Dia: 13 de outubro de 2023
Prefeitura de São Gonçalo do Amarante investe em educação com a construção da Escola 1° de Maio em Jardim Lola
A cidade de São Gonçalo do Amarante está em pleno desenvolvimento, investindo em melhorias na área de educação e infraestrutura. Duas obras em andamento, a Escola 1° de Maio, localizada no bairro de Jardim Lola, e a ampliação da rotatória e acesso entre os bairros Golandim e Novo Santo Antônio, estão se destacando como símbolos do compromisso da administração municipal com o progresso da comunidade.
A Escola 1° de Maio contará com seis salas de aula, dois laboratórios, uma sala de leitura, uma sala de repouso, blocos de banheiros acessíveis, almoxarifado, sala dos professores, diretoria, refeitório, cozinha e um amplo pátio de recreação.
O prefeito Eraldo, ao destacar a importância da nova escola, afirmou: “Investir na educação é investir no futuro de São Gonçalo do Amarante. A Escola 1° de Maio representa um marco em nosso compromisso com a qualidade da educação pública. Estamos oferecendo às crianças e jovens do nosso município um espaço moderno e equipado, onde poderão aprender, crescer e se desenvolver. Esta escola é uma prova tangível do nosso compromisso com o progresso da cidade e com o bem-estar de nossa comunidade.”
Além da Escola 1° de Maio, a ampliação da rotatória e acesso entre os bairros Golandim e Novo Santo Antônio também representa um passo importante na melhoria da infraestrutura viária do município. A obra inclui drenagem, 1 km de pavimentação asfáltica e calçada, 600 metros de proteção metálica e uma passagem molhada com bueiro metálico de 3,4 metros de diâmetro. A obra contribuirá para a mobilidade urbana e a segurança no trânsito, tornando mais eficiente o deslocamento dos cidadãos da região.
“São Gonçalo do Amarante segue comprometida em construir um futuro melhor para seus moradores, e as obras em andamento são um esforço contínuo da nossa gestão em atender às necessidades das comunidade, garantindo educação de qualidade e melhorias na infraestrutura urbana”, enfatizou Eraldo.
O que de humano resta em nós?
Quando fiz 50 anos, resolvi me dar um presente especial. Contratei uma professora de literatura, em Belo Horizonte, e pedi a ela para fazer uma pesquisa nos sebos da cidade anotando todos os livros de poesia que encontrasse. Ela catalogou mais de 600 títulos e eu escolhi 500 para mim.
A festa foi um espetáculo, o pessoal do Museu da Língua Portuguesa fez uma tenda enorme na qual o mote era a poesia. Logo na entrada, o convidado tinha a oportunidade de assoprar em um cano do qual saiam palavras, como que por encanto, formando poemas nas paredes. Uma magia pura com direito a muita declamação.
A poesia tem me acompanhado e, nestes tempos estranhos de mísseis, de dor, de ataques indiscriminados a civis e de balas perdidas e erradas, de certa forma, ela é um dique para não transbordarmos. Ou uma pá para recolher os nossos escombros. Durante a pandemia, na solidão e na angústia do isolamento, resolvi recitar poesias todo final de tarde. Criei uma brincadeira lúdica: poesia ao cair da tarde. Comecei mandando para umas 10 pessoas. Gravei todos os dias, durante mais de 2 anos, e acabei mandando para mais de 1.000 pessoas diariamente. Faz um bem danado saber que eu tenho a poesia como companheira.
Essa guerra estúpida, entre Israel e Palestina, mexeu com todos nós. Na verdade, o mundo faz de conta que não vê as mortes diárias na grande e monstruosa prisão a céu aberto que virou a Faixa de Gaza. As vidas minguando sem acesso à energia, à água potável, à saúde e à comida.
Quem anda pelas ruas das grandes cidades brasileiras já se acostumou com os 260 mil brasileiros sem teto, sem abrigo e sem esperança. Fora as 33 milhões de pessoas que passam fome no país. O centro de São Paulo, à noite, é de cortar o coração. É impossível fingir que é normal e que essa guerra, também a céu aberto, está dominando o Brasil. A indiferença mata. E somos todos, de alguma maneira, responsáveis por essa tragédia humana.
Para suportar a morte diária do que de humano ainda sobra em cada um de nós, é preciso ter, cada um à sua maneira, nossos escapes, nossas fugas e nossos delírios. Nessa semana, em Lisboa, uma surpresa me fez sair desse imobilismo acachapante. Um amigo querido, que tem um apartamento com vista para a Sé e para o Tejo, resolveu inaugurar uma biblioteca luso-brasileira com direito a placa tendo meu nome. Uma biblioteca criada em minha homenagem é uma maneira de respirar e de resistir. A primeira edição do “Livro do Desassossego” está lá, olhando para mim.
“Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.”
–Fernando Pessoa
E é nessa viagem poética que eu me seguro e me amparo. Por alguns momentos, entre recitações, música e vinho, a guerra deixa de existir para os poetas. Todos sabemos que, lá fora, a morte e a fome continuam a vencer, mas a fuga faz o tempo dar uma parada. É como se gravássemos ao nosso redor um círculo imaginário de giz.
A nos esconder, a nos proteger e a nos agasalhar. Uma covardia, eu sei. Mas uma densa nuvem fecha os nossos olhos e nos cega. Como se, ao longe, a poesia nos pegasse pelas mãos e nos fizesse dançar uma valsa imaginária. E, como bailarinos trôpegos, nós criássemos um mundo só nosso de paz e harmonia.
A poesia serve, também, para que nós não sucumbamos definitivamente. Podem ser falsos esses momentos, mas sem eles seria ainda mais difícil viver. De mãos dadas com a poesia, a gente segue tentando não enlouquecer de vez.
“O esquecimento do extermínio faz parte do extermínio.”
–Jean-Luc Godard
Fonte: poder 360