Polícia investiga se mulher presa por enviar bombons envenenados forjou agressão do ex-namorado contra ela

Print de conversa de Susane para Lindaci — Foto: Reprodução/TV Globo

A Delegacia de Polícia de Vila Isabel (20ª DP) está investigando se Susane Martins da Silva, presa por suspeita de mandar os bombons envenenados que mataram Lindaci Viegas Batista de Carvalho, forjou provas contra o ex-companheiro, que terminou preso enquadrado na Lei Maria da Penha.

De acordo com informações da Polícia Civil, Lindaci e Susane namoraram Mário Sérgio Gratital em momentos diferentes. Inclusive, o ciúme que Susane tinha da relação de Mário com a ex-namorada pode ter motivado o crime contra Lindaci.

Após Mário deixar a cadeia, Susane reatou com o ex-namorado. Contudo, o relacionamento foi novamente interrompido por uma nova prisão, com base em provas suspeitas, segundo o irmão de Mário Sérgio. Dessa vez, segundo testemunhas, Susane teria entrado em uma rede social de Mário e enviado mensagens para o perfil dela mesma com ameaças.

Essas ameaças foram apresentadas à Justiça, que determinou a nova prisão de Mário, por supostamente ter descumprido uma medida protetiva, que impedia o contato entre eles.

Polícia prende mulher acusada de enviar bombons envenenados para Lindaci Carvalho

O delegado Fábio Souza, titular da 20ª DP, confirmou ao Bom Dia RJ que o caso será investigado.

“Alguns dias antes, o irmão do Mário Sérgio veio na unidade fazer um registro. Ele alega que Mário foi preso por falsas mensagens de Susane. Ela usou o Facebook dele para mandar mensagem para ela com ameaças. Ela levou essas mensagens para o judiciário e por isso ele foi preso”, explicou o delegado.

Durante as investigações sobre a morte de Lindaci, o irmão de Mário Sérgio, Abilio Gravital, prestou depoimento na 20ª DP e relembrou os dois relacionamentos do irmão.

Segundo Abilio, Mário namorou Lindaci por quatro anos. Em seguida, o irmão deu início ao relacionamento com Susane. De acordo com o relato, o namoro dos dois sempre foi conturbado e que, em novembro de 2022, Susane teria visto uma troca de mensagens de Mário com Lindaci. Desde então, ela passou a ameaçar Lindaci.

Abílio contou também que o irmão não agrediu a ex-cunhada, que ele classificou como “uma pessoa passional e descontrolada”.

Susane queria o endereço da vítima

Ainda de acordo com os depoimentos de testemunhas e as investigações em andamento, depois de reatar com Mário, Susane tentou por algumas vezes descobrir o endereço de Lindaci.

Lindaci Viegas Batista de Carvalho e Susane Martins da Silva — Foto: Reprodução

O delegado Fábio Souza contou ao Bom Dia Rio que Susane “queria reatar o relacionamento e se casar” com Mario Sergio. “Ele falou que não ia reatar, não casaria, e ela acreditava que o motivo de isso não acontecer seria um relacionamento que ele teria com a Lindaci”, detalhou. “Por esse motivo que ela decidiu matá-la”, afirmou o delegado.

Relembre o caso

Lindaci morreu depois de comer os bombons que ganhou junto com um buquê de flores, no dia do aniversário, no último sábado (20). Lenice Batista, irmã de Lindaci, afirmou que um perito do Instituto Médico-Legal indicou, informalmente, a presença de chumbinho no corpo da vítima.

Segundo a família, Lindaci vinha recebendo ameaças nas redes sociais. No último sábado, ela atendeu uma ligação em que um motoboy avisava que havia uma entrega para ela. Desconfiada, pediu para deixar o pacote na loja do atual namorado, em Vila Isabel.

Lindaci retirou os bombons e seguiu para um salão de beleza. Lá, a mulher passou a ligar para parentes e amigos para descobrir quem havia enviado o presente, pois o embrulho não tinha remetente. Ela chegou a comentar com as pessoas no local que estava com medo de comer os chocolates “porque eles poderiam estar envenenados”.

Ao fazer contato com o ex-marido, Lindaci ouviu que ele havia enviado os chocolates. A notícia tranquilizou a mulher, que resolveu comê-los.

Lindaci Viegas, de 54 anos, morreu após comer bombom envenenado — Foto: Reprodução/TV Globo
Lindaci Viegas, de 54 anos, morreu após comer bombom envenenado — Foto: Reprodução/TV Globo

Ao sair do salão, Lindaci passou mal na rua. De acordo com a irmã, ela entortava os braços e revirava os olhos. A cuidadora foi socorrida por policiais militares e levada para o Hospital do Andaraí, aonde já chegou morta.

Prefeitura segue investindo em segurança para a população

A Prefeitura de São Gonçalo informa que está investindo cada vez mais na segurança do município, reafirmando seu compromisso de fortalecer a Guarda Municipal.

Entre as ações recentes, estão: reajuste de 50% no auxílio alimentação da Guarda Municipal; entrega de novos fardamentos e equipamentos; promoção do comandante e subcomandante da Guarda Municipal, ambos oriundos de quadro efetivo da Guarda, e busca pela instalação das Rondas Maria da Penha e Ronda Escolar.

Prefeitura de São Gonçalo do Amarante

Natal terá drive-thrus para descarte de resíduos eletroeletrônicos durante Semana do Meio Ambiente

Imagem ilustrativa/Reprodução
No mês de junho, durante a Semana do Meio Ambiente 2023, Natal terá dois pontos para descarte de resíduos eletroeletrônicos. A ação intitulada o “Drive-thru do Lixo Eletrônico” é uma iniciativa da Prefeitura do Natal, que visa recolher equipamentos que não têm mais utilidade para população e evitar que sejam descartados incorretamente.
A população poderá entregar eletroeletrônicos de uso doméstico de pequeno e médio porte como computadores, impressoras, telefones, carregadores, e eletrodomésticos sem sair do carro. Basta levá-los aos locais onde os eventos acontecem.
Os pontos de coleta vão funcionar em dias e locais distintos. Na quinta-feira (1/06), o drive-thru será no estacionamento do Partage Norte Shopping, na zona Norte, das 9h às 12h. E na segunda-feira (5), no estacionamento do CCAB-SUL, em Capim Macio, também das 9h às 12h.
Os resíduos eletrônicos possuem diferentes materiais, como plásticos, metais, vidros e outros, que podem ser desmontados, reciclados e usado como matéria-prima para fabricação de novos produtos, contribuindo para a redução da extração de recursos da natureza.
A campanha na Semana do Meio Ambiente ocorre por meio de uma parceria entre a secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Urbana e a Natal Reciclagem. E o apoio da secretaria de Mobilidade (STTU), Comando de Polícia Rodoviária Estadual (CPRE), Partage Norte Shopping e CCAB Sul.
Pontos fixos
A Prefeitura do Natal também já disponibiliza coletores em alguns locais da cidade, durante o ano todo, para que a população faça o descarte correto do resíduo eletrônico também em pontos fixos. São eles:
Shopping Midway Mall, Câmara Dos Vereadores De Natal, Procuradoria Do Municipio Do Natal, Shopping 10, Semtas, Rede Mais Planalto, Loja Natal Original, Partage Norte Shopping, Semurb, UNI RN, IFRN Campus Central CCAB Sul, Praia Shopping e Parque Da Cidade
Confira a programação completa da Semana do Meio Ambiente clicando AQUI!

‘Sonho em ser prefeito. Mas a decisão é do líder’, diz Wolney França

O presidente da Câmara Municipal de Parnamirim, Wolney França, assumiu o comando da Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte e é cotado para disputar a Prefeitura da cidade.

Wolney França , presidente da FECAM/RN – Foto: Adriano Abreu
Confira a entrevista:
Como é que o senhor avalia esses primeiros meses da gestão do presidente Lula? 
Eu avalio que é uma gestão que ainda está em fase de estruturação, tem a votação no Congresso Nacional sobre a criação de alguns ministérios, então é natural que depois desses ministérios, que ainda não funcionem, a máquina passe a funcionar de forma harmoniosa. Então, eu entendo que é um governo que ainda não entregou a expectativa criada pela população e eu acredito que seja justamente por ter feito mudanças abandonadas, mas realmente é preciso não só acelerar o comportamento e a estrutura dos ministérios, mas também tem que acelerar esse contato político com o Congresso Nacional. É importante também essa harmonia com o Congresso.
O senhor foi chefe de gabinete do prefeito Taveira por três anos e quatro meses (2017-2020), quando saiu pra se candidatar a vereador, qual é a sua visão sobre a máquina pública hoje da prefeitura de Parnamirim?
Parnamirim é um município que só cresce hoje e em alguns já ultrapassamos a arrecadação própria de Mossoró, não é apenas transferência mensal de ICMS ou de FPM, porque a gente tem um número de habitantes menor. Então, as transferências do Estado e da União ainda são maiores porque são calculadas por número de habitantes. Mas a arrecadação própria IPTU e ISS em algumas ocasiões já ultrapassamos Mossoró. E eu acho a grande expectativa de todos nós políticos, e acho que isso é um problema comum, é a celeridade da celeridade da entrega, Isso é uma preocupação do prefeito Taveira, dos secretários e também da Câmara de desburocratizar ajustar a máquina, que não é um problema só de Parnamirim, acho que é um problema geral e de todos os gestores hoje.
O senhor acha que há necessidade de ajustes de secretarias, visitou ou adequando outras?
Eu confio no trabalho do prefeito Taveira e acho que ele é que e pode responder a essa pergunta.
Mas no papel de fiscal, como vereador, qual a sua visão?
A acompanha o dia a dia da Prefeitura, mas quando a gente fala de substituição do secretário, aí termina sendo uma competência mais própria do executivo. E a gente tem vamos dizer assim, respeitando, confiando que o prefeito teja sensível a possíveis modificações. A gente respeita a decisão do prefeito.
E provavelmente o senhor acha que tem correspondência aos parnamirinenses?
É uma gestão que foi reeleita, é um governo que teve dificuldades como qualquer outro governo, mas foi um governo que assumiu uma máquina, precisando de ajuste e também passou por uma pandemia, então considerando esses cenários, necessidade de ajuste de máquina e considerando o cenário da pandemia, é um governo que a meu ver atende a população, porque foi a própria população que reconduziu o prefeito.
E em relação ao seu mandato, tem correspondido as expectativas dos consumidores?
Eu tenho essa preocupação, mas prefiro que essa pergunta seja respondida pelos compradores, mas da parte da Câmara a gente realmente chega cedo, sai tarde, procura cumprir o planejamento pra que a gente possa ser um bom vereador, um bom presidente ouvindo as pessoas.
O senhor sonha em ser candidato a prefeito de Parnamirim, até porque o prefeito agora não vai para a reeleição?
Todos nós que estamos na carreira pública sonhamos em um dia administrar a cidade, mas a gente entende que é cedo a antecipação do processo da eleição, porque acho que isso dificulta o trâmite e projetos, o trâmite burocrático e administrativo e eu acho que a população hoje deseja mesmo é que a gente possa cumprir com nosso papel de vereador e presidente da Câmara. Logicamente que eu sou do grupo do prefeito, logicamente que eu sou próximo ao prefeito e gente tem uma expectativa, mas eu prefiro que essa decisão parta do nosso líder político, que é o prefeito Rosando Taveira. A gente torce que esse nome a ser escolhido venha de uma decisão política de Taveira sobre quem é o melhor nome pra sucedê-lo. Lógico que por ser próximo ao prefeito Taveira, existe uma expectativa na cidade que esse nome pode ser Wolney França.
O senhor defende, então, que esse nome que para indicado por Taveira sai unido para campanha eleitoral?
Exatamente. Eu defendo a união do grupo. E me sinto preparado por ter sido da administração. Fui diretor geral da Câmara de Parnamirim, presidente eleito, e reeleito. Então o nosso nome termina unido o conceito, que é advogado especialista em gestão pública, especialista em Direito Constitucional com a experiência pelo fato de ter sico secretário municipal e presidente de Câmara, a gente une o Executivo e Legislativo, mas prefiro antes de dizer que sou pré-candidato, aguarde a decisão do prefeito de Parnamirim.
Fala-se que a base política do prefeito tem perto de uma dezena de pré-candidatos, como unir essa base num projeto eleitoral viável?
A gente aguarda a decisão do prefeito. Eu defendo a união.
Caso não saia candidato a prefeito, o senho desiste da reeleição, é que se tem comentado?
Se não for indicado por Taveira, a gente vai disputar a releição do mandado de vereador, é até difícil responder a essa pergunta, porque existe um condicionante da outra. 
Que avaliação o senhor faz do governo Fátima Bezerra (PT)?
Eu acho administração regular e um governo ainda um pouco distante de Parnamirim desde o primeiro mandato. Mas a gente acredita que com a eleição de Taveira Júnior como deputado estadual do Rio Grande do Norte, mas com base eleitoral em Parnamirim, e com a nossa chegada na Fecam, a gente pode se conectar melhor com o governo em benefício da população de Parnamirim . Acho que Parnamirim como terceiro maior município do Estado, poderia ter um olhar mais diferente. 
Por Tribuna do Norte

O julgamento do juiz

Marcelo Alves Dias de Souza – Procurador Regional da República e Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

Aproveitando a deixa do artigo da semana passada, que versou sobre um bizarro “Causídico de Instagram”, vou hoje abordar a moral/ética dos juízes, misturando a temática com lições da história e do cinema, para deixar a nossa conversa mais leve e interessante.

Começo com dois trechinhos colhidos do “Curso de ética jurídica: ética geral e profissional” (Editora Saraiva, 2016): no que toca a qualquer profissional do direito, este “tem de estar consciente de que o instrumental que manipula é aquele capaz de cercear a liberdade, de alterar fatores econômicos e prejudicar populações inteiras, de causar a desunião de uma sociedade e corrosão de um grande foco de empregos e serviços, desestruturar uma família e a saúde psíquica dos filhos dela oriundos, de intervir sobre a felicidade e o bem-estar das pessoas…”; no que toca ao juiz especificamente, “pede-se consciência do magistrado na medida em que é ele a última palavra acerca da lei, devendo, portanto, prestar a atividade jurisdicional como sendo o último recurso de que dispõe o cidadão na defesa de seus direitos e garantias, no combate à arbitrariedade, à deslealdade, à inadimplência, ao desvio de poder, enfim, à ilegalidade e à inconstitucionalidade”.

E agora chegamos às lições da história e do cinema.

Quanto à história, relembro aqui os “julgamentos de Nuremberg”, decorrentes dos horrores da 2ª Guerra Mundial, que foram realizados entre 1945 e 1949. O principal julgamento teve fim em 1º de outubro de 1946 e concentrou-se na cúpula do regime nazista. Hermman Goering & Cia. Mas, a partir de dezembro de 1946, foram realizados mais doze julgamentos de criminosos de guerra nazistas de menor relevância. Um deles foi o “julgamento dos juízes”, em que nove membros do Ministério da Justiça do Reich e sete membros de tribunais do povo e de tribunais especiais foram acusados de abusar dos seus poderes de promotores e juízes para cometer crimes de guerra e contra a humanidade, fomentando e autorizando a perseguição racial e horrendas práticas de eugenia, entre outras coisas, levando à prisão e à morte inúmeros inocentes. O julgamento durou de março a dezembro de 1947. Dez dos acusados foram condenados, quatro absolvidos e dois acabaram não julgados.

Esse julgamento, com uma boa dose de ficção, foi dramatizado no filme “O julgamento de Nuremberg”, de 1961, com direção de Stanley Kramer. O filme é estrelado por Spencer Tracy, Burt Lancaster, Marlene Dietrich, Judy Garland, Montgomery Clift, Richard Widmark, Maximilian Schell, Werner Klemperer e William Shatner, entre outros. Só top!

Moralmente, o filme foca naquilo que uma das personagens chama de “crimes cometidos em nome do direito”. É certo, como afirma a defesa, que “um juiz não faz as leis; ele aplica as leis do seu país”? Ou devem os juízes sempre ter em conta um direito superior, a Justiça em si?

“O julgamento de Nuremberg” responde a esse questionamento por meio de um outro magistrado, o herói do filme, o presidente da Corte no caso do “julgamento dos juízes”, o juiz Dan Haywood (papel de Spencer Tracy), apresentado como um homem modesto, tolerante e justo, que quer entender como os sábios magistrados da Alemanha puderam participar dos horrores do regime nazista e, se for o caso, punir adequadamente esses “crimes judiciais” praticados “em nome da lei”.

A resposta nos é dada primeiramente pelo anti-herói do filme, Ernst Janning (papel de Burt Lancaster), aquele jurista que, segundo é dito no filme, havia “dedicado sua vida à Justiça – ao conceito de Justiça”. Janning acaba aceitando sua responsabilidade pelos graves erros do regime nazista, reconhecendo que tanto ele como os corréus sabiam que as pessoas que eles sentenciavam eram enviadas a campos de concentração. O próprio Janning, tomando o lugar do seu advogado (papel de Maximilian Schell), vem a reconhecer a sua responsabilidade no “Caso Feldenstein”, que já estaria decidido, pela “lei” nazista, antes mesmo da abertura dos debates. “Aquilo não foi um processo”, dirá Janning, “foi um rito de sacrifício”. No final do filme, num encontro entre herói e anti-herói, afirma ainda a personagem de Spencer Tracy: “sua culpa [e a dos juízes nazistas como um todo] teve início na primeira vez que você condenou conscientemente um inocente”.

Baseado na crença de que uma ordem moral/ética transcende o direito/lei feito pelos homens, devendo ser seguida por todos nós, a Corte de Nuremberg condena os réus magistrados. Acho que todos nós condenaríamos, não?

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL