Em debate sobre a reforma tributária, o ministro Paulo Guedes (Economia) mencionou a necessidade de se discutir a desoneração da folha de pagamentos das empresas por meio de um imposto sobre transações financeiras. Ele rebateu ainda críticas a ideia.
“A hipocrisia de se esconder atrás do pobre é uma prática no Brasil. Quando falamos do imposto de transação aconteceu isso”, declarou o ministro.
Guedes disse que a reforma não seria regressiva. Argumentou que uma alíquota de 0,1% sobre transações financeiras não pesaria no bolso de nenhum cidadão.
“Cobrar 0,1% de um salário mínimo de R$ 1.000 dá R$ 1. Então a gente faz o seguinte: aumento geral do salário do país, todo mundo R$ 1 para cima. Pode cobrar agora ou vamos dizer que é regressivo? Isso é uma covardia, uma hipocrisia, se esconder atrás do imposto. Evidente que se todo mundo pagasse nós desoneraríamos, por exemplo, a folha”,afirmou.
Guedes enfrenta resistência dentro do Congresso. Os opositores chamam o tributo de nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), criada no governo Fernando Henrique Cardoso para financiar a saúde nos anos 1990.
A CPMF tinha incidência sobre as movimentações bancárias. A alíquota chegou a 0,38% sobre operação. A medida foi prorrogada por vários anos. Acabou em 2007. O dinheiro era usado para outras finalidades.
“Nós temos tecnologia suficiente para falar: ‘Olha, você é um grande executivo. Está aqui o seu salário. Está aqui o seu bônus. Toma seus dividendos. Está aqui o aluguel de casas e coloca no progressivo. Não é nem isso que nós estamos fazendo’”.
Guedes comentou sobre o tema durante liverealizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Participaram:
- Celso Sabino (PSDB-PA), deputado e relator da reforma tributária;
- João Carlos Camargo, CEO da Esfera Brasil;
- Isaac Sidney, presidente da Febraban;
- Robson Andrade, presidente da CNI.
Assista (2h2min):
Fonte: poder 360