Brasileiras presas na Alemanha são soltas após acusação de tráfico

Kátyna Baía (esq.) e Jeanne Paolini (dir.) foram presas em 6 de março em Frankfurt, Alemanha, vítimas de troca de bagagens.

As brasileiras Kátyna Baía, 44 anos, e Jeanne Paolini, 40, foram soltas nessa terça-feira (11), depois de passarem pouco mais de 1 mês presas em Frankfurt, Alemanha. As jovens foram detidas em 6 de março sob a acusação de terem transportado 40kg de cocaína em suas bagagens. Elas foram vítimas de uma quadrilha que trocava malas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo (SP), conforme indicou as investigações da Polícia Federal.

Em nota, o Itamaraty confirmou a solturas das brasileiras e afirmou ter intermediado, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt, o contato com familiares e advogados. O órgão também informou que manteve coordenação estreita com Ministério da Justiça, que enviou provas solicitadas pela Justiça alemã.

Em seu perfil no Instagram, a irmã de Kátyna Baía, Lorena Baía, compartilhou o momento em que estava embarcado para a Alemanha, na noite de segunda-feira (10). Na foto, aparece Lorena, Valéria Paolini, mãe de Jeanne Paolini, e a advogada Luna Provázio.

“Deus é amor, mas também é justiça. Ele é sempre justo, nunca age de forma desonesta e retribui a cada um aquilo que merece. Deus é o juiz que não comete erros. É nas mãos Dele que entregamos e esperamos!”, escreveu.

Fonte: www.poder360.com.br

Centro de Referência em Saúde do Trabalhador recebe visita da Comissão de Saúde

Fotos: Elpídio Júnior

A Comissão de Saúde, Previdência e de Assistência Social da Câmara Municipal de Natal realizou na tarde desta segunda-feira (10), mais uma visita fiscalizatória aos equipamentos de saúde da capital potiguar. Dessa vez, a atividade aconteceu no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST, localizado no bairro da Cidade Alta. Participaram do encontro os vereadores Herberth Sena (PSDB), Camila Araújo (União Brasil), Preto Aquino (PSD) e Peixoto (PTB).

O Cerest é um local de atendimento especializado em Saúde do Trabalhador. Além disso, serve como uma fonte geradora de conhecimento, ou seja, tem condição de indicar se as doenças ou os sintomas das pessoas atendidas estão relacionados com as atividades que elas exercem, na região onde se encontram. Esses dados podem ser de extrema valia para as negociações feitas pelos sindicatos e também para a formulação de políticas públicas.

Na ocasião, os parlamentares não obtiveram as informações que buscavam, haja vista que a diretoria da instituição estava em atividade externa e não pôde se reunir com a comissão. O vereador Herberth Sena falou que diante da impossibilidade de falar com os gestores neste momento, o próximo passo será oficializar as demandas, especialmente denúncias sobre problemas com o funcionamento do órgão. “Precisamos de respostas para os questionamentos enviados ao nosso colegiado pela população. E com certeza faremos uma nova visita, na expectativa de conversarmos com seus diretores”, avisou.

Por sua vez, a vereadora Camila Araújo aproveitou para elencar algumas deficiências encontradas na repartição. “O ar-condicionado está quebrado, o telefone, principal meio de comunicação com os usuários, não funciona e a equipe não conta com psicólogo para prestar assistência aos trabalhadores que precisam se afastar por problemas mentais. Precisa também de ortopedista, reumatologista e fisioterapeuta para os indivíduos que sofrem com fibromialgia”. 

Câmara Municipal de Natal – www.cmnat.rn.gov.br

Ezequiel requer ações de segurança, transporte e infraestrutura para Jardim do Seridó

FOTO: EDUARDO MAIA

O presidente da Assembleia Legislativa do RN, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), solicitou ao Governo do Estado uma série de ações a partir de demandas apresentadas pela população de Jardim do Seridó, município pertencente à região Seridó potiguar. As ações estruturantes abrangem as áreas de segurança, transporte e infraestrutura.

Por meio de requerimento, Ezequiel Ferreira solicitou à Secretaria de Educação a disponibilidade de um ônibus escolar para atender aos estudantes que residem na zona rural do município. A ação se faz imprescindível em razão das dificuldades de locomoção que os alunos têm enfrentado no trajeto de suas residências até às escolas.

A fim de otimizar a trafegabilidade e a qualidade de vida dos moradores, o parlamentar também sugeriu ao Executivo estadual que sejam realizadas obras de pavimentação e drenagem nas ruas do município. Além disso, Ezequiel requereu ainda a realização de um estudo de viabilidade para a execução de obras de saneamento básico em âmbito municipal.

Para a área da segurança pública, o presidente da Assembleia Legislativa solicitou ao Governo do Estado o aumento do efetivo policial e melhores condições de trabalho para a Polícia Militar que atua na região. Essa é considerada uma das principais reivindicações dos moradores, visto que o número de agentes está reduzido, além do que as forças de segurança não dispõem de equipamentos adequados à prestação do serviço público.

Fonte: www.rnnews.com.br

Marcas europeias na liturgia

Padre João Medeiros Filho

A presença de elementos europeus na liturgia é incontestável. O Concílio Vaticano II procurou depurar as bizarrices, mas ainda vigem algumas alheias à nossa cultura. Segundo Adélia Prado, “várias mudançaspropostas por certos reformistas destoam do clima místico e sagrado.” Ainda hoje, alfaias e paramentos religiosos remetem a costumes da Europa ocidental. Sente-se também essa influência nos hábitos de frades e freiras. Costumes foram concebidos em função do rigor invernal de países do hemisfério norte. Os capuzes dos buréis franciscanos, beneditinos etc. visam a guardar o rosto dosusuários de ventos gélidos. O solidéu episcopal – influenciado pelo quipá judaico – tinha a função de resguardar da friagem a cabeça dos prelados. Estes, até a década de 1960, usavam uma tonsura maior que a dos demais clérigos. Como proteção contra o frio, idealizou-se, além do solidéu, a mitra episcopal para os atos litúrgicos realizados nas seculares catedrais, desprovidas de aquecimento.

Até o Concílio Vaticano II, para as missas pontificais solenes, o bispo adentrava os templos de batina, roquete e mantelete. Retirava este e vestia-se com amicto, alva, cíngulo, estola, tunicela (própria dos antigos subdiáconos), dalmática (atualmente usada pelos diáconos), manípulo (espécie de toalha no braço esquerdo) e casula. Isso tudo para mitigar os rigores climáticos, acrescentando o simbolismo da plenitude sacerdotal. Imaginem essa roupagem no tórrido Seridó. Não parava por aí. O bispo devia usar luvas (cores combinando com o tempo litúrgico), mormente quando estivesse no sólio pontifício. Antes da reforma conciliar, chegando ao trono, o bispo sentava-se e seis acólitos ajoelhavam-se em torno dele para trocar os sapatos e calçar umas sapatilhas especiais, denominadas cáligas. Outrora, nos países europeus, o pontífice descia da carruagem, andava alguns metros, antes de ingressar na nave central da igreja, molhando os sapatos na neve derretida. O clima no nordeste brasileiro e outras regiões tropicais é bem diferente. Tais vestimentas não combinam com o calor em nosso país e alhures. Dom José Adelino Dantas, ao ser nomeado bispo, informou aonúncio apostólico que não tinha condições financeiras de comprar o enxoval, inclusive anel, cruz peitoral e báculo. Estas três insígnias lhe foram presenteadas por benfeitores.

Lembro-me de um caso, quase anedótico, ocorrido na catedral caicoense. Certa feita, acolitei uma missa pontifical, celebrada por Dom José de Medeiros Delgado, na festa da Irmandade das Almas do Seridó. Esta transcorre na segunda quarta-feira de novembro, em plenacanícula das dez horas. Concelebrava Monsenhor Walfredo Gurgel. O Coral de Parelhas, regido peloCônego Amâncio Ramalho, executava uma linda edemorada polifonia do pós-comunhão. Dom Delgado, transpirando muito e sedento, volta-se discretamente para o seu vigário geral e sentencia: “Walfredo, se não existir céu, que tabocada!” Incontinenti, respondeu o sacerdote: “E que lá no céu, não haja essa cantoria de Amâncio.” O bispo, apesar da seriedade do momento, não conteve o riso.

Não é apenas na liturgia que acontece coisas alheias à nossa cultura. É bem conhecida a indumentária do goleirode futebol: camisa com mangas compridas, meias até os joelhos, luvas etc. Como movimenta-se menos que os demais jogadores, é necessário protegê-lo do frio. No entanto, tais vestes não condizem com lugares calorentos. Sábias as palavras do apóstolo Paulo aos colossenses, mostrando a adaptação cultural: “Não se faz mais distinção entre grego e judeu, escravo e livre, porque agora o que conta é Cristo” (Col 3, 11).

Essa discrepância cultural acontece igualmente com os irmãos evangélicos. Estes, em pleno calor de Jucurutu, são obrigados a participar de cultos em templos não climatizados, trajando camisa de mangas longas, paletó e gravata (houve quem obrigasse o uso de colete). Este tipo de traje não condiz com o calor do Seridó. Há um dado positivo na missionariedade dos evangélicos. Alfabetizavam primeiramente os membros das igrejas para ler a Sagrada Escritura. Isto fez com que os países colonizados por protestantes tivessem maior índice de alfabetização do que os catequizados pelos católicos. Todavia, não faltam estranhezas. Certos pregadores norte-americanos, ao evangelizar na África, influenciaram os nativos inicialmente no uso de coca-cola. A Carta aos Coríntios ensina o respeito às diferenças culturais: “Para todos eu me fiz tudo, certamente para salvar alguns. Por causa do Evangelho, eu faço tudo” (1Cor 9, 22).