
No pós-pandemia, o Brasil deverá investir na formação de profissionais da área de Software e Tecnologia da Informação (TI) para uma recuperação verde – modelo de desenvolvimento que concilia fatores sociais, ambientais e econômicos. O setor, que representa a base do processo de digitalização de todos os outros segmentos, tendo um perfil de ação transversal, deverá empregar 2,06 milhões de pessoas em 10 anos, sendo 779 mil em 12 profissões emergentes.
Os dados são do estudo Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde, realizado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A pesquisa identifica tendências e 12 profissões emergentes no curto (2 anos), médio (5 anos) e longo prazo (10 anos) na área de Software e TI. Além disso, alerta para as vantagens da formação profissional para o setor. No aspecto social, destaca-se a rápida inserção no mercado de trabalho, com cursos de curta duração e on-line, mais acessíveis. Por exemplo, a formação de programador, que leva em média seis meses, consegue transformar uma pessoa com ensino médio básico, que ganharia apenas um salário mínimo, em um profissional com salário de 2,5 a 4 mil reais iniciais.
Outra vantagem é do ponto de vista ambiental, já que a digitalização das atividades econômicas – processo que depende de mão de obra especializada – pode reduzir entre 10% e 20% a emissão total de gases de efeito estufa. Por outro lado, um único curso técnico ou universitário não é capaz de preparar os profissionais no nível de profundidade necessário para cargos de especialista, como Especialista em cloud ou Engenheiro de software. Isso porque os cursos formais fornecem uma visão holística dos processos, mas sem o aprofundamento técnico normalmente desejado pelo mercado de trabalho.
“Consideramos o cenário brasileiro atual e o impacto da transformação digital para mostrar a importância de determinadas profissões na definição de uma estratégia nacional de desenvolvimento econômico sustentável”, explica o assessor Técnico da GIZ Martin Studte.