Praia Inclusiva faz ação para conscientizar sobre autismo


Em Ponta Negra, crianças e adolescentes aproveitaram a manhã para fazer atividades no mar

O Projeto Natal Praia Inclusiva dedicou uma edição especial à conscientização sobre o autismo nesse sábado (6) em Ponta Negra. O evento contou com a participação de mães e crianças autistas que aproveitaram a manhã para interagir e se divertir no mar. O projeto é uma iniciativa da Sadef. A dona de casa Maria Andreia Ferreira levou o filho Adisson, de 10 anos, para curtir a praia. Ele faz natação na própria Sadef desde 2021 e a prática esportiva, segundo a mãe, tem sido fundamental para o desenvolvimento do menino.

“Ele é muito elétrico e a natação só veio a acrescentar, porque acalma. E aqui na praia o ambiente é diferente. Existe uma evolução conjunta com outras crianças e Adisson conhece novos amiguinhos. Então, é inclusão mesmo”, diz Maria Andreia.
O ambiente da praia reúne diversos estímulos: cognitivo, psicomotor, sensorial e emocional, como explica o psicólogo Adriano Araújo. “As atividades no mar e na água, de uma maneira geral, ajudam bastante na socialização e no desenvolvimento de habilidades emocionais. Por ser um ambiente público, a praia favorece a interação, que é uma das principais dificuldades dos autistas”, diz.
 Luiz Neto, de 16 anos, participou do evento feliz da vida. O adolescente tem autismo e é apaixonado por animais. “Quero ser biólogo. Agora, quando mergulhar, quero ver se consigo ver alguns peixinhos”, disse, pouco antes de entrar no mar.
A mãe dele, Angela de Souza, comentou o quanto o projeto estimula o adolescente a alcançar uma uma melhor interação com outras pessoas. “Estar aqui é muito importante, principalmente porque a gente é de São Tomé, no interior, e lá ele não tem acesso a nenhum tratamento. Hoje Luiz é mais sociável e se incomoda menos com barulho”, descreve. 
Dário Gomes, presidente da Sadef, disse que a ação foi uma alusão ao mês do autismo, comemorado em abril, com o objetivo de promover, dentre outros pontos, a inclusão.  “Essa ação ocorre para que os autistas possam ir tomar banho de mar com segurança, ao mesmo tempo em que estão inseridos na  sociedade, em meio a pessoas sem deficiência”, relata Dário Gomes.
Cilmaria Coelho é mãe de gêmeos autistas e coordenadora do Movimento Independente Pró-Autismo (Movipa). Ela esteve no evento para apoiar a causa. “O Movipa também luta pela inclusão de pessoas com deficiência. Junto com a Sadef, a gente faz parcerias, divulgando e trazendo os autistas para as ações promovidas”, relata.
Pessoas com deficiência
O Natal Praia Inclusiva foi fundado em 2017 pelo então presidente, o vereador Tércio Tinoco, para possibilitar o banho de mar assistido a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, além de atividades de esporte e lazer na praia. O projeto acontece todos os sábados e domingos, em Ponta Negra. “Muitas pessoas com deficiência nunca entraram no mar. Com a iniciativa, elas têm essa possibilidade de forma assistida”, declarou Tércio Tinoco.
Fernanda Nunes estava acompanhando o irmão, Yan Matheus, de 27 anos, nas atividades do projeto. Com o auxílio de uma cadeira anfíbia e de um instrutor, o rapaz, que perdeu os movimentos durante o parto em razão de uma paralisia cerebral, caiu no mar. “É a terceira vez que ele vem pelo projeto e é sempre uma felicidade imensa estar aqui”, conta Fernanda.  
Juline Caroline, de 26 anos, também aproveitou a ação e entrou na água com  o filho pequeno. “Sou cadeirante há nove anos e, desde então, esta é a segunda vez que consegui tomar banho de mar. O projeto é muito legal”, celebrou.
Fonte: Tribuna do Norte

Golpe do bilhete premiado: polícia prende 23 em 4 Estados; prejuízo estimado é de R$ 1 milhão

Foto: reprodução/ilustrativa

Vinte e três pessoas foram presas na manhã deste domingo, 7, suspeitas de aplicar o golpe do bilhete premiado em quatro estados do Brasil. As prisões ocorreram no Rio Grande do Sul, com 18 presos, Santa Catarina (1), Paraná (3) e Espírito Santo (1). Além disso, outras cinco pessoas que já estavam detidas no sistema prisional respondem pelo crime.

No Rio Grande do Sul, agentes da Polícia Civil cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão nos municípios de Passo Fundo, Caxias do Sul e Farroupilha. Em Santa Catarina as ações ocorreram em Itajaí, Camboriú e Balneário Camboriú. Já no Paraná foram cumpridos mandados em Pinhais, São José dos Pinhais e no município de Colombo. Em Vila Velha, no Espírito Santo, policiais civis também realizaram uma prisão.

Ao Estadão, a delegada da 3ª DP de Canoas (RS), Luciane Bertoletti, disse que entre os detidos, estão os líderes dessa quadrilha. “As ações de hoje resultaram em 23 suspeitos detidos, sendo que 5 em Caxias do Sul e 13 em Passo Fundo, cidade a qual é considerada pela polícia como o ‘berço do bilhete premiado’”, afirmou. Segundo ela, os estelionatários, têm até “escolas”, onde ensinam os interessados a praticar o crime.

De acordo com ela, o golpe “consiste em fazer com que a vítima, geralmente idosa, acredite estar diante de uma oportunidade de se tornar um milionário e é convencida” pelos criminosos. A vítima é abordada em via pública e o estelionatário se passa por uma pessoa humilde, que tem um bilhete premiado em mãos. Em seguida, outros golpistas aparecem em cena, simulam ajuda e confirmam o suposto bilhete como verdadeiro.

Depois, os bandidos simulam telefonema para o gerente de uma agencia bancária, que confirma o suposto bilhete como verdadeiro. Na sequência, convencem a vítima a transferir valores e entregar cartões para o falso vencedor, como garantia para o recebimento do prêmio. A vítima, inocentemente, acredita que irá ficar com parte da premiação. O crime geralmente ocorre perto de bancos.

As investigações tiveram início em 2021, quando mais de 20 vítimas, a maioria idosos, caíram no golpe do bilhete premiado. A Polícia Civil gaúcha estima prejuízo de cerca de R$ 1 milhão. Os detidos serão enquadrados nos crimes de estelionato e associação criminosa.

Por Estadão

Bandido sai da prisão, comete assalto e é detido de novo no interior do RN

Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR/Caicó) prendeu, nesse sábado (06), Lucas Fredson dos Santos Soares, de 21 anos. Ele foi preso por um assalto praticado no mês de abril, no centro de Caicó. Ao lado de um comparsa, ele roubou celulares, dinheiro e ainda tentou roubar uma moto. A vítima teve um prejuízo estimado de R$ 3.200,00.

Lucas Fredson, integrante de uma facção criminosa atuante na Zona Norte de Caicó, também responde por porte ilegal de arma de fogo, adulteração de veículo e tráfico de drogas. Em novembro de 2022, ele foi um dos alvos da “Operação Decreto”.

Em liberdade no início do mês de abril, ele voltou a praticar o crime com uma arma de fogo na noite do dia 20/04/2023. Hoje (06), um mandado de busca e apreensão foi cumprido, visando coletar mais provas da prática do crime. Na residência dele, foi apreendido um celular oriundo de um furto. Lucas foi autuado também por recepção dolosa. As investigações para encontrar a segunda pessoa envolvida no assalto continuam.

“Foi colocado em liberdade no início do mês e dias depois voltou a delinquir, praticando crime de roubo. No cumprimento de mandado de busca, nossa equipe apreendeu um aparelho celular que foi identificado como oriundo de outro roubo. Ele vai ser flagranteado por recepção dolosa”, pontuou o delegado Leonardo Germano, da Defur/Caicó.

Portal da Tropical

Rogério diz SIM para todas as religiões e afirma que não caiu de paraquedas em Parnamirim

 

O secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Parnamirim, Rogério Santiago, foi um dos entrevistados do programa A Voz da Liberdade desse sábado (6), apresentado pelos jornalistas Gilson Moura e Rannier Lira. A conversa foi tranquila e abordou diversos temas, dentre eles a administração pública do município e sua pré-candidatura a prefeito.

Rogério afirma que não caiu de para quedas em Parnamirim e que já possui um longo histórico na gestão pública. Segundo o secretário, o fato de seu nome ter sido citado para possível candidato a prefeito em 2014, é fruto de um grande trabalho desenvolvido durante mais de vinte anos.

Na Caixa Preta, ele disse SIM para as religiões de matriz africana, demonstra que tem um coração hospitaleiro para qualquer tipo de crença. “Acredito que fui o primeiro até agora, enquanto vereador, a fazer movimentações para que essa classe tivesse mais visibilidade em nossa cidade. Apesar de ser católico, respeito e digo SIM para qualquer tipo de religião”, comentou .

Veja AQUI a entrevista na íntegra e saiba qual foi a resposta do secretário no quadro Cadeira Elétrica, quando um ouvinte perguntou como ficou sua relação com o ex-vereador Thiago Cartaxo após romper com grupo o qual pertencia e apoiar a reeleição do prefeito Taveira.

Texto: Jean Xavier – Redação Blog do GM

 

 

De ouro

Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616), sobre quem andei falando estes dias, foi um gênio. Ele é sinônimo de literatura em língua espanhola/castelhana, sendo o seu “Quixote” (“El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha”), de 1605, o marco fundador do romance moderno e uma das mais celebradas obras-primas da literatura universal. Disse isso e repito.

Todavia, devo também dizer que Cervantes é apenas a face mais visível de uma literatura, dita espanhola/castelhana, que era grande, enorme, maravilhosa mesmo, no seu tempo.

Para quem não sabe, a obra de Cervantes está situada no que se costumou chamar, em terras ibéricas, de Siglo de Oro, época de apogeu da cultura e, em especial, da literatura espanhola. A grosso modo, esse apogeu, que abarca o Renascimento e o Barroco na Península, começa já em fins do Século XV, perpassa o século XVI e vai até fins do século XVIIquando estaria situado o Siglo de Oro no seu estrito senso, com o falecimento de Calderón de la Barca (1600-1681).

Para se ter uma ideia, por essa época (e até um pouco antes), junto à prosa e à poesia de Cervantes e ao teatro de Calderón de la Barca, se misturavam e pontificavam uma plêiade de célebres autores e obras. Para os mais espiritualizados, é o tempo da poesia mística de Fray Luis de León (1528-1591), Santa Teresa de Jesús (1515-1582) e San Juan de la Cruz (1542-1591). É o tempo da poesia, da prosa e do grande teatro de Lope de Vega (1562-1635). Da prosa de Baltasar Grancián (1601-1658) e Mateo Alemán (1547-1614). Do teatro de Tirso de Molina (1571-1648). Da poesia de Francisco de Quevedo (1580-1645) e Luis de Góngorra (1561-1627). E por aí vai.

Não por mera coincidência, esse é o período dos reinados de Carlos I (o Imperador Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico) e dos reis Filipes (cujos números, dada a profusão de reinos dominados, inclusive Portugal, com a União das Coroas Ibéricas, é uma confusão dos diabos). Poder e riqueza, com muito ouro vindo da América Espanhola e do Brasil, não faltavam. Dinheiro e arte, incluindo a literatura, geralmente andam juntos.

Como registrado no excelente Curso de literaturaespañol lengua extranjera” (Editora Edelsa, 2006), de Rocío Barros Lorenzo, Ana Maria González Pino e Mar Freire Hermida: O Renascimento chega a Espanha numa data-chave, 1492 (fim da Reconquista da Península Ibérica, primeira viagem de Colombo à América e data da publicação da primeira Gramática da língua castelhana, de Antonio de Nebrija, que significa a unificação da língua) e se desenvolve durante o século XVI. No panorama político, a Península é um território estabilizado e unificado sob o reinado dos Reis Católicos, que começará a se expandir tanto na América (com a Conquista) como pela Europa (através de alianças matrimoniais: duas filhas dos Reis Católicos, Isabel e Maria, se casarão com o rei Manuel de Portugal; outros dois, Juan e mais tarde Juana, se casarão com os herdeiros do Império Austríaco; e Catarina, com Henrique VIII da Inglaterra). O século XVI, sob os reinados de Carlos I e Felipe II, é o apogeu do Império Espanhol, em cujos territórios, dizia-se, o sol nunca se põe’”.

A riqueza era tão grande que, mesmo com as guerras nos reinados de Felipe III, Felipe IV e Carlos II, que debilitampolítica e economicamente o país, com a decadência sociocultural e política, afinal temos ciência da Inquisição, do tráfico de escravos e dos horrores na América, “fala-se de um período de florescimento cultural que pode ser situado entre a morte de dois autores fundamentais, Miguel de Cervantes em 1616 e Calderón de la Barca em 1681. Este período é conhecido como Siglo de Oro, e nele se desenvolve o movimento cultural denominado Barroco”.

No mais, devo registrar que nós, brasileiros, temos um lugar de fala (para usar de uma dessas expressões da moda) no Siglo de Oro espanhol. Seguidamente às mortes sucessivas de D. Sebastião (meio tresloucada, na famosa batalha de Alcácer Quibir) e de D. Henrique, ambos sem deixar filhos, Felipe II de Espanha foi entronizado Felipe I de Portugal, com a célebre União das Coroas Ibéricas (ou, menos afamadamente, o domínio espanhol sobre Portugal). Os juristas, pelo menos aqueles que foram meus contemporâneos de universidade, devem até se lembrar das badaladas Ordenações Filipinas, muito citadas, mas nunca estudadas, quando se falava da história do direito brasileiro.

O Siglo de Oro dos espanhóis foi também forjado com o nosso (vil?) metal. Das minas gerais e arrebaldes.

 

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República

Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL