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Espasmos golpistas

“Não falsifica a História somente quem inverte a verdade, senão também quem a omite.”
Rui Barbosa
Por mais que o grupo bolsonarista insista em reviver o fantasma do golpe, o país segue rumo à normalidade democrática. A última tentativa golpista foi a Câmara dos Deputados ousar fazer uma esdrúxula e inconstitucional compreensão sobre a possibilidade de suspender um processo penal instaurado pelo Supremo Tribunal contra um deputado federal. A Constituição é claríssima e permite a suspensão por atos praticados após a diplomação.
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A Câmara, em uma recaída golpista, tentou emplacar uma ampla e irrestrita interpretação para impedir um processo mesmo por fatos anteriores ao mandato. E o pior, houve quem sustentasse que os corréus, mesmo sem mandato, poderiam ser beneficiados. Ou seja, seria um passaporte para os criminosos. Bastaria uma organização criminosa, de qualquer tipo de crime – tráfico, pedofilia ou milícia – assumir que tem entre seus membros alguém com mandato para ter o privilégio de terem suspensas todas as ações penais. Um escárnio. Mesmo para o pensamento obtuso da extrema direita, a ideia soa estapafúrdia. Mas foi defendida para tentar livrar Bolsonaro e seu bando da cadeia.
A Resolução 18/2025, da Câmara dos Deputados, nos termos do artigo 53, §3º, da Constituição Federal, suspendeu, parcialmente, a ação penal 2668 em relação ao deputado federal e réu Alexandre Ramagem, única e exclusivamente no tocante aos atos posteriores à diplomação. Em outras palavras, o parlamentar não responderá, enquanto for deputado, pelos crimes de dano qualificado pela violência e de grave ameaça contra o patrimônio da União, bem como pelo delito de deterioração de patrimônio tombado. Continuará réu e será julgado pelos gravíssimos delitos por atentado à Democracia. Deve ser condenado, ainda neste ano, a aproximadamente 20 anos de cadeia e, quando terminar o mandato, ou perdê-lo por ser condenado, será julgado pelos crimes que tiveram a suspensão e deverá ser sentenciado a mais 4 ou 5 anos. É o que prevê o processo penal democrático.
Interessante notar o completo alheamento da realidade dos grupos de extrema direita e dos bolsonaristas raiz. Eles vivem em um mundo à parte. Pregavam que, se um general fosse encarcerado, ou se Bolsonaro fosse processado, o país iria parar. Milhões de pessoas tomariam as ruas. O general Braga Netto está preso preventivamente há 5 meses. Bolsonaro, outros generais e ministros viraram réus numa ação penal no Supremo e deverão ser condenados a aproximadamente 30 anos de prisão ainda neste ano. Na última manifestação pela anistia, os bolsonaristas colocaram 4 mil pessoas nas ruas. O mundo continua a vida normalmente. Mesmo com as frequentes tentativas de colocar em xeque a Democracia. São movimentos cansativos, sem respaldo popular e sem sustentação na sociedade. Espasmos golpistas frutos de um desespero dos fracassados.
Mas é preciso que continuemos atentos. Mais uma vez, o que se pretende é desgastar a imagem do Supremo Tribunal. Na realidade, o Poder Judiciário, especialmente a Corte Suprema, é que tem assegurado a estabilidade democrática. Dessa vez, a Câmara, por 315 de seus membros, votou com a consciência clara de que o STF teria que se manifestar impondo o claríssimo sentido do que prevê a Constituição. Mas sempre que se bate às portas do Supremo Tribunal, há uma tentativa de expor e de tentar fragilizar o Poder Judiciário.
Por isso, a narrativa da extrema direita de que a Corte passa dos limites, interfere nos outros poderes e é muito ativista. O Poder Judiciário é um Poder inerte. Só age se provocado. Mas, quando provocado, tem se colocado como sustentáculo do Estado democrático de direito. Outros ataques virão. E o que nos resta é cumprir a Constituição.
Lembrando-nos de Winston Churchill:
“É preciso coragem para levantar-se e falar, mas também é preciso coragem para sentar-se e ouvir.”

Legislativo municipal promove palestra sobre combate ao assédio no ambiente de trabalho

Buscando reforçar a importância de interações profissionais mais seguras, éticas e respeitosas, o vereador Michael Borges propôs a realização de uma palestra com o tema ” _Assédio Moral e Sexual no Ambiente de Trabalho_ “. O evento, ministrado pela promotora de Justiça e professora de Direito da UFRN, Érica Canuto, aconteceu nesta quinta-feira, 15, Plenário Dr. Mário Medeiros, na Câmara Municipal de Parnamirim.

A promotora apresentou ao público exemplos de comportamentos que configuram assédio moral e/ou sexual, ressaltando a importância de um ambiente de trabalho bem estruturado e seguro, onde as vítimas se sintam acolhidas e encorajadas a relatar os casos vivenciados. Além disso, destacou a importância da aplicação de penalidades adequadas às pessoas que adotam tais condutas de assédio.

Na ocasião, quatro pessoas presentes na plateia do plenário compartilharam experiências de assédio vivenciadas em seus respectivos ambientes de trabalho no município. Durante os relatos, foi destacada a relevância da palestra e a necessidade de debates como esse.

O vereador Michael Borges manifestou respeito e solidariedade às pessoas que participaram da palestra e, especialmente, àquelas que relataram situações de assédio em seus ambientes de trabalho. O parlamentar destacou que medidas concretas serão adotadas para combater esse tipo de conduta. “Vamos dar um basta e cobrar as penalidades”, afirmou.

Em concordância, o presidente da Casa Legislativa, Dr. César Maia, reafirmou seu comprometimento com a causa e se colocou à disposição para oferecer apoio e suporte às vítimas de assédio moral e/ou sexual no âmbito municipal. “Independentemente de onde vocês estejam, sempre haverá alguém disposto a ouvir. E, na Câmara, essa pessoa sou eu”, declarou.

Ao término da palestra, foi lançada a campanha “ _Assédio Moral, Nunca Mais!_ ”. A iniciativa aborda os aspectos legais e institucionais do assédio moral e sexual, além de apresentar estratégias de enfrentamento e os canais disponíveis para denúncia.

_*Assédio Moral, Nunca Mais!*_
O Legislativo tem demonstrado o compromisso com a temática por meio da aprovação de projetos de lei voltados à proteção das vítimas e à repressão de condutas desrespeitosas e ofensivas. Entre as medidas adotadas, destaca-se a Lei Ordinária nº 2.577/2025, sancionada no início deste ano, que proíbe a nomeação de pessoas condenadas por assédio moral para cargos de chefia, direção e assessoramento no município.

Destacam-se, ainda, a Lei Ordinária nº 1.676/2014, de autoria do então vereador Rosano Taveira, que trata da aplicação de penalidades para casos de assédio moral na administração pública municipal, e a Lei nº 2.208/2022, proposta pelo vereador Michael Borges, que institui o mês de maio como o Mês de Luta Contra o Assédio Moral em Parnamirim.

Texto: Lívia Mel, sob a supervisão de Kassandra Lopes
Foto: Luiz Thé