Casal morre e filha sobrevive em queda de balão no México

Foto: Rebecca Blackwell/AP

José Nolasco, de 50 anos, e Viridiana Becerril, de 39 anos, morreram após o balão onde estavam pegar fogo e cair sobre as ruínas da Cidade do México, no sábado. A filha deles, Regina Itzani, de 13 anos, está internada no hospital com queimaduras. Ela teria quebrado o braço depois de pular do balão em chamas.

Segundo testemunhas, momentos antes da tragédia, a família havia posado para uma foto. O passeio foi um presente surpresa de aniversário para Viridiana, segundo a mãe dela, Reyna Gloria Sarmiento. A avó contou que Regina abraçou os pais antes de pular do balão em chamas. Foi relatado ainda que Viridiana teria pulado do balão algum tempo depois da filha e que José morreu na cabine.

A família morava na cidade de Caujimalpa de Morelos, que fica a 19 km a oeste da Cidade do México. Um vídeo postado nas redes sociais mostra o balão descendo rapidamente enquanto explode e a queda de alguns ocupantes. O balão de ar quente foi esvaziando à medida que as chamas queimavam a cabine onde a família mexicana estava. A polícia investiga se a causa do acidente foi um vazamento de combustível do tanque de armazenamento.

O piloto do balão teria fugido após o acidente e está sendo buscado pela polícia. De acordo com as autoridades locais, a empresa responsável pelo balão não teria permissão para operar, então não havia registro de voo, o que dificultou o reconhecimento das vítimas.

Local turístico

O acidente ocorreu nas ruínas pré-hispânicas de Teotihuacan, ao norte da cidade – local turístico que tem muitos passeios de balão. O local é conhecido pelas pirâmides do Sol e da Lua e já foi uma grande cidade que abrigou mais de 100.000 povos pré-astecas. A cidade antiga foi uma das maiores do mundo em seu auge entre 100 aC e 750 dC, antes de ser abandonada antes da ascensão dos astecas em 1300.

A Federação de Balões de Ar Quente de Teotihuacán (Fegat) informou que o balão que caiu não faz parte das equipes de voo autorizadas. A federação disse que é formada por oito empresas que atuam dentro dos marcos legais e vigentes da Agência Federal de Aviação Civil, além dos expedidos pelas autoridades locais e estaduais.

Fonte: www.g1.globo.com

Boletim aponta oito pontos impróprios para banho na Grande Natal

Foto: Anadelly Fernandes

A Grande Natal tem oito trechos de praias e rios impróprios para banho neste fim de semana. Os dados estão dispostos no Boletim de Balneabilidade, do Programa Água Azul, divulgado nesse sábado (1º). Os pontos estão distribuídos por Natal (5), Parnamirim (2) e Nísia Floresta (1).

Os pontos impróprios em Natal são Praia de Ponta Negra (acesso principal), Via Costeira (Cacimba do Boi e Barreira D’Água), Areia Preta (Praça da Jangada) e Redinha (Rio Potengi). Em Parnamirim, os trechos são no Rio Pium (Ponte Nova e Balneário Pium). Já em Nísia Floresta, a área contraindicada é a foz do Rio Pirangi.

Ao todo, são coletadas e classificadas 33 amostras de água em pontos distribuídos na faixa costeira dos municípios de Extremoz, Natal, Parnamirim e Nísia Floresta, a fim de informar aos banhistas as condições das praias monitoradas.

A base dos dados analisa a quantidade de coliformes termotolerantes encontrados nas águas. A classificação tem por base as normas estabelecidas na Resolução nº 274/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.

O estudo é uma parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do RN (Funcern), e faz parte do Programa Água Azul.

As informações completas do boletim estão disponíveis no site do Idema.

Fonte: Tribuna do Norte

Quebrando regras

Dia desses, fortuitamente assistimos – meu pai e eu –, no canal Arte 1, um pequeno documentário sobre a obra e a vida da minha amiga Agatha Christie (1890-1976). Alguma crítica literária, comentários sobre as adaptações para o cinema e para a TV, estórias de venenos e boas fofocas sobre a “Rainha do Crime”. Maravilha!

Pelo que me lembro, da imensa obra de Christie, o programa, de menos de uma hora, tratou de alguns dos seus grandes romances: The Mysterious Affair at Styles” (1920), “The Murder of Roger Ackroyd” (1926), “Murder on the Orient Express” (1934), “Death on the Nile” (1937), Ten Little Niggers” (1939), “A Murder is Announced (1950) e “Curtain: Poirots Last Case” (1975).La crème de la crème”, como diria o indefectível Hercule Poirot.

Desses títulos, vou destacar aqui The Murder of Roger Ackroyd, que, embora não tão conhecido entre nós brasileiros, é por muitos considerado como a obra-prima de Agatha Christie. Acho que o título do livro, se comparado com coisas impactantes como “Assassinato no Expresso Oriente” ou “Morte no Nilo”, não ajuda. Essa é minha tese para a menor popularidade de “O Assassinato de Roger Ackroyd”. Mas éum chute. O fato é que este foi o primeiro grande sucesso da autora, a obra que catapultou sua fama. E o livro é, sem dúvida, uma maravilha.

Um resumo do enredo de The Murder of Roger Ackroydeu extraio de 100 Must-Read Crimes Novels” (A & C Black Publishers, 2006), por Richard Shephard e Nick Rennison: “O outrora empresário de sucesso e ora proprietário rural Roger Ackroyd vive em uma daquelas típicas cidadezinhas inglesas nas quais muitas das estórias de Agatha Christie são ambientadas. Como é sempre o caso nos romances de Christie, segredos temidos e sentimentos ameaçadores espreitam a todos, apesar da superficial placidez da vida local. Quando Ackroyd é assassinado, esfaqueado no pescoço enquanto sentado no seu escritório após um jantar festivo, há vários suspeitos, desde o seu amigo, o grande caçador Hector Blunt, ao seu filho adotivo Ralph Paton e a sua sobrinha Flora. Hercule Poirot – um novo vizinho na percepção do narrador do romance, o médico da cidade, Dr. Sheppard – é encarregado de investigar o homicídio e, após voltas e reviravoltas na estória, é capaz de juntar todos os suspeitos e revelar a extraordinária e inesperada identidade do assassino”. E revelo mais nada. Longe de mim quebrar a regra de não fazer spoiler.      

Apenas reitero: o livro, no seu final, tem uma das mais engenhosas reviravoltas – o tal “plot twist”, como costumam dizer os ingleses – da história dos romances policiais/detetivescos. Surpreendente. Inimaginável mesmo.  

E mais: The Murder of Roger Ackroyd quebra/viola – e Christie foi bastante criticada por isso – uma das chamadas“regras do romance policial”. Para quem não sabe, S. S. Van Dine, pseudônimo de Willard Huntington Wright (1888-1939), ainda na década de 1920, em The American Magazine”, publicou uma lista de regras que devem (ou deveriam) ser obedecidas por quem quer escrever essas estórias detetivescas. A lista de Van Dine já foi debatida, ampliada e restringida, respeitada e corrompida, tanto por grandes como por pequenos autores. Todavia, entre outras, podemos citar como exemplos dessas regras: o detetive nunca é o culpado (ou, pelo menos, nunca deve ser); o narrador, que é onisciente, por esse motivo, também nunca é o culpado (ou, pelo menos, nunca deve ser); o detetive e o leitor devem ter a mesma chance de descobrir o criminoso; evitando trapaças, o mistério deve ser explicado de uma maneira plausível; a intriga amorosa ou discussões filosóficas mais profundas não compõem o centro da trama; este é ocupado pelo crime e o seu entorno; e por aí vai.  

Mas qual dessas regras foi violada em The Murder of Roger Ackroyd? Não vou dizer, por óbvio. Não faço spoiler nem de mim mesmo. Não tenho a “canxa” de Agatha Christie para poder quebrar regras. Imaginem uma regra do policial. Portanto, investiguem!

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República

Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL