
Presidente afirmou ser necessário equilibrar vida profissional e bem-estar; declaração se deu depois de cobrança de centrais sindicais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta 4ª feira (30.abr.2025) que o governo irá “aprofundar” o debate sobre a redução da jornada de trabalho. Deu a declaração em pronunciamento em rede nacional sobre o 1º de Maio –data em que se comemora o Dia do Trabalhador.
“Nós vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, em que o trabalhador e a trabalhadora passam seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso. A chamada jornada 6 por 1. Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio.
Esta foi a 2ª vez neste ano que o petista fez um pronunciamento oficial em rede nacional em 2025. O 1º foi em 24 de fevereiro, quando usou o tempo para falar de programas do governo, como o Pé-de-Meia e o Farmácia Popular.
Neste ano, Lula decidiu não participar dos atos do 1º de Maio convocado por centrais sindicais. Em 2024, a celebração do Dia do Trabalho contou com um público de menos de 2.000 pessoas e foi classificado pelo petista como “mal convocado”.
O presidente optou por receber representantes no Palácio do Planalto na 3ª feira (29.abr). Defendeu o avanço no Congresso de pautas trabalhistas, como o fim da escala 6 x 1, a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais e a aprovação do PL (projeto de lei) que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000.
Na 5ª feira (1º.mai), 3 ministros irão à manifestação de CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e Pública.
São eles: Luiz Marinho (Emprego e Trabalho), Márcio Macêdo (Secretaria Geral) e Cida Gonçalves (Mulheres). A mobilização será realizada na praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital paulista, a partir das 11h.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi convidada a participar, mas fará outro ato, em São Bernardo do Campo– berço político de Lula –que foi metalúrgico.
FIM DA ESCALA 6 X 1
A PEC 8/25 foi protocolada na Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano por parlamentares da base do governo federal, pelo fim da jornada de 6 dias trabalhados e 1 de folga (6 X 1). O texto propõe reduzir a jornada de trabalho para 4 dias por semana, com 3 de descanso (4 X 3).
De autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP), o texto prevê carga semanal de até 36 horas, mantendo o limite de 8 horas diárias —abaixo das atuais 44 horas previstas na Constituição.
A matéria será analisada pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) antes de seguir para comissão especial e plenário. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), prometeu mobilização para garantir a aprovação e defende que o tema é suprapartidário e relevante para os trabalhadores.
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