Inteligência Artificial vai trazer mais eficiência para as câmaras municipais do RN

O presidente da Câmara de Parnamirim, vereador Wolney França, participou de evento onde foi assinado Termo de Cooperação, entre o Tribunal de Contas do Estado, FECAM/RN e a UFRN, buscando o compartilhamento de tecnologia com as câmaras municipais do estado.

A assinatura ocorreu durante evento promovido pela Escola de Contas do TCE sobre “Inteligência Artificial aplicada às ouvidorias dos municípios do RN”, nesta quarta-feira (19), no auditório do órgão.

O objetivo é a cessão de ferramenta de Inteligência Artificial desenvolvida pela universidade, o robô Kairós, para o Poder Legislativo dos municípios, por meio da FECAM/RN. Pelo projeto, o sistema é utilizado nas Ouvidorias de instituições públicas, otimizando processos e diminuindo tempo médio de respostas.

“O TCE/RN intermedia este processo por ter tido êxito na utilização da ferramenta e é uma satisfação fazer parte deste processo de inovação no serviço público, garantindo mais qualidade e celeridade às instituições e, em breve, levaremos esta tecnologia para a nossa Câmara de Parnamirim”, afirmou Wolney França, que também é o presidente Eleito da FECAM/RN.

No evento, que teve a presença da Ouvidora da Câmara Municipal de Parnamirim, Maria Edinara Mesquita Bueno, o documento foi assinado pelo Conselheiro Presidente do TCE/RN, Gilberto Jales, pelo Conselheiro da Escola de Contas do TCE/RN, Tarcísio Costa, pelo atual presidente da FECAM/RN, vereador Ivanildo do Hospital, e pelo Diretor Geral do Inst. Metrópole Digital, José Ivonildo do Rêgo. Também estiveram presentes autoridades, vereadores e população em geral.

Camara Municipal de Parnamirim

Raro eclipse solar híbrido ocorre nesta quinta, mas não será visível no Brasil

Eclipse solar total é visto no Oregon, nos Estados Unidos, em foto de 21 de agosto de 2017. — Foto: NASA/Aubrey Gemignani

O primeiro eclipse solar do ano ocorre na madrugada desta quinta (20), no horário de Brasília. Embora ele NÃO seja possível de ser observado do Brasil, espectadores sortudos da Austrália, Timor Leste e Indonésia conseguirão flagrar um fenômeno ainda mais especial este ano. Isso porque o eclipse desta quinta será híbrido, algo que acontece somente a cada 10 anos.

Assim, dependendo da localização, moradores desses países irão presenciar ou um eclipse solar anular ou um eclipse solar total. Mas o que é isso quer dizer? Primeiro, precisamos entender que um eclipse solar ocorre quando a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra de uma maneira que ela acaba lançando uma sombra sobre a Terra.

A Lua então bloqueia a entrada de luz solar que chega à Terra. Às vezes, a Lua bloqueia apenas parte da luz do Sol, no chamado eclipse solar parcial ou anular. Já quando a Lua bloqueia toda a luz do Sol, temos um eclipse solar total.

Entenda os diferentes tipos de eclipse assistindo ao vídeo abaixo:

Veja a diferença nas fotos a seguir:

Eclipse solar total:

Foto mostra Sol totalmente encoberto pela Lua durante eclipse solar total nesta segunda-feira (14). — Foto: Ronaldo Schemidt/AFP

Eclipse solar anular:

A lua passa entre o sol e a terra durante eclipse solar anular visto de Cingapura — Foto: REUTERS/Tim Chong

Assim, como é possível ver nas imagens acima, em um eclipse solar total, a Terra, a Lua e o Sol se alinham de tal forma e em uma posição tão exata que toda a estrela do nosso sistema é “tampada” da perspectiva da Terra – é possível ver apenas a coroa, a atmosfera do Sol.

No caso do eclipse solar anular, ainda há um alinhamento entre os três corpos celestes, mas com um distanciamento um pouco maior da Lua em relação ao nosso planeta. O resultado é a formação de um “anel de fogo” no céu.

Na madrugada desta quinta, então, espectadores desses países da Oceania poderão observar um desses fenômenos. Segundo a Nasa, a agência espacial norte-americana, o evento terá início já perto das 22h da noite desta quarta-feira (20) no horário de Brasília, mas atingirá seu pico de 1h da manhã da quinta-feira. De acordo com o Observatório Nacional, o último eclipse híbrido ocorreu em novembro de 2013, e o próximo eclipse solar híbrido – depois do deste ano – só ocorrerá em novembro de 2031.

Quando veremos um eclipse solar no Brasil?

O próximo eclipse solar no Brasil é do tipo anular e será em 14 de outubro de 2023. Estados da região Norte e Nordeste poderão assistir a versão total, enquanto a versão parcial será vista em todo o país. Cidades como Natal (RN), João Pessoa (PB), Juazeiro do Norte (CE) e São Félix do Xingu (PA) terão a sorte de observar o “anel de fogo” ao redor da Lua criado pelo nosso Sol.

Por outro lado, em boa parte do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, quem olhar para o céu perto das 15h da tarde do dia 14 de outubro verá o nosso astro meio que “mordido” pela Lua. Isso acontece porque um eclipse solar parcial sempre acompanha um eclipse solar anular. Estados Unidos e a América Central também terão a visão privilegiada do evento astronômico. Já os eclipses lunares não serão tão marcantes este ano, pelo menos para o Brasil.

Eclipses de 2023

  • ☀️ 20 de abril – Eclipse solar total (não visível no Brasil)
  • 🌗 5-6 de maio – Eclipse lunar penumbral (não visível no Brasil)
  • ☀️14 de outubro – Eclipse solar anular (visível em boa parte do país)
  • 🌗 28-29 de outubro – Eclipse lunar parcial (visível em uma pequena parte do país)

Fonte: www.g1.globo.com

Operação cumpre 10 mandados de internação de menores em investigações contra ataques em escolas

Foto: Divulgação/CBMSC.

A operação Escola Segura cumpre 10 ordens para internações provisórias de menores de idade investigados por envolvimento em planejamentos de ataques a escolas nesta quarta-feira, 19. A ação integra agentes da Polícia Civil de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Ao todo, também estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 11 afastamentos de sigilo de dados de adolescentes investigados. O objetivo da força-tarefa é dar cumprimento às ordens judiciais deferidas pela Vara da Infância e Juventude da Comarca de Blumenau.

As investigações tiveram início após o ataque na Creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), no último dia 5. O autor do crime, maior de idade, foi indiciado por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio quadruplamente qualificados. Ele permanece preso.

Além da Polícia Civil de cinco estados, em Santa Catarina, a operação é coordenada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e pelo Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos do MPSC (CyberGaeco). A operação é capitaneada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, a operação segue em andamento na manhã desta quarta e os dados obtivos na ação serão divulgados ainda neste início de tarde. A reportagem também solicitou mais detalhes ao Ministério Público de Santa Catarina, mas não obteve retorno até a última atualização da matéria.

Fonte: www.terra.com.br

Escola do Legislativo completa 18 anos

Câmara Municipal de Parnamirim

No dia 22 de março, a Escola do Legislativo Professora Eva Lúcia Bezerra de Mendonça completou 18 anos de fundação. O setor, instituído em 2005 por meio do Projeto de Resolução 002/2005, é pioneiro em âmbito estadual no fornecimento de “suporte conceitual de natureza técnico-administrativa às atividades da Casa Legislativa”, como descreve o guia “Expandindo Conhecimento – março/2023”, desenvolvido em homenagem ao aniversário da escola.

Com isso, a Escola do Legislativo auxilia na elaboração das propostas de cursos, palestras e oficinas, e sua disponibilização aos funcionários da Casa, por meio de parceria com profissionais e organizações. O propósito desta iniciativa é direcionar aos servidores conhecimento e desenvolvimento em diversas áreas que, quando dominadas, podem ampliar o desempenho de toda a instituição em relação à prestação de serviços aos parnamirinenses.

O que a Escola do Legislativo representa para a Presidência e a Direção?

Para o presidente da Casa, vereador Wolney França, a ideia de implantação da escola do legislativo é inovadora. “Em meu ponto de vista a escola traz um serviço que, aparentemente seria oferecido apenas pelo Poder Executivo, mas essa barreira foi quebrada há 18 anos aqui em Parnamirim, e é um estímulo para outras Câmaras criarem suas escolas”. O edil também manifesta sua esperança de que estes cursos oferecidos sejam, um dia, contemplados pela população.

Já o diretor da Casa, Marcelo Noronha, vê a escola como uma “impulsionadora de conhecimentos, de melhoria da qualidade do serviço prestado pela Casa, principalmente quando esses ensinamentos são voltados para o âmbito do trabalho legislativo”.

O que diz a Escola do Legislativo?

Para Senadath Baracho, pedagoga da Escola do Legislativo, o objetivo é que “cada servidor, que cada parlamentar compreenda a dimensão da importância da Escola para a democratização do acesso aos saberes produzidos nesta Casa. Que possamos a cada dia fortalecermos a Escola entendendo-a como ferramenta para a qualificação profissional dos servidores e parlamentares; como propulsora do bem-estar ao oportunizar momentos formativos, de reflexão sobre o cotidiano institucional e partilhas; para a democratização dos saberes aqui produzidos”.

Mais informações estão no Guia Pioneirismo na Câmara Municipal de Parnamirim – 18 anos da Escola do Legislativo Professora Eva Lúcia Bezerra de Mendonça. O material pode ser acessado clicando aqui

Fonte: Malu Figueiredo Ascom / CMP

URGENTE: Prefeito de São José do Campestre é assassinado a tiros em sua residência

Neném Borges havia sido eleito no pleito de 2020 com mais de 60% dos votos (Foto: Reprodução)

Na madrugada desta quarta-feira (19), o prefeito do município de São José do Campestre, Joseilson Borges da Costa, o Neném Borges (MDB), foi assassinado em sua própria residência. O prefeito tinha apenas 44 anos e havia sido eleito no pleito de 2020 com mais de 60% dos votos.

De acordo com informações, criminosos invadiram a casa do prefeito por volta de meia-noite e efetuaram cerca de quatro disparos contra ele que estava sentado no sofá. A Polícia Militar está no local em busca de informações sobre os responsáveis pelo crime.

A notícia do assassinato chocou os moradores de São José do Campestre, que é um pequeno município do Rio Grande do Norte, com pouco mais de 12 mil habitantes. Neném Borges era bastante querido pelos seus eleitores e tinha uma trajetória política promissora pela frente.

Brasileira morre após ser atropelada enquanto trocava pneu do carro nos EUA

Foto: Reprodução/Go Found Me

Uma brasileira de 21 anos morreu, na manhã desta terça-feira, 18, após ser atropelada em uma sequência de acidentes enquanto trocava o pneu do carro, na Geórgia, nos Estados Unidos. Eduarda Romano da Silva é natural de Itaguari, Goiás, e morava com a mãe fora do país. A família fez uma campanha de arrecadação para fazer o translado do corpo até o Brasil.

De acordo com a reportagem de Augusto Sobrinho, do jornal O Popular, o tio da jovem, Salmo Vieira, contou que ela voltava da academia quando ocorreu o acidente. O pneu do veículo furou e ela parou para trocar. “Neste momento, outro veículo atingiu o carro dela”, afirmou o familiar.

Essa foi a primeira colisão. Quando Eduarda e o motorista do segundo carro estavam do lado de fora, foram atropelados por outro automóvel. Ambos morreram no local. Ainda conforme o jornal local, outros dois veículos se envolveram no acidente.

“Minha irmã [mãe da brasileira] está muito abatida. Estamos estudando o jeito para realizar o velório da minha sobrinha em Itaguari”, afirmou. A família precisa de $ 30 mil para fazer o translado do corpo, e por isso, fizeram uma campanha de arrecadação online. Até a noite desta terça, eles já haviam conseguido a doação de mais de $ 19 mil.

Fonte: www.terra.com.br

Por que tantos brasileiros estão se mudando para o Paraguai

Arquivo pessoal – Felipe Monteiro, de Mazagão (AP), está cursando o quinto ano da faculdade de medicina no Paraguai

Quando tinha 17 anos, Felipe Monteiro soube na sua terra natal, a cidade de Mazagão, no Amapá, que um conterrâneo havia estudado Medicina no Paraguai e, hoje, exerce a profissão no Brasil. Agora, aos 24 anos, Monteiro cursa o quinto ano da faculdade de Medicina no país vizinho. Ele é um dos milhares de brasileiros que hoje se preparam para essa carreira no Paraguai. Os brasileiros são quase a totalidade entre os universitários de Medicina, de acordo com estimativas oficiais. “Na minha sala, somos 80 alunos e só 2 são paraguaios. Tem aluno de Santa Catarina, do Rio de Janeiro, de Rondônia, do Acre, do Amazonas”, conta Monteiro à reportagem.

A carreira universitária é um dos vários exemplos da forte presença brasileira no Paraguai, onde os principais motores da economia – do agronegócio ao setor têxtil e de autopeças, entre outros – têm participação decisiva de investidores brasileiros, de acordo com autoridades do governo, empresários e analistas ouvidos pela BBC News Brasil.

E o que tem motivado essas mudanças? Estudantes relatam custos de estudo mais interessantes no Paraguai e empresários e investidores são atraídos pelo sistema de impostos, facilidades para exportação ao Brasil, oferta de energia elétrica e de mão de obra (leia mais relatos abaixo).

A ampla presença brasileira hoje no Paraguai já não está restrita aos chamados “brasiguaios”, termo usado para se referir a brasileiros que se estabeleceram no país, principalmente, no setor da soja, explica o economista Fernando Masi, diretor do Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia.

Em 2021, segundo os dados mais recentes do Itamaraty, o Paraguai é o primeiro destino dos imigrantes brasileiros na América Latina, com cerca de 246 mil pessoas. O número representa quase 30 mil brasileiros a mais vivendo no país vizinho do que em 2016. Mas estimativas locais apontam que o número pode ser na realidade muito maior que o oficial, já que nem todos se registram nos consulados, que são a base para o levantamento do Itamaraty.

A presença brasileira no Paraguai representa quase a metade do total de 596 mil brasileiros que moram em outros países da América do Sul. Com uma população de 6,7 milhões de habitantes, o Paraguai tem, por exemplo, praticamente o triplo de cidadãos do Brasil do que a Argentina, que tem quase 46 milhões de habitantes e, oficialmente, 90 mil brasileiros.

No mundo, Paraguai é o terceiro país, depois dos Estados Unidos (1,9 milhão) e de Portugal (275 mil), com a maior comunidade brasileira. A maior concentração fica em Ciudad del Este, onde vivem 98 mil brasileiros, mais do que os 80 mil de Buenos Aires, segundo dados oficiais.

‘Praticamente em casa’

O universitário Felipe Monteiro vive em Ciudad del Este, onde frequenta uma igreja evangélica fundada por brasileiros. Ele diz que se sente praticamente em casa. “Moro a dois quilômetros da Ponte da Amizade (que liga Ciudad del Este a Foz de Iguaçu, no Brasil), e, aqui, os paraguaios falam português”, afirma Monteiro, que pretende ser o primeiro médico da família.

O preço da universidade e o custo de vida no Paraguai foram os motivos que o levaram a viver no país. “Tenho uma prima que estuda Medicina em uma universidade particular em Belém e paga mensalidade de R$ 8 mil reais. Aqui, comecei pagando R$ 1,2 mil e, agora, são R$ 1,9 mil, porque há um aumento anual à medida que passamos de ano. Mas é acessível”, diz.

Seu colega no quinto ano de faculdade, o cearense Pedro Nogueira, de 38 anos, era formado e trabalhava como administrador de empresas quando vendeu o que tinha para estudar Medicina em outro país vizinho, a Argentina. Mas ele conta que a escalada inflacionária argentina o levou a pedir transferência para a na Universidade Integración de las Américas, no Paraguai.

Arquivo pessoal – ‘Ficou caro e pedi transferência para cá. Mesmo assim, está valendo muito a pena’, diz Pedro Nogueira sobre mudança da Argentina para o Paraguai

“Na Argentina, era inadmissível não falar espanhol na sala e nas provas orais. No Paraguai, é diferente. Todo mundo fala português. Hoje, agradeço a metodologia argentina. Mas ficou caro e pedi transferência para cá. Mesmo assim, está valendo muito a pena”, diz Nogueira.

Ele calcula que, entre a mensalidade e os gastos cotidianos, incluindo aluguel, suas despesas giram em torno de R$ 3,5 mil. “Já vi gente no Brasil não disfarçar o preconceito quando contei que estudo Medicina no Paraguai. Mas meu plano é ser um médico como os outros que estudaram no Brasil ou em qualquer lugar. Tenho parentes médicos que estudaram na Bolívia, revalidaram o diploma e, hoje, exercem a profissão no Brasil”, afirma.

O Conselho Nacional de Educação Superior (Cones), responsável pela educação universitária no Paraguai, estima que 30 mil estudantes cursem Medicina nas universidades públicas e privadas paraguaias, “dos quais 95% a 97% seriam de origem brasileira”. A maioria dos universitários brasileiros está concentrada, principalmente, nas universidades privadas, segundo a assessoria de imprensa do Cones. De acordo com o órgão paraguaio, houve um boom de novas instituições privadas de ensino superior no país entre 2006 e 2010, com a abertura de 28 universidades e 23 institutos superiores, a maioria na área da saúde.

‘Eldorado empresarial’

No âmbito empresarial e de investimentos, o Paraguai é visto como um “eldorado”, como define o diretor da Câmara de Comércio Paraguai Brasil, Junio Dantas, à BBC News Brasil. “É um país que oferece muitas oportunidades, principalmente para os Estados vizinhos, como o Paraná, Mato Grosso do Sul e também Santa Catarina. O Paraguai é um país que dá uma vantagem competitiva muito grande na parte fiscal.”

Dantas, que tem uma empresa de tecnologia no país, diz que há brasileiros em todas as áreas, principalmente no agronegócio. “A mão de obra aqui é abundante. É muito bom trabalhar com os paraguaios. A energia elétrica é muito barata, porque é abundante. A proximidade com o Brasil ajuda bastante e o sistema de impostos torna o país atraente e competitivo para investimentos”, diz.

O Paraguai compartilha a hidrelétrica de Itaipu com o Brasil e a de Yacyretá com a Argentina. O país possui leis de incentivo fiscal e de geração das chamadas maquilas, que fazem parte da cadeia produtiva entre os dois países, como explica à BBC News Brasil o vice-ministro de Indústria do Ministério da Indústria e Comércio, Francisco Ruiz Díaz.

As maquilas paraguaias foram criadas para atrair investimentos e gerar empregos, diz Ruiz Díaz. Nesse regime, as empresas importam insumos que são usados em uma fábrica no Paraguai e os exportam transformados no produto final, sem pagar impostos e pagando apenas 1% como seguro da operação realizada, explica o vice-ministro.

A inspiração para este modelo veio do sistema mexicano em sua aliança comercial com os Estados Unidos. “Setenta por cento das exportações do Paraguai para o Brasil são resultado da maquila. Um exemplo é o setor têxtil. As empresas brasileiras trazem a linha do Brasil, fabricam o tecido aqui e o enviam para as confecções no Brasil”, afirma.

Getty Images – Paraguai é o terceiro país, depois de EUA e Portugal, com a maior comunidade brasileira

Os brasileiros, diz o vice-ministro, estão presentes nas áreas de bioetanol, de grãos e de carnes, por exemplo. “No caso da carne bovina, temos aqui frigoríficos brasileiros que exportam o produto para o Brasil e outros países”, afirma.

Dantas, da Câmara de Comércio Paraguai Brasil, diz que a entidade estima que cerca de 400 mil brasileiros estejam presentes no Paraguai, principalmente na região da fronteira – número bem maior do que o contabilizado pelo Itamaraty.

Mas por que esta forte presença brasileira no país vizinho? Ruiz Díaz diz que isso é resultado de um processo que se acelerou a partir de 2003-2004, com o boom das commodities. Ele lembra que, até os anos 1940, o Paraguai era um país dependente das exportações para a Argentina. Mas, nas décadas seguintes, sucessivos governos passaram a buscar maior aproximação com o Brasil, com a estratégia de aumentar a população na região de fronteira, com o estímulo da distribuição de terras.

No entanto, com as dificuldades geradas pela falta de infraestrutura, muitos desistiram desses terrenos ou os venderam por preços baixos. Com o passar dos anos, esta região passou a prosperar, e leis criadas nos anos 1990, diz o vice-ministro, como as de incentivos fiscais e de maquila, passaram a ser aproveitadas nos anos 2000 – principalmente pelos investidores brasileiros, quando começaram a precisar de máquinas para desenvolver seus empreendimentos no território paraguaio.

Ruiz Díaz acrescenta que as sucessivas crises econômicas argentinas acabaram complicando a aproximação e o intercâmbio com esse outro país vizinho. “Quando a gente olha para a história do Brasil e da Argentina, o Paraguai é, entre todos os países do Mercosul, o que mais demorou em se desenvolver”, diz.

Para ele, seu país passou a ser atraente não só pela simplificação fiscal, mas pelas oportunidades que existem no país. “Quando olhamos os números…Em 2003, na área de maquila, as exportações eram de US$ 5 milhões (anuais) e, agora, superam US$ 1 bilhão. Vinte vezes mais”, disse.

Para Ruiz Díaz, no caso das maquilas, ou maquiladoras, a guinada ocorreu a partir de 2013, com a instalação de empresas de autopeças no Paraguai que exportam o produto às montadoras no Brasil.

“O Paraguai tem energia abundante e a mais barata da região, mão de obra farta, um sistema de impostos amigável, vantajoso. Isso permitiu que o Brasil se abastecesse de matéria-prima em condições muito competitivas.” O país conta hoje com a presença de empresas de vários países além do Brasil, como Japão, Alemanha e Estados Unidos.

Além da maquila e do sistema de impostos, Ruiz Díaz aponta que as reformas econômicas, que incluíram metas inflacionárias e fiscais, foram realizadas nos anos 2000 e mantidas ao longo deste tempo, contribuindo para gerar confiança entre investidores estrangeiros.

Desafios

Fernando Masi, do Cadep, diz, porém, que o próximo governo, que será eleito no dia 30 de abril, deverá buscar alternativas para ampliar a arrecadação de impostos para os investimentos necessários em infraestrutura e na área social. “A arrecadação tributária é muito baixa no Paraguai. Mas seja quem for, o eleito manterá a mesma política de equilibro macroeconômico que vem sendo aplicada no país”, afirma.

Pesquisas indicam que a disputa para a Presidência será principalmente entre Santiago Peña, do governista Partido Colorado, e Efraín Alegre, da opositora Concertación. Segundo Masi, a expectativa é que a economia paraguaia cresça entre 4,5% e 5% em 2023, bem acima da previsão de 1,4% para o Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Um dos principais desafios do Paraguai, disse o analista, é combater a pobreza, que atinge 27% da população, e a desigualdade social.

Masi acrescenta que a presença brasileira é hoje “muito mais visível” e diversificada do que até recentemente. “Antes, eram os chamados brasiguaios, que se dedicavam ao cultivo da soja. Hoje, são investidores em frigoríficos, em maquila, que está concentrada principalmente em autopeças, têxtil e plástico e gera muitos empregos no Paraguai. E, agora, estão também os estudantes, com uma forte presença em diferentes áreas, nos últimos dez anos”, diz o analista.

Dantas, da Câmara de Comércio Paraguai Brasil, que já morou em países da África e em Portugal e se estabeleceu no país vizinho há 25 anos, observa que a presença brasileira está sendo decisiva para a industrialização do Paraguai. “São mais de 200 maquiladoras operando no país. Entre 70% e 80% são de origem brasileira, o que demonstra a força do empresariado brasileiro no Paraguai.”

Fonte: www.bbc.com BBC News Brasil