
Operação com 200 caças atinge alvos nucleares e militares; bolsas caíram e petróleo disparou, mas diminuiu o ímpeto da alta horas depois da ofensiva.
Israel matou os principais líderes militares do Irã, destruiu instalações nucleares e eliminou seis cientistas ligados ao programa atômico iraniano em uma operação aérea com 200 caças na madrugada desta sexta-feira (13). O ataque, que fez o petróleo disparar e as bolsas mundiais recuarem, provocou retaliação imediata do Irã, que lançou mais de 100 drones contra Israel, prometeu “punição severa” e acusou os EUA de conivência.
Confira, a seguir, tudo o que se sabe até agora sobre a ofensiva que volta a elevar tensões no Oriente Médio.
O que aconteceu?
Israel lançou uma ofensiva militar de larga escala contra o Irã, atingindo alvos estratégicos ligados ao programa nuclear e à cúpula militar do país. A operação, batizada de “Leão em Ascensão”, envolveu cerca de 200 aeronaves e atacou simultaneamente instalações nucleares, centros militares e prédios governamentais. O ataque, segundo o premiê israelense Benjamin Netanyahu, “vai continuar por quantos dias forem necessários”.
Explosões foram registradas em diversas áreas de Teerã e em Natanz, onde está uma das principais usinas de enriquecimento de urânio do Irã. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), não houve aumento de radiação, mas a entidade alertou para os riscos graves à segurança regional e internacional.
Quem foi morto nos ataques?
As mortes confirmadas incluem:
- Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC)
- Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã
- Gholamali Rashid, comandante do quartel-general Khatam-al Anbiya
Além de seis cientistas nucleares:
- Fereydoon Abbasi, ex-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã
- Mohammad Mahdi Tehranchi, vinculado ao programa de armas nucleares
- Abdulhamid Minouchehr, chefe de engenharia nuclear da Universidade Shahid Beheshti
- Ahmad Reza Zolfaghari e Amirhossein Feqhi, professores de engenharia nuclear
- Um sexto nome não identificado oficialmente
Ali Shamkhani, conselheiro do líder supremo, ficou gravemente ferido. Pelo menos 50 civis foram atingidos, segundo a imprensa iraniana, incluindo mulheres e crianças.
Quais alvos foram atingidos?
Entre os principais alvos:
- A usina nuclear de Natanz, centro do programa nuclear iraniano
- Instalações militares no noroeste do Irã
- A sede da Guarda Revolucionária em Teerã
- Áreas residenciais, segundo relatos da imprensa estatal
A AIEA confirmou que a instalação de Natanz foi atingida, mas sem vazamento de radiação. Teerã afirma que outras instalações, como Fordow e Isfahan, não foram danificadas.
Por que agora?
Israel argumenta que o Irã está a dias de conseguir produzir uma arma nuclear. Netanyahu declarou que o ataque foi necessário para impedir uma “ameaça existencial”. A operação também ocorre às vésperas da retomada das negociações nucleares entre Teerã e Washington, marcadas para domingo (16) em Omã.
Como o Irã reagiu?
O Irã lançou mais de 100 drones contra Israel em retaliação, todos interceptados segundo as Forças de Defesa de Israel. O Ministério das Relações Exteriores iraniano prometeu uma resposta total e chamou os ataques de “atos de agressão”.
O líder supremo Khamenei disse que Israel “deve esperar punição severa”. O governo iraniano também responsabilizou os EUA, afirmando que a operação “não poderia ter ocorrido sem a coordenação americana”.
Qual a posição dos EUA?
Washington nega envolvimento direto. O secretário de Estado, Marco Rubio, declarou que os EUA não participaram nem forneceram apoio, e alertou ao Irã para não atacar alvos americanos em retaliação. No entanto, diplomatas e familiares de militares foram retirados da região dias antes. Trump afirmou que o Irã “não pode ter uma bomba nuclear”.
Nesta sexta, o presidente dos EUA pediu que o Irã faça um acordo sobre seu programa nuclear, dizendo que ainda há tempo para o país evitar mais conflito com Israel.
Como o mundo está reagindo?
A comunidade internacional se mobilizou:
- ONU, OTAN, França e Reino Unido pedem contenção
- China e Turquia condenaram a operação e apelaram por diálogo
- Omã classificou o ataque como uma escalada perigosa
- Companhias aéreas suspenderam voos para o Irã e o Iraque
Qual o impacto nos mercados?
O petróleo chegou a disparar até 13% com o risco de desestabilização na região, mas a alta perdeu ímpeto. Nesta manhã, os preços operam com alta de 7%. Bolsas da Europa abriram em queda, e os futuros dos EUA recuaram. Por volta das 7h de hoje, os futuros dos índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq 100 operavam em queda de 1,21%, 1,22% e 1,50%.
Já o ETF EWZ (iShares MSCI Brazil) que representa os ADRs (recibo das ações de empresas listadas na bolsa de NY) brasileiros, caía 0,89% no pré-market da Bolsa de Nova York, a US$ 27,90 às 7h10 (horário de Brasília). Por outro lado, os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4) registravam fortes ganhos, com o salto do petróleo após o ataque.
Infomoney