Prefeitura realiza programação especial do Dia do Folclore nesta terça-feira (22)

Prefeitura de São Gonçalo do Amarante

Após o 1° Festival de Folclore Mestre Pedro Guajiru, promovido pela Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Amarante através da Fundação de Cultura Dona Militana, os festejos em alusão ao dia dia do folclore terá continuidade nesta terça-feira (22), com uma programação especial para celebrar a data na cidade Berço da Cultura Popular. 

A partir das 19h, na Sede do Instituto de Arte, Cultura e Educação Popular Maurício Fernandes (IACEMF), acontecem apresentações culturais, shows com Banda Municipal e França D’Lima e lançamento do livro “Tecendo a Cultura Popular em São Gonçalo do Amarante”, de Maria Tereza de Oliveira. A obra será lançada com o apoio da Prefeitura, como uma das obras vencedoras do Edital de apoio a projetos de publicação de livros – Coleção nossa história, nossas raízes, promovido pela Fundação de Cultura Dona Militana. 

O livro “Tecendo a cultura popular em São Gonçalo do Amarante/RN” é resultado de uma pesquisa sobre o folclore, os folguedos são-gonçalenses e seus personagens em diversos aspectos, como as experiências vividas, as expressões faladas e escritas de homens e mulheres que fazem e fizeram a nossa história, que participaram efetivamente da construção de saberes e fazeres culturais, gerando novos valores, conhecimentos, nova concepção de mundo e de cultura, além de proporcionar espírito crítico e ações transformadoras. 

“O universo da cultura popular tradicional do município de São Gonçalo do Amarante tem sido motivo e razão para influenciar vários músicos e artistas populares, tanto em âmbito municipal quanto estadual. Já que nossa história inspira tanto, é importantíssimo democratizar o acesso ao livro e aos diversos suportes de estímulo à leitura, assim como promover ações e eventos que evidenciem a cultura do município, assim como foi o Festival de Folclore que envolveu tantos jovens com o fazer cultural e artístico característico de São Gonçalo”, conta o presidente da  Fundação Cultural Dona Militana, Josenildo Campos de Oliveira. 

Programação de Dia do Folclore em São Gonçalo do Amarante 

Quando? Dia 22 de agosto, às 19h

Onde? Sede do Instituto de Arte, Cultura e Educação Popular Maurício Fernandes (IACEMF) Ao lado da Câmara Municipal de SGA

Prefeitura de São Gonçalo do Amarante

“Não sabe da missa um terço”

Padre João Medeiros Filho

Eis uma das expressões, considerada idiomática por alguns estudiosos e usada, há mais de dois séculos. O significado de tais expressões ultrapassa o sentido literal das palavras. Revelam mais do que a simples acepção dos termos que as compõem. Para seu melhor entendimentorecomenda-se conhecer elementos da época a que estão relacionadas. Comumente, utilizam-se na linguagem oral. Entretanto, como estão arraigadas na memória coletiva,são empregadas também na linguagem escrita. Retratam costumes e traços culturais de países, regiões e grupos. São bem peculiares e, por conseguinte, de difícil tradução. Todavia, em determinados casos, há equivalentes nos outros idiomas. São nomeadas também como máximas,axiomas, provérbios, adágios, ditados etc. Em certos aspectos, chegam a aproximarse de parábolas e alegoriasbíblicas, que têm por conclusão uma mensagem moral ou ética. São de domínio público e consagradas pelo uso.Ditado é sua designação mais comum. Por vezes, apresentam algumas variantes, mantendo, porém, o conteúdo da mensagem. Apontam exemplos morais, filosóficos e religiosos. As referidas expressõesconstituem parte importante de cada sociedade.Pesquisadores tentam descobrir a origem desses adágios, porém é uma tarefa árdua.

A Sagrada Escritura, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, emprega esse recurso linguístico. Ao Rei Salomão creditam-se várias expressões com a denominação de provérbios, a ponto da tradição bíblica identificá-lo como o rei proverbial ou sapiencial. É o que se infere dos Livros Sagrados. Ele pediu a Deus sabedoria e compreensão. Javé respondeu-lhe: Já que é isto que teu coração desejadiscernimento e sabedoria – isto te será dado (2Cr 1, 12). Os exegetas classificam como sapienciais sete livros do Velho Testamento, os quais possuem tal conteúdo. Cristo fazia uso corrente deparábolas, alegorias e máximas, como por exemplo: “Se um cego guia outro cego, ambos cairão no buraco” (Mt 15, 14). Os evangelistas relatam que: “Nada lhes falava sem usar parábolas” (Mc 4, 34), cumprindo o que profetizou Isaías (Is 6, 9-10).

Para compreender melhor o sentido da expressão que intitula este artigo, convém lançar um olhar sobre a História da Igreja Católica, nos dois últimos séculos. Até o Concílio Vaticano II, a missa era celebrada totalmente em latim e com o celebrante de costas para o povo. Trata-sedo ritual da missa tridentina ou de Pio V, que sobrevive até hoje. Autorizado pela Sé Apostólica, é empregado em algumas comunidades. Em 1947, a reforma da liturgia teve o seu ponto de partida com a encíclica Mediator Dei, do saudoso Papa Pio XII. A partir de então, começou uma maior compreensão e aproximação dos fiéis na liturgia eucarística, impulsionadas pelo emprego do missalbilíngue (latim e português), editado pelos monges de São Bento, contendo o rito eucarístico e os textos das leiturasdominicais e cotidianas. No Brasil, é relevante o contributo dos mosteiros beneditinos de Salvador e Rio de Janeiro, influenciados pelas abadias de Bruges, na Bélgica; Solesmes, na França; Subiaco, na Itália; São Domingos de Silos, na Espanha; Singeverga, em Portugaletc.

Antes desses movimentos que marcaram época na vida do catolicismo, a missa era pouco compreendidapelos cristãos. Sua participação resumia-se à recitação decor de uma parte do Rosário de Nossa Senhora (composto de cento e cinquenta Ave-Marias, cuja terça parte passou a ser chamada de Terço) e outras orações lidas de um manual religioso, como o Adoremus. Durante a cerimônia, alguns rezavam a prece mariana. Mas, a maioria desconhecia a estrutura de um Terço e dos ritos litúrgicos da missa. Provavelmente, d surge o axioma: “Não sabe da missa um terço.” Donde se infere que a expressão popular alude à oração mariana (não à terça parte). A máxima aqui citada é uma advertência sobre o desconhecimento, a superficialidade ou leviandade em comentar fatos sem o seu domínio adequado ou devidamente embasado. Reveste-se de alienação ouignorância. É um convite ao aprofundamento, à prudênciae ao comedimento nos comentários, juízos ou opiniões. Contra essa atitude, Cristo já se insurgia no Sermão da Montanha: “Não julgueis e não sereis julgados, pois com o julgamento com que julgardes, sereis julgados” (Mt 7, 1).