Tapioca com camarão combina nessa eleição?

Padre Murilo e Tapioca: ligados na política de Parnamirim

O jornalista Valdemir Tapioca, pré-candidato a vice de Taveira, vem dando o seu recado nas comunidades carentes de Parnamirim. Caso seja rejeitado pelo coronel, como companheiro de chapa, vai disputar a eleição de vereador, mas o seu discurso será pregando o voto camarão. Ou seja, não pedirá votos para prefeito, pois tem grande amizade com todos os outros candidatos e precisa deles na disputa eleitoral.

Tapioca é bastante querido na periferia parnamirinense. Os amigos mais próximos o aprovam e afirmam que, agora, com o incremento do camarão, será uma maravilha. Se ligue, Taveira, o pré- candidato a vice já mandou o recado.

” Maria está peneirando goma e massa de tapioca… Tá, Tá, tapioca”… Nessa eleição, em Parnamirim, só vai dar goma, camarão e tapioca.

As panteras de Nova Parnamirim se unem para conquistar uma vaga na Câmara

 

Três loiras de Nova Parnamirim resolveram se unir e invadir a cidade. Deni Marinho, Lucinha Thiago e Walkiria Fonseca, que eram adversárias no maior colégio eleitoral nas disputas proporcionais, agora estão juntas para eleger Deni vereadora de Parnamirim.

Esse movimento é considerado um dos mais fortes, pois a imagem faz uma associação com as campanhas do saudoso ex-prefeito Agnelo Alves, que tinha na figura de Lucinha Thiago, a vice prefeita ideal em qualquer chapa. Tanto é que a indicou para a chapa de Maurício Marques, em 2012.

A foto causou um rebuliço na proporcional e fez a classe política repensar figuras talentosas, como a ex-vereadora Walkiria Fonseca, que é considerada uma maiores articuladoras da política local e que estava em silêncio até esse momento.

Deni montou um time fortíssimo para chegar no outro lado da cidade e ficou com um cartão postal bem apresentável no Avante. As panteras de Nova Parnamirim têm talento, serviços prestados e coragem para lutar por uma Parnamirim melhor e mais feliz.

 

 

Parnamirim há vinte anos sob o poder do mesmo grupo: Agnelo fez Maurício, que fez Taveira

Gilson Moura
Jornalista e advogado

O fim de um ciclo. O grupo liderado por Agnelo Alves contabiliza 20 anos no poder com o fim da gestão de Taveira. O ex-prefeito Maurício Marques, que anda sumido e nem telefone atende, gravou um vídeo para comemorar, in memória, o aniversário do velho alcaide, que completaria 88 anos.

O vídeo exibido por Maurício demonstra o fim do ciclo político desse grupo que vem governando a cidade por todo esse tempo. Agnelo fez Maurício e Maurício fez Taveira. Quem idealizou, trabalhou e gastou foi você, Maurício, ou esqueceu desse “detalhe”? Quem lutou contra a eleição de Taveira, que ainda está denunciando e gritando contra o seu projeto de poder, é a vereadora Nilda, que muitos de vocês só aceitam como vice, mesmo ela estando muito bem junto ao eleitorado parnamirinense.

Respeitar a memória de Agnelo é relembrar a eleição de 2010 para deputado estadual, quando o veterano político se virou nos trinta para se eleger, quando parte desse grupo liderado Maurício votava em Taveira, Sérgio Andrade e Mineiro, além de ajudinha a Fabinho, com o único objetivo de enfraquecer politicamente Agnelo, temendo o seu retorno à prefeitura. Detalhe: daquela campanha, Karla Simone se infiltrava nas passeatas de Agnelo distribuindo material de Taveira e um assessor de Agnelo percebeu e expulsou a auxiliar de Maurício do movimento.

Só lembrando que o então vereador coronel Taveira já estava sendo preparado para fechar esse ciclo de 20 anos de poder. Só lembrando, mais uma vez, que entre duas noites existe uma madruga no meio. Era assim que dizia o ex-deputado federal Odilon Ribeiro Coutinho.

Ministério Público Federal quer reabertura de base do Tamar em Parnamirim

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação civil pública (ACP) contra a União e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para que seja reaberta a Base do Centro Tamar localizada na praia da Barreira do Inferno, em Parnamirim (RN). O local é um dos que registra a maior densidade de ninhos da chamada tartaruga-de-pente, espécie criticamente ameaçada de extinção e em risco constante em decorrência do desenvolvimento costeiro desordenado. A base era responsável pela fiscalização de todo o litoral potiguar.

Em meio à pandemia de covid-19 e sem o devido debate com a sociedade, o ICMBio – autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente – editou a Portaria 554, no último dia 25 de maio, e extinguiu as bases do Tamar em Parnamirim e as de Arembepe em Camaçari (BA) e Pirambu (SE). A ACP proposta no RN requer a anulação do inciso II do art. 6º dessa portaria, que trata especificamente do fechamento da base no litoral potiguar.

O procurador da República Camões Boaventura, autor da ação, cobra o restabelecimento da estrutura administrativa da base, “nos moldes do modelo anterior”, e requer da Justiça a condenação do instituto e da União de forma a impedir que inviabilizem o funcionamento desse órgão, seja pela redução de recursos materiais ou humanos.

Contradição – O próprio IMCBio, em nota enviada ao MPF, reconhece a importância da criação da base como um dos fatores primordiais para o crescimento do número de desovas de tartarugas marinhas no litoral potiguar, nos últimos 10 anos. O local sediava atividades de pesquisa, monitoramento, fiscalização de licenciamento e educação ambiental, com papel de destaque na proteção, conservação e preservação das tartarugas marinhas.

“(…) a extinção do Centro Tamar em Parnamirim/RN sem lastro científico sobre as consequências ao ambiente e também sem o indispensável debate plural, técnico e amplo relacionado ao tema, constitui medida que colide frontalmente com os princípios e as regras ambientais vigentes”, resume Camões Boaventura.

A nota do ICMBio, ao mesmo tempo que atribui o aumento no número de ninhos dessas tartarugas à implantação de estruturas como a base de Parnamirim, se contradiz apontando como “adequado” seu fechamento. O monitoramento no local passaria a ser “terceirizado”, ficando a cargo de outras organizações governamentais e não governamentais. “Apesar da importância do trabalho desenvolvido por essas organizações (…), tais entidades não possuem a atribuição legal para o exercício do poder de polícia ambiental”, adverte o representante do MPF.

Ameaças e desmonte – Outra alegação do instituto para o fechamento é de que “ocorre no estado um reduzido número de encalhes (de tartarugas marinhas) se comparado a outras regiões do litoral”, sendo que, na verdade, os principais riscos à vida desses animais estão no aumento do desenvolvimento costeiro desordenado, do tráfego de veículos nas praias, da erosão costeira, da atividade pesqueira e do turismo desordenado.

Quanto à redução da equipe de analistas ambientais do Tamar, mais uma das justificativas incluídas na nota, para o MPF “pode ser compreendida como uma confissão implícita de que a extinção da Base Tamar de Parnamirim não se trata de uma opção administrativa decorrente da oportunidade e conveniência”. O Ministério Público entende que a autarquia reconhece, indiretamente, que o fechamento é consequência do desmonte da estrutura de preservação ambiental em todo o País.

Boiada – A ação reforça que a portaria foi editada em um contexto no qual o próprio ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou – na reunião ministerial de 22 de abril – que pretendia utilizar o atual momento de pandemia como “oportunidade” para promover modificações de normas ambientais (“passar a boiada”), longe da atenção da opinião pública.

Para o MPF, a portaria em particular confronta diversos princípios constitucionais, precarizando a proteção à fauna marinha, representando um retrocesso na promoção do meio ambiente saudável, além de resultar na irregular extinção de um órgão público mediante portaria, sem contar a falta de procedimentos adequados para a discussão da medida. Enfraquece ainda o poder de polícia ambiental em área considerada prioritária, desrespeitando outras normas do próprio ICMBio e o Plano de Ação Nacional para a Conservação das Tartarugas Marinhas (de 2017).

Relevância – O Projeto Tamar foi criado em 1980 e é reconhecido internacionalmente como uma das mais bem-sucedidas experiências de conservação marinha. O litoral do Rio Grande do Norte abriga a maior densidade de bolsões de desovas de tartaruga-de-pente em todo o Atlântico Sul, com destaque para a faixa de praias que vai de Natal até a divisa com a Paraíba.

O Tamar protege as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). São 1.100 quilômetros de praias monitoradas, incluindo áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses animais, do Rio Grande do Norte até Santa Catarina.

Os cuidados são fundamentais, tendo em vista a ameaça de extinção dessas espécies e também o fato de que, de cada mil filhotes nascidos, apenas um ou dois atingem a idade adulta.

A ação civil pública irá tramitar sob o número 0804507-14.2020.4.05.8400.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República no RN