Dorgival Dantas vira embaixador do turismo potiguar: “Atrair mais pessoas do mundo inteiro”

Dorgival Dantas. Foto: José Aldenir / Agora RN – Cantor potiguar fala sobre os desafios da nova função

A música tem o poder de dominar emoções. Ao colocar um fone de ouvido e dar play em uma canção, o mundo real deixa de ser importante e apenas o que se passa nos pensamentos e na batida do coração são suficientes para o fã mais apaixonado relaxar, ficar feliz e até se emocionar.

Mas nada supera a sensação de ouvir a música favorita. Aquela que arrepia desde o primeiro acorde de um violão até um solo de sanfona. Ouvir o artista preferido ao vivo, por exemplo, traz o pensamento de que o fã não precisa estar em outro lugar a não ser naquele momento. Tudo fica ainda melhor quando a canção, o ritmo tão amado e o cantor que inspira ultrapassam os limites musicais e levam a cultura para outros lugares.

Quando se fala de forró, principalmente em uma região regada de artistas que moldaram tradições permanentes até hoje, como o Nordeste, grandes nomes surgem no pensamento. Mas ao olhar para o Rio Grande do Norte, especificamente, não tem um potiguar que não se arrepie ao ouvir o solo da sanfona de Dorgival Dantas ao cantar a tão conhecida “Coração, para quem se apaixonou…”.

Para além do legado deixado pela música, com inúmeros sucessos emplacados pelo país e uma legião fiel de fãs, o cantor, natural do município de Olho d’Água dos Borges, no sertão potiguar, agora é não só um exemplo para a música regional, mas também para o turismo. Dorgival foi nomeado embaixador do turismo potiguar no início de abril, em reconhecimento pelo seu papel de promover a cultura e as belezas naturais do estado.

Em entrevista para a Revista Cultue, o artista rasga elogios às belezas do estado e diz se sentir honrado pelo convite e afirma ainda que seu papel será levar para fora o melhor que o RN tem a oferecer. “Eu, conhecendo o pouco, ou muito, do meu estado, de muitas coisas que já vi, já vivi, nosso estado é fantástico, dono de grandes riquezas, de muitas belezas, as coisas mais simples são belas demais, para tudo quanto é canto que a gente for a gente encontra aqui, coisas maravilhosas”.

E continua: “Eu acredito que sendo bem trabalhado, bem cuidado, possa atrair mais pessoas, mais gente do mundo inteiro, quem não conhece vem conhecer e quem já veio sabendo de qualquer coisa que possa ter sido melhorado, queira repetir e voltando possa dizer ‘nunca mais vou deixar de vir aqui’. Aqui é bom demais”.

Sobre sua nomeação, o cantor fala que, apesar de ser algo ainda novo e não ter tanta experiência, se sente disposto a contribuir e dedicar seu tempo nessa nova fase de embaixador, além de deixar em evidência as raízes deixadas pela cultura do sertão. “Eu não entendo bem, mas às vezes a gente bota também uma pessoa que entende muito e nem soma tanto, pode ser que eu, sem entender bem, vão me ensinando e eu vá somando. Quero dedicar uma coisa que é muito importante na minha vida, que é o meu tempo, o tempo que Deus me deu de vida e eu vou dividir para somar”, ressalta.

“No sertão tem muita música, muito forró, tem de tudo um pouquinho, e quando a gente sai do sertão e chega na capital, vai aprendendo outras coisas, tudo isso foi se fortalecendo dentro de mim. O que eu tiver realmente de cultura, de raiz, de autenticidade dentro de mim, vem do sertão e depois de migrado para capital, aprendendo para entender e poder fazer isso forte dentro de mim, para que eu possa repassar por onde eu estiver falando de minhas raízes, do meu estado, da minha cidade, da minha música, do meu forró, dessas coisas boas que a gente só tem por aqui”.

Como um sentimento inexplicável, Dorgival aponta que mesmo não sendo uma pessoa que entende de turismo, irá abraçar o aprendizado para que tenha um desenvolvimento da cultura local esperado com o que sabe fazer de melhor, a música, que faz bem para tudo e que abrange outras vertentes, como a dança.

“A música é sempre importante para mim, tão importante que às vezes quando está no silêncio não deixa de ser música. Se tem alguma coisa que a música não faz bem a mim, ainda não foi apresentada. Ela acalma, ela faz a gente se apressar ali para concluir uma coisinha mais rápido, alegra todo mundo. Se você achar que tem uma coisa nessa vida que Deus botou tão grande como a música, por favor me diga, porque eu já procurei e não achei. E sei que tudo é importante, mas a música, para mim, tem uma grandeza que só Deus poderia ter criado”, assegura.

www.agorarn.com.br – Luana Costa