Inscrições para concurso público do TJRN terminam na segunda-feira (10)

Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Os interessados em participar do concurso público do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) têm até às 16h da próxima segunda-feira (10) para realizar a inscrição por meio do site da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os valores das inscrições variam de R$ 85,00 a R$ 110,00 a depender do cargo pretendido. Ao todo, o concurso do TJRN oferta 229 vagas, além de cadastro de reserva, e os salários iniciais variam de R$ 3.974,08 a R$ 7.301,18. Foram lançados três editais, contemplando níveis médio e superior.

No primeiro edital estão sendo ofertadas 32 vagas para o cargo de Analista Judiciário – Apoio especializado e duas vagas para o cargo de Oficial de Justiça – com remuneração inicial de R$ 6.637,44. Já no segundo edital estão sendo ofertadas 35 vagas para o cargo de Analista Judiciário – Apoio Especializado em Tecnologia de Informação. A remuneração inicial é de R$ 7.301,18. E no terceiro edital estão sendo ofertadas 160 vagas para o cargo de Técnico Judiciário – Área Judiciária. A remuneração inicial é de R$ 3.974,08.

Provas

As provas objetiva de múltipla escolha e a de escrita discursiva, ambas de caráter eliminatório e classificatório, para os cargos de Analista Judiciário – Apoio especializado, Oficial de Justiça e Analista Judiciário – Apoio Especializado em Tecnologia de Informação serão realizadas em Natal, Mossoró e Caicó, no dia 4 de junho de 2023, das 8h às 13h, segundo o horário oficial de Brasília.

Já a prova objetiva de múltipla escolha e a escrita discursiva, ambas de caráter eliminatório e classificatório, para o cargo de Técnico Judiciário – Área Judiciária serão realizadas em Natal, Mossoró e Caicó, no dia 11 de junho de 2023, das 8h às 12h30, segundo o horário oficial de Brasília.

Os locais para realização da Prova Objetiva e da Prova Escrita Discursiva serão divulgados AQUI!
Fonte: www.tribunadonorte.com.br

Muito barulho por lucro


Primeiro foi com Bond, James Bond. Como anotei dia desses, este ano, em que comemoramos o septuagésimo aniversário do Agente 007, os herdeiros do escritor britânico Ian Fleming (1908-1964), que guardam os seus direitos autorais, decidiram publicar novas edições dos livros de Bondexpurgando a linguagem dita racista e, por conseguinte, ofensiva a muitos leitores contemporâneos. Um expurgo suave foi prometido pela família/editores, para ficar o mais próximo possível do original e da época em que os romances foram escritos e originalmente publicados.

O mesmo se dá agora com as investigações de Hercule Poirot e Miss Marple, os famosos detetives da minha amiga Agatha Christie (1890-1976), celebrada como a “Rainha do Crime”. Vi isso quando dei de cara com a manchete do caderno Style da CNN americana: “Agatha Christie’s classic detective novels edited to remove potentially offensive language”. A CNN, por sua vez, já faz referência a uma manchete/matéria até mais assertiva do britânico The Telegraph: “Agatha Christie classics latest to be rewritten for modern sensitivities”.

Não é a primeira vez que minha amiga Agatha passa por esse tipo de constrangimento. Já expliquei aqui o problema com o clássico Ten Little Niggers (O caso dos dez negrinhos,1939), que teve de mudar de título algumas vezes, para Ten Little Indians, The Nursery Rhyme Murders e And Then There Were None”. Mas agora essas mudanças foram mais generalizadas.

Os romances de Agatha Christie datam de 1920 a 1976, iniciando com The Mysterious Affair at Styles” (1920) e fechando a conta com Curtain: Poirot’s Last Case” (1975) e “Sleeping Murder”, este o “último caso” de Miss Marple, publicado já postumamente. Segundo as matérias da CNN(autoria de Toyin Owoseje) e de The Telegraph (por Craig Simpson), logo em The Mysterious Affair at Styles, a descrição de Poirot sobre outra personagem como “um judeu, claro” foi retirada da nova versão.por toda a edição revisada da coleção de contos Miss Marples Final Cases and Two Other Stories”, a palavra “nativo” foi substituída por “local”, e um trecho descrevendo um empregado de casa como “negro” e “sorridente” foi revisada e essa personagem é agora simplesmente referida como obediente/prestativo, sem qualquer alusão à sua raça. E no romance Death on the Nile”, de 1937, referências ao “povo núbio” foram removidas ao longo de toda a obra. Esses são apenas alguns exemplos da coisa.

Reitero aqui que acho essa preocupação com a linguagem ofensiva válida. Importantíssima. Mas também ressalto minha preocupação com os exageros que podem ser cometidos. Que vão desde a alteração do original em si, para melhor ou para pior(sei lá), mas que podem descaracterizar a obra “bulida”. Há sempre editores buliçosos demais, é fato. Até a questão fundamental pertinente à liberdade de expressão, podendo-se cair na censura ou no banimento da obra/autor, ou no tal “cancelamento” como se diz hoje, por motivações políticas, religiosas, sexuais e sociais, a partir do gosto da turma de plantão.

Todavia, os casos seguidos de James Bond/Ian Fleming e de Hercule Poirot/Miss Marple/Agatha Christie, figuras tão badaladas, que vendem aos tubos e arrecadam milhões de libras esterlinas, tanto no papel como no cinema e na TV, com suas novas edições expurgadas, me fizeram pensar em uma novel explicação para o sucedido.

Não vou desmerecer o motivo nobre de se remover a linguagem literária potencialmente ofensiva em respeito a padrões civilizatórios mais elevados e escorreitos. Pode ser. Deve ser isso. Tenho fé na humanidade. Mas também acredito em motivos mais terrenos (mais pé no chão, como se diz). Há todo um mercado de “mentalidades mais sensíveis”. Pode-se vender a esse mercado mais livros, até porque é uma edição “diferente”. Ademais, o politicamente correto normalmente gera um engajamento positivo, um marketing positivo, isso é fato. Por fim, mesmo o engajamento neutro ou até negativo causa barulho. Traz Fleming e Christie à ribalta novamente (se é que eles estiveram um dia de fora). Com mais intensidade certamente. Debate, barulho, no caso da literatura, do cinema e da TV, gera marketing espontâneo e vendas. Com mais ganho,seguramente. O mercado – e o editorial não foge à regra – é bom, bruto e sabido.

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República

Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

Por que investimento bilionário em segurança nas escolas não impediu aumento de ataques nos EUA

Crédito: Getty Images

Os Estados Unidos vivem um paradoxo: o país nunca investiu tanto em medidas para aumentar a segurança escolar. E, ainda assim, nunca viu tantos massacres em escolas e universidades como nos últimos anos. E é desta contradição que podem surgir respostas para uma das mais acaloradas discussões do atual debate público brasileiro: como prevenir e conter massacres escolares, que tem se intensificado no país?

Desde setembro de 2022, o Brasil testemunhou ao menos sete episódios violentos em escolas com repercussão na imprensa nacional. O caso mais recente aconteceu nesta quarta (5/4) em Blumenau (SC), quando um homem invadiu uma creche e matou 4 crianças com uma machadinha.

No mesmo dia do massacre, o ministro da Justiça e Segurança Pública anunciou a liberação de R$150 milhões para ampliar a atuação das rondas escolares – grupos de policiais militares ou guardas civis que fazem policiamento ostensivo nas portas e nos arredores de unidades escolares e creches. No maior Estado do país, que viveu drama semelhante uma semana antes, a discussão foi pelo mesmo caminho.

Um aliado do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado Guto Zacarias (União Brasil) apresentou um projeto de lei que autoriza policiais militares de folga a atuarem, de forma remunerada, como seguranças armados em escolas estaduais. Na justificativa para a medida, Zacarias cita o caso de um aluno de 13 anos que matou a professora a facadas e feriu outras três educadoras e um aluno em um ataque a uma escola na zona oeste de São Paulo, no final de março. Mas o exemplo americano dá pistas sobre a eficácia e os limites deste tipo de abordagem para lidar com o problema.

Crédito: Getty Images

O caso americano

Desde abril de 1999, quando dois estudantes abriram fogo contra colegas na Columbine High School (no Colorado), em um episódio considerado como o marco inicial de uma tendência de violência escolar no país (e no mundo), foram ao menos 377 ataques do tipo nos EUA, de acordo com um levantamento feito pelo jornal The Washington Post, que rastreia os casos na ausência de dados oficiais do assunto.

Em nenhum ano, porém, houve mais ataques do que em 2022: foram 47 no total. E o pico anterior não estava distante: aconteceu em 2021, com 42 casos. Contraditoriamente, os ataques em escolas seguem em alta apesar de um investimento contínuo bilionário das escolas, dos Estados e do governo federal para tentar contê-los.

Em 2021, as unidades educacionais americanas gastaram a cifra recorde de U$ 3,1 bilhões (cerca de R$ 15,6 bilhões) com sistemas e serviços de vigilância e proteção, segundo estimativas da consultoria de mercado tecnológico OMDIA. O valor representa um crescimento de 14% no total de gastos se comparado ao ano de 2017, o dado anterior disponível. No ano passado, o Congresso americano aprovou um pacote de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) para ajudar as instituições a se equiparem contra violência armada.

A aplicação desses recursos é visível no cotidiano da maior parte dos estudantes dos EUA – câmeras, interfones e até detectores de metais se tornaram artigos comuns nas escolas.

Segundo os dados do Centro Nacional de Estatísticas da Educação do governo dos EUA, enquanto entre 2017 e 2018, apenas metade das unidades educacionais tinha controle total ao acesso às dependências da escola, incluindo quadras e playgrounds, agora dois terços delas possuem sistemas de controle de entrada e saída. Já a taxa de escolas com monitoramento via câmeras ultrapassa os 90%.

Mais do que isso: 43% por cento das escolas públicas possuem o chamado “botão de pânico”, uma espécie de alarme acionado silenciosamente de algum ponto da escola que se conecta diretamente com a polícia em caso de emergência. Há 5 anos, eram 29%.

Atualmente, 78% das escolas têm salas equipadas com fechaduras capazes de permitir trancamento interno – um aumento de 20% em relação aos dados do ano letivo entre 2017 e 2018. E 65% tem funcionários exclusivamente dedicados à segurança – em 51% das escolas, esses agentes trabalham munidos de armas de fogo.

Crédito: Getty Images

Mas por que tudo isso não reduziu ataques?

O que explica então que, com um aumento nas medidas de segurança, não se veja uma redução no número de casos de massacres escolares? De acordo com Justin Heinze, professor de saúde educacional da Universidade de Michigan e diretor do Centro Nacional de Segurança Escolar, a princípio, o aumento dos procedimentos de segurança na escola podem resultar em consequências positivas para lidar com o problema, mas estão longe de serem condições suficientes para prevenir os ataques.

“Não há hoje grandes evidências científicas para apoiar a ideia de que essas medidas tenham impacto definitivo na prevenção de massacres. A gente não desencoraja a adoção delas – até porque costumam ter impacto positivo em outras áreas da vida escolar, mas relembra à comunidade que esse não pode ser o único caminho para tentar combater o problema dos ataques”, diz Heinze à BBC News Brasil.

Em 2016, um estudo da Johns Hopkins University concluiu o mesmo: há pouca evidência de que novas tecnologias de segurança possam impedir ou diminuir massacres.

Um exemplo é o que se observa com o aumento do policiamento em escolas – que tem sido adotado nos EUA e que pode passar a ser uma realidade mais comum também no Brasil. Embora alguns estudos sugiram que ter agentes armados na escola pode desencorajar brigas entre grupos de adolescentes, o impacto da medida sobre a ocorrência e a letalidade de massacres é discutível.

Uma pesquisa publicada em 2019 no Journal of Adolescent Health, que revisou 179 episódios de tiroteios em escolas americanas entre 1999 e 2018, concluiu que manter guardas armados na escola não reduziu o número de vítimas em massacres.

E o aumento desse tipo de segurança pode embutir seus próprios riscos: um outro estudo financiado pelo Instituto Nacional de Justiça dos EUA e publicado em 2021 concluiu – depois de avaliar todos os casos entre 1980 e 2019 – que o número de mortes em escolas com guardas armados tendia a ser quase três vezes maior do que naquelas sem seguranças armados. A presença de agentes armados no ambiente escolar também estaria ligada ao aumento do absenteísmo estudantil, especialmente entre alunos de camadas mais vulneráveis da população.

Ambiente escolar que permita denúncias

Os EUA garantem acesso particularmente fácil a armas de fogo para a população em geral – são quase 400 milhões de armas entre pouco mais de 330 milhões de pessoas. Nessas condições, é estatisticamente mais provável que um adolescente ou um jovem americano consiga pôr as mãos em uma arma de fogo com mais facilidade do que um brasileiro. A dificuldade de acesso a armas no Brasil, segundo os investigadores dos casos recentes, ajudam a explicar porque os criminosos se valeram de instrumentos como bestas ou facas para seus ataques.

Segundo Heinze, a arma usada no crime terá impacto no resultado final da ação: com uma arma de fogo é possível vitimar muito mais gente em muito menos tempo. Mas a mecânica dos ataques costuma ser muito semelhante. E por isso algumas estratégias que têm demonstrado sucesso nas escolas americanas podem também funcionar para o Brasil.

Uma delas é criar canais para denúncias – anônimas ou não – dos estudantes, já que estima-se que em 4 de cada 5 episódios existissem potenciais delatores. “A grande maioria dos massacres em escolas tinha em sua história alguém que conhecia de antemão os planos do atirador, seja porque o viu escrito em algum lugar, seja porque o próprio autor compartilhou informações. Se esses alunos contarem o que sabem, abre-se a oportunidade de intervir e impedir a violência”, diz Heinze.

“Isso só é possível se a escola desenvolver um ambiente em que os alunos confiem em seus professores e se sintam à vontade para entrar em contato com eles ou com alguém da administração caso saibam de algo.”

A segunda é criar as chamadas “equipes de avaliação de ameaças”, grupos escolares multidisciplinares que são responsáveis por receber as denúncias, verificar a veracidade delas e criar planos para mitigar a violência e ajudar o aluno com comportamento potencialmente violento antes que qualquer ato aconteça. Atualmente, 9 dos 50 Estados americanos adotam essa política, entre eles a Flórida e o Texas.

“Esses são os programas com as evidências mais fortes de que funcionam para impedir massacres”, afirma Heinze. Esses programas conseguem estimar desde o potencial de agressão do estudante, avaliando seu acesso a armas, como acessar suas condições de saúde mental e indicar tratamentos de saúde. Para Heinze, esse, aliás, é um ponto especialmente sensível no pós-pandemia de covid-19.

Depois de uma mínima histórica em 2020 nos massacres, graças às escolas fechadas, os casos voltaram em um novo patamar nos EUA. Como lá, o isolamento, o uso intensivo de redes sociais e a perda do contato físico com os pares também aconteceu no Brasil e pode ser outro elemento a explicar o salto nos episódios.

Mariana Sanches

Da BBC News Brasil em Washington

RN inicia campanha de vacinação contra influenza na segunda-feira (10)

Foto: Secom/SMS

O Rio Grande do Norte inicia na segunda-feira (10) a vacinação contra a Influenza. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), a meta é imunizar pelo menos 90% de cada um dos grupos prioritários.

A população que faz parte dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde deve comparecer à unidade de saúde mais próxima de sua residência para garantir a imunização contra a doença.

A campanha nacional de vacinação promovida pelo Ministério da Saúde segue até 31 de maio, e é vista como uma das medidas de prevenção mais importantes contra a Influenza, uma infecção respiratória aguda que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade.

Foragido da justiça tenta enganar policiais e é preso em Natal

Foto: reprodução

Uma situação curiosa ocorreu durante a Operação Semana Santa realizada pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte neste sábado (08). Um homem foi preso durante uma barreira policial montada pela instituição. As autoridades constataram que Marcos Antônio da Silva tinha um mandado de prisão expedido pela 1ª Vara do Tribunal do Júri da Cidade de João Pessoa, pelo crime de homicídio.

De acordo com a PM, verificou-se que o documento era falso. Na verdade, o homem era Marcos Rossini da Silva, irmão do indivíduo com mandado de prisão. Marcos Rossini, então, foi preso em flagrante por falsidade ideológica por apresentar documentos adulterados. No entanto, a delegacia verificou que ele também possuía um mandado de prisão em aberto. Diante disso, Marcos Rossini da Silva foi preso novamente.

Fonte: Tribuna do Norte

RedeTV! confirma o rompimento do contrato com o apresentador Sikêra Júnior

Foto: Reprodução/RedeTV!

RedeTV decidiu encerrar o contrato com o apresentador Sikera Júnior, de 56 anos, que comandava o programa Alerta Nacional. A emissora confirmou ter cortado o vínculo também com a produtora TV A Crítica, que criou o programa.

“A RedeTV! confirma o término do contrato com Sikêra Jr e com a TV A Crítica, geradora do Alerta Nacional, para a transmissão do formato em rede nacional”, informou o comunicado.

Alerta Nacional deve continuar no ar até o dia 28 deste mês, uma sexta-feira. Até o momento, Sikera Júnior não se pronunciou sobre o desligamento. Mas, em seu perfil em uma rede social, compartilhou um banner do programa escrito: “O melhor elenco do Brasil está aqui no Alerta Nacional”.

Sikêra foi contratado pela RedeTV em dezembro de 2019 e a validade original do acordo terminou em 16 de dezembro.

RedeTV! negociou um novo contrato, mas desistiu. A emissora havia acertado com Sikêra e a TV A Crítica (dona do passe dele) um aditivo esticando o acordo das partes até dezembro de 2027. A direção da TV de Manaus assinou e mandou para São Paulo, mas a RedeTV! não assinou.

Afetou a “reputação”

A emissora de Amílcare Dallevo e Marcelo de Carvalho alega que Sikêra atingiu a reputação da casa com seus discursos homofóbicos e extremistas, e que até “os anunciantes” pediram sua saída.

Também acusou o apresentador de trazer problemas judiciais para a empresa, como investigações do Ministério Público causadas por seus discursos.

Só que os representantes do apresentador têm outra interpretação.

Guerra no tribunal

Rannieri Lopes, advogado de Sikêra, notificou extrajudicialmente os donos da RedeTV na quinta-feira (06), informando que, com ou sem assinatura, há provas da negociação entre as partes para o prolongamento do contrato.

De forma que, caso queiram mesmo demitir seu cliente, terão de pagar a multa na íntegra: R$ 17 milhões.

Já a RedeTV considera que não precisará pagar a multa. Enfim, o caso certamente vai parar nos tribunais.

Fonte: informações de Metrópoles e Ricardo Feltrin-UOL

A volta da política

Há uma possibilidade real de que o Tribunal Superior Eleitoral decida pela inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro. Por mais que seja complicado aplicar uma pena dessa gravidade, convenhamos que ele se esforçou para ser condenado. Digo, há tempos, que o Bolsonaro é um “serial killer”. Tanto no que diz respeito aos crimes de responsabilidade quanto aos crimes comuns.

Durante o mandato, ele cometeu dezenas de atos que deveriam ter levado ao impeachment. No entanto, como escrevi exaustivamente, os poderes imperiais do presidente da Câmara fizeram com que nenhuma das centenas de representações fosse levada ao Plenário para ser julgada. Esse, inclusive, foi um dos motivos do empoderamento do presidente Arthur Lira, que se tornou o homem forte da República. E ele sabe exercer o poder tanto no governo do Bolsonaro quanto no do Lula.

Com o fim do mandato do Bolsonaro, é evidente, não se pode falar mais em impeachment. Mas o cerco vai se afunilando em relação a algumas investigações criminais. Em Brasília, nos bastidores, a expectativa de uma delação do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é o assunto do momento. Seria aquele tiro certeiro que os aficionados por armamento devem conhecer bem. E, é bom que se esclareça, quem está envolvido nos atos extremistas de 8 de janeiro carrega consigo a forte possibilidade de uma prisão preventiva.

Por coerência constitucional, defendo que todos os inquéritos represados da época da pandemia, ou do mandato, salvo algo que desconheço, não trazem o requisito da contemporaneidade para se falar em prisão. É diferente se for comprovada qualquer participação nos atos extremistas. Que o diga o próprio ex-ministro da Justiça que, por coincidência, também se refugiou nos EUA e teve que voltar para ser preso.

Interessante que todo esse movimento se dê exatamente quando o companheiro fascista e golpista do nosso ex-presidente, o seu ídolo Donald Trump, esteja sendo indiciado nos EUA por 34 imputações criminais. Ele sendo indiciado lá e Bolsonaro depondo aqui na Polícia Federal no caso das joias. Provavelmente, o ex-presidente brasileiro deverá ser indiciado, pelo menos, por descaminho ou peculato. E a investigação sobre corrupção no episódio da refinaria deve continuar.

A diferença é que lá, nos EUA, não existe a tal “ficha limpa” e, mesmo se for condenado, Trump poderá ser candidato à Presidência. Salvo se o crime fosse uma insurreição contra o Estado democrático. Aí, nesse caso, ocorreria um motivo de inelegibilidade.

Eu sempre fui contrário à lei da ficha limpa. É uma tentativa de manietar o voto e a vontade popular. Defendo que cada cidadão vota em quiser, livre e conscientemente. O que não pode ocorrer é deixar de investigar todas as hipóteses com a máxima republicana: sem perseguir e sem proteger. Lembrando-nos do poeta Vinicius de Moraes, no poema Pátria Minha:

“Mais do que a mais garrida a minha pátria tem Uma quentura, um querer bem, um bem Um libertas quae sera tamen Que um dia traduzi num exame escrito: “Liberta que serás também” E repito!”.

Assim como, é bastante significativo que, ao mesmo tempo, esteja ocorrendo a apuração do material entregue pelo advogado Tacla Duran, como escrevi aqui no artigo “Um país sem memória”. Ou seja, o país volta a estar no centro de graves investigações e as páginas policiais mudaram para as capas dos jornais.

É importante ter um aprofundamento republicano contra os que saquearam o Brasil. Mas é também importante que o país se concentre em voltar a ter a política como principal pauta. Só assim poderemos combater a fome e o desemprego e retomar o crescimento econômico. É claro e evidente que só voltaremos a uma normalidade democrática com o enfrentamento dos crimes cometidos nos últimos anos. O reencontro do Brasil com sua história passa por este fato histórico: não podemos repetir o erro de não termos punido os torturadores e assassinos da ditadura. Vamos superar esses traumas dentro dos limites constitucionais, com a mais ampla garantia do devido processo legal, do irrestrito direito de defesa e da presunção de inocência. Mas vamos fazer isso com os olhos postos no futuro.

Temos a sorte de sair de uma catástrofe, de um governo de bárbaros, para um líder popular e democrático como o Lula. Um estadista que, mesmo carregando uma mágoa natural da injustiça a que foi submetido –580 dias de uma prisão ilegal–, é um homem que olha o futuro com os olhos voltados para o povo brasileiro. Vamos todos vencer esse momento, ainda de turbulência, para voltarmos a uma época em que a política dita as regras e a visão humanista passa a ocupar as primeiras páginas. Sempre tendo Pessoa como norte:

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”

Fonte: www.poder360.com.br