A ilusão do poder e o poder que cega

Especial Brasília 60 anos. Sérgio Lima/Poder360 21.04.2020

Brasília não é um lugar para principiantes. Como sede do poder político federal, a cidade pulsa com um ritmo que, para quem sabe ouvir, faz a diferença. Quem não viveu a redemocratização talvez não entenda e possa achar pueril, mas até o ambiente político que se vivia no mítico restaurante Piantella faz falta.

Não é pouca coisa você ter um espaço onde, depois das exaustivas e tensas discussões no Congresso, sentavam-se à mesma mesa José Genoíno, José Dirceu, Delfim Neto, Antônio Carlos Magalhães, Ulysses Guimarães, Fernando Henrique e tantos outros. Os distencionamentos que se davam ali, diretamente, eram, muitas vezes, mais produtivos do que as cansativas reuniões políticas.

Da mesma maneira, os encontros informais, especialmente na Granja do Torto, com o presidente Lula, à época ávido para ouvir, nos quais, muitas vezes, falavam-se verdades difíceis de serem ditas nas audiências formais, de gravata, com assessores e ar condicionado. Saber ouvir era uma marca daqueles tempos e fazia toda diferença.

Desse dia a dia com ares de certa normalidade, criava-se uma expectativa sobre o que nós, sem cargos ou ambições pessoais, esperávamos do governo. Há um episódio sobre a Polícia Federal que, penso, delimita o que é a áurea que se cria em torno dos governos e, especialmente, dos governantes.

No começo do governo Fernando Henrique, assumiu o Ministério da Justiça o excelente advogado José Carlos Dias. Homem comprometido com os direitos humanos, com a democracia e com sólida história a favor das liberdades. Ele me procurou e pediu para sondar o delegado da Polícia Federal dr. Paulo Lacerda para ser o diretor-geral da instituição. Nós o conhecíamos pelo trabalho sério e competente que fazia.

Em Brasília, é assim: a autoridade não faz, em regra, o convite direto, pois é ruim ouvir um não. Salvo em situações de um forte relacionamento pessoal, é comum sondar aquele que será convidado. O delegado foi educado, mas direto: disse ter enorme respeito pelo ministro José Carlos, admiração mesmo, mas ele considerava que não teria a autonomia necessária para fazer o que julgava necessário na gestão tucana. E declinou.

Passam-se os anos e toma posse o presidente Lula. O ministro da Justiça nomeado, Márcio Thomaz Bastos, um advogado na plenitude da palavra, chamou-me e falou para eu sondar o dr. Paulo Lacerda para ser o diretor-geral da PF. Contei a ele o episódio anterior, o da negativa, mas ele insistiu. Novamente, fui até ele, que me disse que, com o que ouvia sobre o governo que estava tomando posse, ele aceitaria, pois teria liberdade e autonomia para fazer o que considerasse correto. Assumiu a Polícia Federal e fez um excepcional trabalho.

O que se diz e o que se ouve faz parte do dia a dia da política em Brasília. Tem que saber, principalmente, ouvir. Deveriam ter a grandeza da imortal Clarice Lispector:

Adoro ouvir coisas que dão a medida de minha ignorância”.

Coisas de Brasília. Corria o ano de 2009, quando se anunciava uma disputa entre 2 queridos amigos meus, senadores da República, para a presidência do Senado Federal: Sarney e Tião Viana.  Um importante jornal fez uma matéria enorme dizendo que eu era advogado, à época e concomitantemente, de 15 senadores. E brincava que eu tinha a maior bancada do Senado.

Que eu era advogado desses senadores era um fato, mas, que eu tinha alguma influência, isso corria por causa da lenda urbana da cidade. Eu nunca confirmei, mas, óbvio, também não desmentia o tal poder, assumindo um ditado lá da minha Patos de Minas: “fama de poderoso, comedor e valente a gente não desmente”.

O então senador Tião Viana me chamou para conversar e eu fui muito sincero e direto. Expliquei que, embora advogasse para vários senadores e fosse até amigo de vários, não tinha nenhuma ascendência ou poder. Mas expliquei a ele, por lealdade, que, se tivesse um único voto, votaria no ex-presidente Sarney. Assim deve ser a vida em Brasília: ouvir muito, ser leal e não sucumbir à ilusão do poder.

Depois da catástrofe bolsonarista, a política mudou muito. Certa vez, diz a lenda, perguntaram ao então senador Petrônio Portella, grande político e excepcional articulador, qual lugar seria melhor, se no céu ou no Senado da República. Ele teria respondido que o Senado era melhor, pois não era necessário morrer para chegar lá. Era uma outra época.

Nesta semana, senadores, que têm a missão constitucional de participar da sabatina do ministro da Justiça Flávio Dino, indicado para o alto cargo de ministro do Supremo, subiram em um carro de som em frente ao Congresso para se manifestar, junto com uns poucos gatos pingados bolsonaristas, contra a indicação. É um momento delicado da política nacional.

Brasília sempre foi uma cidade misteriosa. E, mesmo quem não se deixa levar pela ilusão do poder, pode ser vítima das trapaças da sorte. Certa vez, fui procurado pelo meu contemporâneo de faculdade Joaquim Barbosa pedindo para que eu o apresentasse ao então todo poderoso ministro José Dirceu. O presidente Lula havia se manifestado afirmando querer um negro no Supremo Tribunal. Disse que faria isso, pois ele era íntegro, correto e com um bom currículo, embora não o apoiasse.

Na reunião de apresentação, uma frase do ministro José Dirceu deu sinais de como Brasília pode ser cruel. Ao se cumprimentarem, ele disse ao Joaquim: “Doutor, precisamos mudar a maneira de prover cargos tão importantes. Não é correto que o senhor venha pedir meu apoio, pois, se o senhor virar ministro do Supremo Tribunal, poderá vir a me julgar como ministro de Estado”.

O Joaquim Barbosa virou ministro do STF, relator do Mensalão e o resto da história todos nós sabemos. Aqui, em Brasília, não tem só a ilusão do poder, existe também a ânsia pelo poder e o poder que cega.

Como nos ensinou Pessoa, na pessoa de Bernardo Soares, no “Livro do Desassossego”: “Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer”.

Fonte: poder 360

‘Enem dos concursos’ terá provas em 217 cidades; veja se a sua faz parte da lista

Concurso Nacional Unificado vai preencher 6.640 vagas em 21 órgãos do governo federal — Foto: Freepik

Concurso Nacional Unificado vai preencher 6.640 vagas em 21 órgãos do governo federal — Foto: Freepik

O Concurso Nacional Unificado, ou “Enem dos concursos”, vai aplicar provas em 217 cidades brasileiras em 2024. A lista original divulgada pelo governo contemplava 180 municípios, mas o número foi ampliado nesta quinta-feira (14).

O “Enem dos concursos” vai preencher 6.640 vagas em 21 órgãos do governo federal (confira abaixo os cargos e salários previstos).

 

Segundo o Ministério da Gestão, a ampliação da lista de municípios “visa garantir que regiões metropolitanas tenham provas em mais de uma cidade”.

Para definir esses locais, foram selecionados municípios com mais de 100 mil habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre as cidades selecionadas, estão Ananindeua (PA), Aparecida de Goiânia (GO), Camaçari (BA), Caucaia (CE), Farroupilha (RS), Contagem (MG), Duque de Caxias (RJ) e Guarulhos (SP). Navegue pelo mapa e pela lista abaixo para ver se as provas serão aplicadas onde você mora.

O edital com todas as regras do concurso será divulgado dia 10 de janeiro. As inscrições vão começar em 19 de janeiro e seguem até 9 de fevereiro. A realização da prova, por sua vez, deve acontecer em 5 de maio (veja o cronograma atualizado abaixo).

Com a prova unificada, os candidatos vão poder concorrer a várias vagas (de uma mesma área de atuação) em diferentes órgãos federais, pagando uma única taxa de inscrição (entenda mais abaixo). A banca responsavel pelo concurso será a Fundação Cesgranrio.

🤔 Como vai funcionar?

 

  • No momento da inscrição, o candidato vai escolher uma das áreas de atuação que estarão disponíveis no edital (por exemplo: administração, agricultura, educação, políticas sociais, etc);
  • Depois desta escolha, o candidato deverá indicar seu cargo/carreira por ordem de preferência entre as vagas disponíveis dentro daquela área de atuação. Essa área poderá incluir oportunidades em vários órgãos diferentes;
  • A prova será aplicada em um único dia em duas etapas: a primeira, formada por questões objetivas com matriz comum a todos os candidatos, e a segunda, com questões específicas e dissertativas de cada área de atuação;
  • Após a prova, poderão ser agregadas, a critério dos órgãos ou por determinação legal de carreiras específicas, pontuações relativas à titulação acadêmica, experiência profissional, apresentação de memoriais, provas práticas, etc.
  • Para o preenchimento das vagas, a banca vai avaliar o desempenho do candidato na prova e também a ordem de preferência que ele determinou para os cargos.

Fonte: G1

Ao lado do deputado Taveira Júnior, Wolney França participa de sessão solene na ALRN em homenagem aos 65 anos de Parnamirim

Foto: Frankie Marcone

O presidente da Câmara Municipal de Parnamirim, vereador Wolney França, participou nesta quinta-feira (14), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, de uma sessão solene em homenagem aos 65 anos do município de Parnamirim. Representando o Legislativo Municipal, ao lado do chefe do Executivo municipal, Rosano Taveira.

A cerimônia de hoje foi proposta pelo deputado estadual Taveira Júnior, e além do município de Parnamirim, homenageou personalidades que construíram uma história na cidade. O presidente da Câmara Municipal elogiou a iniciativa do deputado Taveira Júnior, destacando que a sessão solene marca o reconhecimento da contribuição de Parnamirim para o crescimento do Rio Grande do Norte.

“Somos a terceira maior cidade do estado, uma cidade que cresce, mas que ao mesmo tempo, respeita a sua história e a daqueles que a construíram. Parabenizo o amigo deputado Taveira Júnior pela iniciativa de homenagear a nossa querida Parnamirim”, disse Wolney.

Fotos: Frankie Marcone

Projeto de Eraldo, Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos servidores de Saúde de SGA é aprovado em primeira votação

Câmara Municipal de São Gonçalo do Amarante

A Câmara Municipal de São Gonçalo do Amarante aprovou em sua primeira votação o Projeto de Lei Complementar que versa sobre a instituição do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores efetivos da Saúde da Prefeitura Municipal. Este projeto, enviado pelo Prefeito Eraldo Paiva, é o resultado de extensivas reuniões de construção realizadas em conjunto com representantes da saúde do município.

O PCCR é uma ferramenta fundamental para reconhecer e valorizar os servidores públicos, estabelecendo critérios transparentes para promoções, progressões e aumentos salariais. Ao proporcionar um plano estruturado de cargos e carreiras, a cidade torna-se mais atraente para profissionais qualificados. Além disso, a perspectiva de progressão na carreira pode incentivar a permanência de servidores experientes, reduzindo a rotatividade e assegurando a continuidade e qualidade dos serviços prestados.

O projeto de lei, encaminhado pelo Prefeito Eraldo, está previsto para ter sua votação final até o dia 18 de dezembro. O compromisso com o Plano de Cargos, Carreira e Salários dos servidores municipais foi assegurado pelo prefeito, que já havia garantido, em diálogo com os servidores desde as tratativas a cerca do pagamento do complemento referente ao Piso da Enfermagem.

“Valorizar nossos servidores da saúde é essencial em nossa gestão. Garantimos o piso da enfermagem e, desde o início, nas reuniões com a categoria, prometemos o estabelecimento do plano de cargos e salários. Elaboramos o projeto e encaminhamos à Câmara para votação, com imenso orgulho em garantir mais este direito aos servidores”, enfatizou o prefeito.

O plano passará por três sessões de tramitação, sendo que a primeira delas ocorreu nesta quinta-feira (14), aprovando inicialmente o PCCR.

Esta conquista representa o atendimento de uma reivindicação antiga da categoria, que agora vê suas demandas atendidas pelo Prefeito Eraldo Paiva. “Esta é a etapa final de uma luta de muitos anos. São profissionais competentes, dedicados incansavelmente à saúde pública e merecem este reconhecimento”, ressaltou Simone Dutra, uma das servidoras da saúde que contribuiu ativamente na elaboração do plano.

Cantor Fagner recebe Título de Cidadania na Câmara Municipal de Natal

Foto: Francisco de Assis/CMN

O cantor e compositor Raimundo Fagner recebeu o Título de Cidadão Natalense em sessão solene no plenário da Câmara Municipal de Natal na manhã desta quinta-feira (14). Raimundo Fagner Cândido Lopes, conhecido nacional como “Fagner”, nasceu no município cearense de Orós, mas sempre deixou claro a sua afinidade com a capital do Rio Grande do Norte. Em discurso, durante a cerimônia de entrega do título, ele disse que ficou emocionado com a homenagem. A proposição da cidadania é de autoria da vereadora Nina Souza (PDT).

“Esse título atende a um pedido de vários e vários fãs e amigos que Fagner tem em Natal. E, obviamente, significando todo o trabalho que esse grande cantor fez em prol da cultura do Nordeste e do Brasil. Além de toda a interlocução que o cantor tem com a nossa cidade e com a nossa gente. Estamos muito felizes de estar aqui hoje entregando a maior honraria dessa Casa Legislativa a esse grande homem, a esse ídolo e ícone do Brasil”, enfatizou a propositora do Título de Cidadania Natalense, Nina Souza.

O presidente da Câmara, vereador Eriko Jácome (MDB), também destacou a proximidade com a cidade. “É uma homenagem justa, relevante, que a Câmara Municipal presta ao cantor Fagner em reconhecimento a sua trajetória de proximidade com a cidade do Natal, valorizando e prestigiando sempre a nossa cidade com uma quantidade absurda de shows realizados durante tantos anos, além de laços de amizade, de relacionamento que foram criados e preservados durante toda a sua trajetória e a sua carreira musical.”

Fagner destacou que o Rio Grande do Norte foi o lugar que ele mais cantou. “Até mais do que, se fizer as contas, o próprio Ceará. Então eu estou no lugar certo, na hora certa, acompanhado das pessoas que me amam, que me trazem todo esse carinho. É um dia muito especial na minha vida, eu posso ter certeza disso. Bem, são 50 anos da primeira vinda aqui. 50 anos de amizade, de cumplicidade, de amigos, compadres. Essa cidade só me trouxe alegria e eu não poderia terminar minha temporada de 50 anos de carreira que não fosse aqui, no Rio Grande do Norte, em Natal. Estou extremamente emocionado, agradecido pela homenagem, pela presença de amigos, por esse carinho de todos vocês me recebendo aqui. Estou muito feliz. Muito obrigado”.

A solenidade contou com a presença os vereadores Kleber Fernandes (PSDB), Raniere Barbosa (AVANTE), Júlia Arruda (PCdoB), Camila Barbosa das Juntas (PSOL), Herberth Sena (PSDB), Milklei Leite (PV), Robson Carvalho (União Brasil), Chagas Catarino (PSDB), assim como do ex-prefeito Carlos Eduardo e dos secretários municipais, Dácio Galvão e Sheila Freitas.

Câmara Municipal de Natal

Filho suspeito de matar mãe e esfaquear pai é encontrado morto no interior do RN

O corpo de José Camilo de Oliveira, de 28 anos que matou a mãe e feriu gravemente o pai, foi encontrado na manhã desta quinta-feira (14) com várias marcas de tiros, principalmente na região da cabeça, em Lagoa da Carnaúba, zona rural de Senador Elói de Souza

A morte ocorreu após o homicídio brutal cometido por ele nos últimos dias. As circunstâncias da morte ainda estão sobre investigação pela Polícia Civil e pelo ITEP, que foram acionados para realizar as perícias necessárias e confirmar a identidade da vítima.

O sargento Genário, em entrevista, lamentou a fatalidade, destacando que a intenção inicial era capturar o criminoso. Ele ressaltou que a investigação está em curso para determinar se a morte foi um suicídio ou se outra pessoa esteve envolvida. “Só após a perícia e a conclusão da investigação será identificada a real causa desse corpo crivado de balas,” afirmou o sargento.

Após cometer o crime, José fugiu para um matagal, percorrendo a noite inteira desde Lagoa Salgada até a zona rural de Senador Elói de Souza. Residentes de Lagoa de Carnaúba relataram terem ouvido vários barulhos na manhã desta quinta-feira (14), inicialmente interpretados como tiros.

No mesmo dia em que o corpo de José foi descoberto, aconteceu o sepultamento de sua mãe, Zélia, no cemitério de Lagoa Salgada, terra onde ela nasceu.