gerando uma limitação para uso”, explica.

A manga também é outro produto com forte saída pelo mar (99,5% das exportações de 2023). Já o mamão potiguar deixa o País, em sua maioria, pelo céu – 99,4% da fruta é escoada por via aérea. Para além da fruticultura, outros produtos, como os óleos combustíveis, se destacam entre os itens potiguares vendidos ao exterior. No primeiro bimestre deste ano, segundo o levantamento do CIN, as exportações gerais do Estado cresceram 23,3% em relação ao mesmo período de 2023.

Com isso, as vendas externas potiguares somam 137 milhões de dólares em 2024. Deduzidos os valores de óleos combustíveis — equivalentes a US$ 50 milhões, que representaram 36% do total exportado pelo Estado —, houve uma pequena queda de 0,6% na soma dos demais produtos da pauta do RN, que foram de US$ 86,9 milhões.

A suspensão da captura de algumas espécies de atum em dezembro ainda impacta as exportações de peixes, que apresentam redução de 62,6% em 2024. Melancias (-23%), tecidos de algodão (-21,4%) e sal (-16%) também apresentaram quedas importantes.

“A presença do açúcar na pauta, com US$ 16,6 milhões, ao contrário do 1º bimestre de 2023, contribuiu para manter o total em patamar apenas levemente menor que no ano passado”, descreve o responsável técnico do CIN /Fiern, Luiz Henrique Moreira Guedes.

Números da fruticultura potiguar*

2022/2023
Melão: US$ 91.645.732

Melancia: US$ 45.489.698
Mamão: US$ 6.965.599
Manga: US$ 4.641.023
Total: US$ 148.742.052

2023/2024
Melão: US$ 102.486.382

Melancia: US$ 47.733.335
Mamão: US$ 8.836.869
Manga: US$ 7.148.851
Total: US$ 166.205.437
Crescimento de 11,7%

*Dados referentes aos meses de agosto e fevereiro de cada safra
Fonte: CIN/Fiern e Sebrae-RN

  • Manga (54,03%) e mamão (26,86%) tiveram o maior crescimento percentual entre os produtos da fruticultura;
  • 98,9% dos valores correspondentes às saídas de melão e melancia produzidos no Rio Grande do Norte em 2023 saem por via marítima, dos quais 70,8% foram escoados pelo Porto de Fortaleza e 28,2% pelo Porto de Natal

Fonte: CIN/Fiern e Sebrae-RN

Deputada Natália Bonavides garante R$ 1,2 milhão para reconstrução de quiosques na Redinha

A deputada federal Natália Bonavides garantiu R$ 1 milhão e 250 mil para a reconstrução de quiosques na Praia da Redinha, na Zona Norte de Natal. A informação foi confirmada pela parlamentar em reunião realizada, nesta sexta-feira (15), com trabalhadores e trabalhadoras da Redinha.

De acordo com a deputada, os recursos chegarão através de emenda parlamentar direcionada por seu mandato.

Em paralelo, Natália afirmou que vai tratar diretamente com o Ministério das Cidades sobre a possibilidade de um convênio entre o Governo Federal e o Município para tentar viabilizar esses recursos antes do final do ano.

Entenda o caso

A prefeitura de Natal demoliu as estruturas de trabalho dos comerciantes da Praia da Redinha, alegando que elas atrapalhavam as obras do Mercado da Redinha. Com isso, as trabalhadoras e os trabalhadores foram despejados, o que vem impedindo o sustento de suas famílias.

Desde então, Natália Bonavides e o vereador da capital Daniel Valença (PT) têm intermediado a relação deles com a Prefeitura de Natal, que desde o início da reforma do mercado, retirou trabalhadoras e trabalhadores da praia.

Os trabalhadores prejudicados pela decisão da prefeitura buscaram intervenção da Justiça. Após mobilização deles, o Município apresentou, em audiência realizada na quarta-feira (13), pela primeira vez, um projeto para a reconstrução de quiosques demolidos  na orla. “A partir disso, nós nos movimentamos para assegurar que essa obra vai sair, garantindo os recursos para a construção dos quiosques”, afirmou Natália Bonavides.

O vereador Daniel Valença destacou a importância da mobilização dos comerciantes da Redinha para que a história tivesse esse desfecho.

“Quando o nosso mandato e o da deputada iniciaram os diálogos com os comerciantes da Redinha, eles estavam sem perspectivas. A prefeitura não tinha solução para a questão, iniciou as negociações oferecendo apenas R$ 8 mil para famílias que, por décadas, colocaram pão na mesa a partir da economia da praia e ainda os proibiu de trabalhar na praia, mesmo que com cadeiras e mesas alugadas. A mobilização deles junto à articulação dos nossos mandatos garantiu esse desfecho”, declarou Valença.