Junta Militar de Parnamirim retoma atendimentos ao público


A Prefeitura de Parnamirim informa que a Junta de Serviço Militar retomou seus atendimentos no seguinte endereço:

Rua Capitão César, 59, Centro de Parnamirim/RN, próximo à estação do VLT.

O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, a partir das 7h30, com a entrega de fichas. É necessário trazer RG ou outro documento de identificação com foto, CPF, e comprovante de residência de Parnamirim em nome do alistando ou de seus pais. Quem reside em imóvel alugado, precisa trazer o contrato de aluguel. Dúvidas, no email jsm090parnamirim@gmail.com.

Fonte: portal da Prefeitura de Parnamirim

É preciso punir Bolsonaro pelo 8 de janeiro, diz Kakay

Punir os golpistas do 8 de janeiro é imprescindível para evitar nova ofensiva da extrema direita e o retorno do fascismo bolsonarista, alerta o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. O principal responsável pelo que o criminalista chama “o Dia da Infâmia”, na sua opinião, é o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A democracia brasileira barrou mais essa tentativa de golpe, mas Kakay acredita que as ameaças persistam. “Nosso maior risco é não punir os criminosos”, diz. “O maior erro na redemocratização foi esse: não punir os criminosos. Bolsonaro foi gerado, primeiro, na anistia aos terroristas. Tanto que o que ele fez ao longo da vida mereceria dez cassações e 30 prisões, e fizemos o brasileiro cordial. (…) Se repetirmos esse papel, daqui a quatro anos teremos o fascismo de volta.”

Para o advogado, há elementos de sobra para caracterizar a responsabilidade de Jair Bolsonaro nos ataques às instalações do Supremo Tribunal Federal (STF), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. “Essa é uma questão séria. O ex-presidente Bolsonaro é o principal responsável por tudo isso. Durante quatro anos, teve o ódio e a violência como estrutura de governo e estratégia de conquista e manutenção do poder.”

A ação política de Bolsonaro, explica Kakay, tem se baseado nas técnicas contemporâneas da extrema direita descritas no livro “Os Engenheiros do Caos: Como as Fake News, as Teorias da Conspiração e os Algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições”, escrito por Giuliano da Empoli. Mas o advogado considera que o 8 de janeiro “foi muito mais grave” que a invasão do Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro de 2021, por apoiadores do então presidente Donald Trump, contrários à vitória de Joe Biden. Em Brasília, “se os ministros do STF estivessem lá, teriam sido mortos. Por quê? Porque um irresponsável, fascista, por quatro anos incentivou as pessoas contra o STF, com palavras de baixo calão”.

Bolsonaro também provocou o esgarçamento das relações institucionais, avalia Kakay, ao insistir ao longo de todo o seu mandato na ideia do fechamento do STF e ao cooptar grande parte do Legislativo com as emendas do chamado Orçamento Secreto. “Sou crítico ferrenho do Judiciário, mas foi o Poder que nos restou e que manteve a institucionalidade”, reconhece. Sem a resistência do STF, ele acredita que o país teria sofrido com a tentativa de golpe ainda na metade do mandato do ex-presidente. “Ele tentou o 142 (artigo da Constituição que regulamenta o papel das Forças Armadas) e tentou fortalecer as Polícias Militares (PM) e levá-las para o Palácio, longe dos governos estaduais. Só não conseguiu [dar o golpe],porque não tem prestígio intelectual nas Forças Armadas; é um indigente intelectual.”

Conhecido crítico do punitivismo, cultura jurídica cuja principal diretriz é o endurecimento das penas, o advogado admite que, neste caso, a responsabilização é chave para a institucionalidade democrática, assegurados todos os direitos de defesa aos acusados. “Falo com visão histórica: ou responsabilizamos os militares que estavam no comando, criminalmente e civilmente, e os políticos que se locupletaram e propiciaram apoio, enfrentamos os financiadores, e especialmente responsabilizamos o presidente Bolsonaro e seu grupo do Gabinete do Ódio, ou estamos alimentando o faciscmo. Brecht já dizia: a cadela do fascismo está sempre no cio. Você cresce na dor, na adversidade. Se não enfrentarmos com o devido processo legal rigorosamente os fascistas, nós os estaremos alimentando para que voltem, já que não conseguiram dar o golpe.”

Nesse sentido, ele cita como o ato mais importante para a consolidação da democracia brasileira o encontro, em 9 de janeiro, dia seguinte dos ataques, do presidente Lula com os ministros e a presidente do STF, Rosa Weber, junto a vários ministros de Estado, aos presidentes da Câmara e do Congresso e aos governadores, para descerem juntos a rampa do Palácio, atravessarem a Praça dos Três Poderes e irem até o STF. “A descida da rampa foi um momento histórico.”

Também histórica tem sido a reação ao atentado terrorista, destaca o advogado. Ou seja, as 1.500 prisões em flagrante, uma ofensiva inédita no mundo, das quais 922 transformadas em preventivas, além de outros acusados liberados com tornozeleira eletrônica ou outras restrições. Um mês após a tentativa do golpe, o Ministério Público já contava 635 denúncias, e mais de R$ 30 milhões de financiadores haviam sido bloqueados.

“Eu acho que vivemos 300 dias em 30”, acredita  Kakay. “A sociedade reagiu bem. O noticiário foi coerente com o que vinha defendendo, o MP mudou, está atuante, a polícia sentiu na carne os erros que fez.” Até aqui, ele está convicto de que tudo o que poderia ser feito, do ponto de vista da aplicação da lei, foi feito.

“Agora é descobrir os políticos por trás [dos atos terroristas], os financiadores, as pessoas que se uniram ao Bolsonaro para saquear o país. Os que têm interesse na privatização das grandes empresas brasileiras, grupos fortíssimos que saquearam o país e queriam manter status de saqueadores. Mas, principalmente, temos que responsabilizar o principal mandante de tudo isso, Jair Messias Bolsonaro”, ressalta o advogado. “Também é necessário responsabilizar os militares. Bolsonaro não tinha força junto à elite das Forças Armadas, mas alguns militares de alta patente prestigiaram a ideia do golpe. E ainda prestigiam. Não saímos ainda da zona de uma certa insegurança.”

Dada a escala dos processos, Kakay é a favor da sua transferência para os estados de origem dos acusados. “Até porque 1.500 pessoas entrando no sistema carcerário desestabilizam qualquer sistema no mundo.” E chama a atenção para a “estrutura de guerra” montada no país para atacar a democracia, com destaque para os acampamentos montados junto a quartéis-generais do Exército. “Esses acampamentos eram verdadeiras células criminosas. Ali estava sendo gestado o golpe do dia 8”, diz. O Estado precisa, então, levantar quanto custou cada um dos acampamentos, que, em alguns casos, tinham logística caríssima, com água quente, refeitório, lanche, segurança.

“Quando vi os bolsonaristas com os celulares na cabeça para entrar em contato com ETs, pensei: são uns indigentes intelectuais. Aí você tende a minimizar. Porque estavam numa democracia, pregavam que tinham direito à liberdade absoluta de expressão, e por isso, podiam pregar a intervenção militar para acabar com a democracia. Vejam que contradição enorme, que eles não percebem porque são fragilíssimos intelectualmente.”

Isso não significa que não sejam perigosos e violentos. Os democratas não devem ignorar, inclusive, a expansão da ultradireita no contexto internacional. “Temos que fazer essa resistência democrática, porque disso vai depender o futuro do Brasil. Não só os próximos meses. Temos que fazer o enfrentamento desse grupo fascista, de ultradireita”, diz Kakay.

Fonte: soberania em debate

Vereadores prestam homenagem ao presidente Wolney França

Na manhã desta quarta-feira (15), o vereador Wolney França, presidente da Câmara de Parnamirim, foi homenageado pela vitória por aclamação na eleição da Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte (Fecam/RN). O vereador recebeu uma moção de aplausos proposta por parlamentares da Casa Legislativa.

“Me sinto muito honrado com essa homenagem dos colegas. É um prazer poder contar com o apoio de todos em mais essa etapa”, declarou.

Irapõa já pegou o abadá de Álvaro e no bloco da sucessão ele é o escolhido

Quem pensar que Álvaro, só ver o fantasma no carnaval da sucessão, está totalmente enganado. Álvaro está trabalhando com força para eleger o seu sucessor.

E no cordão do
bloco “Se Parar eu Caio” quem ficou na pipoca foi o fantasminha camarada, pois todos comentaram quando Álvaro passou circulando em Petrópolis ao lado do seu homem de confiança Irapõa Nóbrega.

Irapõa é querido pelo povo e uma pessoa da extrema confiança de Álvaro Dias e já deixou claro que só será candidato, caso o chefe do executivo entenda que essa seja a melhor opção para fortalecer o seu grupo político.

Pois não se engane, a candidatura em 2024 de Irapõa Nóbrega
segue firme e forte, principalmente depois dessa sinalização do prefeito Álvaro Dias. Os blocos já estão se organizando para desfilar no carnaval de 2024. Resta saber quem ficará na pipoca, pois Irapõa Nóbrega já pegou o seu abadá e circulou primeiro de ladinho com Álvaro Dias.

 

DEMOCRACIA EM PAUTA: ANTÔNIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, “KAKAY”, FALA SOBRE OS ATOS GOLPISTAS DE 8 DE JANEIRO

As eleições presidenciais de 2022 evidenciaram uma polarização política e ideológica que ganhou força nos últimos 4 anos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O discurso maniqueísta do ” nós contra eles”   proferido em diversas ocasiões pelo ex-mandatário do executivo brasileiro criou na mente de seus seguidores uma realidade paralela.

Diante da derrota, o sentimento antidemocrático alimentado por Bolsonaro chegou ao seu ápice no dia 08 de janeiro de 2023, quando seus seguidores instigados por ideias golpistas depredaram as sedes dos poderes executivo,legislativo e judiciário. Diante do caos dos atentados fascistas, o presidente Lula Inácio Lula da Silva brilhou mais alto em sua rápida contraofensiva em defesa da democracia. Essa é a opinião do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay.

Em conversa com o portal ATLANTICO, o jurista compartilhou suas opiniões sobre os atos golpistas e o que se pode esperar do Brasil com o novo governo Lula e seus desafios.

O que podem os atos terroristas de 08 de janeiro e o resultado acirrado das eleições de 2022  nos ensinar sobre a atual situação da democracia brasileira ? 

Os atos ocorridos no dia 8 de janeiro foram muito significativos. Existe uma tradição em países civilizados de que nos 100 primeiros dias de governo há uma certa tranquilidade vindo da própria oposição e da sociedade como um todo. A imprensa, por sua vez, entende que há um momento de “respiro” e de aguardar os primeiros movimentos da nova administração para somente aí começar seu trabalho de olhar crítico. O governo Lula viveu em 8 dias o que muitas outras gestões não suportariam mesmo depois de consolidadas. Destaco aqui duas situações marcantes: A primeira é quando no ato de sua posse o presidente Lula convida cidadãos brasileiros que retratam as parcelas mais excluídas da sociedade para subir a rampa ao lado dele. É como se a partir dali o Brasil tivesse tomado posse de si próprio. E depois, quando no dia 8 houve aquela tentativa de golpe, de ruptura com o processo institucional e democrático, o Lula reagiu como um grande estadista. Ele regressou a Brasília por estar em um compromisso fora da capital, se dirigiu até a sede do Supremo Tribunal Federal que foi depredado de uma forma covarde  e alí, diante da ministra Rosa Weber e demais ministros, realizou uma homenagem à democracia e ao poder judiciário. A  tentativa golpista foi uma ideia que Bolsonaro alimentou durante toda sua gestão ao sugerir ataques ao STF e ao poder judiciário. A reunião do dia 9 de janeiro foi extremamente importante por estarem presentes os representantes dos 27 estados e do Distrito Federal, os ministros do STF, ministros de Estado, presidentes do Congresso  Nacional e do Senado Federal e o presidente da Câmara dos Deputados. Foi um momento essencial pelo fato de todos os presentes no encontro se mostrarem contrários aos atos golpistas e, ao fim da reunião,caminharem juntos do Palácio da Alvorada em direção ao Supremo Tribunal Federal. Aquilo foi, para mim, a concretização de que a democracia brasileira resistiu e as instituições estão sólidas para fazer frente ao fascimo que ainda está latente na sociedade.

“O governo Lula viveu em 8 dias o que muitas outras gestões não suportariam mesmo depois de consolidadas

Paralelamente aos atos terroristas, testemunhamos também os acampamentos Brasil afora em frente aos quartéis. O senhor acredita que esteja havendo algum tipo de histeria coletiva em nossa sociedade ? 

Eu não diria que houve uma histeria coletiva. O Bolsonaro se elegeu em cima do uso de um discurso fascista, inserido em um período onde houve o fortalecimento da ultra-direita em nível global. É impressionante o que esse governo fascista conseguiu desestruturar em 4 anos de administração. Ele fez isso com a cultura, a arte, as ciências, a saúde, a educação e tantas outras áreas mais. Então, sem sombra de dúvida, esse apelo populista fascista cria raízes em todas as pessoas que não conseguem fazer uma análise conjuntural do momento grave pelo qual estávamos passando. Claro que a sociedade brasileira não chega a ter nem 50% de fascistas reais porque isso seria um quadro irreversível , mas há uma grande parte da população que participa de algo parecido com uma seita. O bolsonarismo se tornou uma espécie de seita. Por outro lado, há esperança. O fato de que o  Datafolha mostrou em pesquisa que 93% dos brasileiros se posicionam contrários aos atos golpistas e a posse de Lula pregando a unidade popular dão esperança de que o bolsonarismo irá se dissipar.

O senhor defende a ideia de que uma pacificação no país exige primeiro a punição de todos os envolvidos nos ataques golpistas, incluindo prisões e outras sanções cabíveis ?

Eu tenho escrito muito sobre isso. Na minha opinião, o Brasil pós ditadura errou muito na redemocratização quando concedeu  anistia aos torturadores e terroristas sem levá-los a uma responsabilização. Ali, foi gestado o “verme” bolsonarista. Inclusive, o Bolsonaro foi expulso do exército por praticar atos terroristas . Ele é um homem que passou sua vida pregando a tortura, a morte, a violência e o ódio. Eu penso que todas essas ações dele ,enquanto presidente por 4 anos  e instigando a ruptura nacional, falando em invadir o STF e fechar o Congresso Nacional, precisam ser enfrentadas. A sociedade somente terá paz caso todos aqueles que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro sejam punidos com o rigor da lei. É claro que reação imediata foi impressionante: 1500 presos dos quais pelo menos 922 tiveram prisão preventiva decretada posteriormente. Mas até o momento foram presos na condição de terroristas, e vale lembrar que o adjetivo “terrorista” é um termo técnico, embora não possamos usar a Lei do Terrorismo de 2016 pelo fato do direito penal ser muito restrito. Então eu entendo como necessária a investigação dos fatos como já está sendo realizada. Recentemente foi feita uma operação de lesa-pátria  cujo resultado foram 4 militares processados com busca e apreensão e a prisão de um ex-ministro. Entretanto, é lógico que precisamos chegar aos financiadores. As estruturas dos acampamentos eram caríssimas, um fato constatado pelo relatório do próprio  interventor. Então descobrir quem são os financiadores é fundamental. E depois, mas não menos importante, os militares. Nós temos militares de alta patente que fomentaram o golpe. Isso é claro para mim. Tão importante quanto achar os financiadores e os possíveis militares envolvidos, é chegar naquele que criou toda a base de ideias que culminaram nos atos golpistas. Essa pessoa é o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A sociedade somente terá paz caso todos aqueles que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro sejam punidos com o rigor da lei

Que desafios o presidente Lula pode enfrentar diante de uma oposição que é em parte herdeira de ideias conservadoras, antidemocráticas de Jair Bolsonaro?

Eu acredito que o desafio do presidente Lula é enorme, mas ele possui a habilidade necessária para governar. Tendo uma “herança maldita” sem tirar o peso da palavra é o que ele recebeu. Foi feita uma desestruturação muito grande em praticamente todas as áreas e foi eleito um congresso mais conservador. Tanto é que o presidente precisou criar uma frente ampla para governar. São 37 ministérios comandados por partidos muito distintos. Inclusive, quando o recebi em minha casa no dia 12 de dezembro, para fazer um brinde em homenagem a futura diplomação, o presidente fez um discurso no qual ele afirma que nunca pensou que seria candidato à presidência mais uma vez e que assim o fez por entender que ele seria a única pessoa capaz de derrotar nas urnas o projeto fascista de Bolsonaro. O que se revelou verdade. Mas acredito na experiência dele para tomar os rumos mais sensatos. Acredito que o momento agora é de união para isolar a extrema direita e reconstruir o país.

Após um longo período em que os poderes legislativo e judiciário foram sistematicamente atacados, o senhor acha que com a nova administração esses ataques tendem ao arrefecimento ou eles continuarão enquanto existir um pensamento coletivo alinhado à extrema-direita ?

Eu acho, com certeza absoluta que a tendência é arrefecer. O sistema presidencialista no Brasil é muito forte. Acho, inclusive, muito simbólico. Porque se você tem um presidente que, diariamente, insulta os 3 poderes, fala em fechar o congresso nacional,   o Supremo Tribunal Federal e ataca pessoalmente de forma covarde os ministros do STF, no mínimo cria uma instabilidade inacreditável.  O que na verdade aconteceu foi que Bolsonaro, usando de força do poder executivo, cooptou parte do poder legislativo através de manobras como o orçamento secreto. Então o Congresso Nacional, ou a maioria de sua composição,  faltou com o Brasil de certa forma. Em momentos mais dramáticos boa parte do Congresso não cumpriu com o papel institucional que lhe cabe. Então nós tivemos um Supremo Tribunal Federal e um poder judiciário como todo, fazendo uma resistência democrática. Claro que a história fará justiça, mas devemos ter a absoluta certeza de que só foi possível manter um grau de estabilidade e o Estado Democrático de Direito por causa da forma com que os ministros do Supremo Tribunal Eleitoral agiram. A tendência natural é que haja um arrefecimento porque umas das primeiras providências do Lula ainda antes de tomar posse foi visitar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Essa é a harmonia que deve existir. Agora, há um poder executivo sério e democrático, que respeita os demais poderes e é chegada a hora do poder judiciário voltar a ter uma participação menos ativa. O judiciário é um poder “inerte”. Naquele momento em que ele precisou agir para manter as instituições democráticas, ele agiu. Agora eu espero que cada poder volte a exercer suas funções dentro de seus respectivos limites, respeitando os demais.

” Devemos ter a absoluta certeza de que só foi possível manter um grau de estabilidade e o Estado Democrático de Direito por causa da forma com que os ministros do Supremo Tribunal Eleitoral agiram “

É de conhecimento geral os prejuízos causados à sociedade e ao regime democrático pela propagação defake news. Para o senhor, é possível que haja, tal como o Marco Civil da Internet, uma jurisdição similar para os aplicativos de mensagens e similares de forma a combater as notícias falsas ?

Essa questão das fake news é hoje um desafio internacional. Não é uma tarefa fácil fazer frente às notícias falsas, mas com certeza é um esforço coletivo e global. Há um livro chamado ” Os Engenheiros do Caos” que tenta explicar como líderes da estirpe de Bolsonaro e Trump usam das notícias falsas para conseguir chegar ao poder. O livro explica como a extrema direita usa das fake news para conseguir o que querem. O fato de ser difícil de combater essa realidade é que estamos lidando com grupos de pessoas sem qualquer limite ético. Apenas visam o poder pelo poder e espalham absurdos como a mensagem da distribuição do “kit gay”. Uma pesquisa feita na época em que o Haddad foi candidato à presidência mostrou que 83% das pessoas entrevistadas acreditavam na história do kit gay. É um absurdo.

Mudando um pouco a direção de nossa conversa, me refiro agora à pauta ambiental e dos povos originários. Do ponto de vista criminal, quem deve responder pelo estado de calamidade do povo yanomami e quais os crimes que podem ser identificados até agora ?

Eu talvez tenha sido um dos primeiros a enquadrar Bolsonaro como um genocida em sua linha de expressão exata do termo e que ele pudesse ser levado aos tribunais internacionais. Em relação povo Yanomami,  é um caso clássico de genocídio. Na época do enfrentamento à pandemia, houveram muitas discussões técnicas das quais participei  onde se chegava a um consenso de que Bolsonaro podia ser culpado omissão e pelas mortes dos 200 mil brasileiros mortos até aquele momento, mas que ele ainda não poderia ser enquadrado como genocida. Outro ponto a se levar em consideração é que em 1998, enquanto deputado, Bolsonaro sugeriu um projeto de lei que visava destruir a reserva dos Yanomami. Uma verdadeira covardia. Diversas vezes antes e durante a campanha presidencial de 2018 , Bolsonaro afirmou que caso chegasse à presidência, não daria um palmo de terra para nenhum indígena e que, se necessário fosse, as minorias seriam exterminadas para que a maioria pudesse governar. Declarações e ações muito cruéis. Além disso, existem outros elementos que precisam ser apurados. O próprio ex-ministro da justiça Sérgio Moro precisa ser examinado nesse processo que apura o genocídio. Porque ele, quando da qualidade de ministro da justiça, desestruturou a FUNAI com o objetivo cristalino de facilitar os garimpos, grileiros e pescadores ilegais da Amazônia. Eles acabaram com todo o trabalho que a FUNAI desenvolveu. Logo, ele deverá também ser investigado por um processo de genocídio. Há, inclusive fortes indícios de que os ambientalistas Phillip e Bruno Pereira foram mortos pelo líder da pescaria ilegal daquela região. Foi um genocídio para ocupar a terra. A ex-ministra e atual senadora Damares Alves também deve ser investigada nesta matéria. Enquanto ministra, ela deixou de responder 21 ofícios que poderiam  ter salvo parte do povo Yanomami.

Gostaria de sua análise sobre a importância geopolítico estratégica do Brasil. Como o presidente Lula pode recuperar o prestígio e protagonismo brasileiro no cenário internacional,notadamente após o estrago causado pela política isolacionista adotada por Jair Bolsonaro?

Em novembro de 2022 eu estava em Lisboa dando uma palestra quando o presidente Lula me convidou para uma cerimônia na Universidade de Sorbonne, Paris. Lula, naquele momento, representava uma candidatura comum , mas é preciso levar em conta toda a trajetória dele de ter sido preso por 580 dias e ter uma boa parte da imprensa atacando ele sem descanso. O que me deixou impressionado e até emocionado foi a forma como ele foi recebido por professores, acadêmicos, alunos e autoridades francesas. Ou seja, a simples presença dele enquanto candidato à presidência já foi algo marcante e a importância que a imprensa francesa deu a ele naquela época também. Lula chegou inclusive a ser recebido pelo presidente Emmanuel Macron no Palácio Élysée com honrarias de presidente de Estado. Bolsonaro ainda era presidente do Brasil, mas não tinha nenhuma relação diplomática com a França. O ex-presidente cometeu uma terrível gafe ao proferir palavras machistas e misóginas para com a primeira-dama francesa. A situação envergonhou a nação brasileira. Lula, por outro lado, trouxe um olhar mais positivo em relação  ao Brasil.  E quando Lula venceu as eleições, a forma pela qual o Brasil passou a ser tratado mudou completamente. Até dois dias depois da vitória, a Noruega, por exemplo, liberou um fundo destinado à Amazônia que até então estava bloqueado por falta de confiança em Bolsonaro. Em seus primeiros 30 dias de governo, Lula já tinha visitado a Argentina e os Estados Unidos, conversando com o presidente Joe Biden. O presidente Lula representa a esperança de resgatar o prestígio que o Brasil já possuiu perante a comunidade internacional.

“O presidente Lula representa a esperança de resgatar o prestígio que o Brasil já possuiu perante a comunidade internacional ”

O Fórum Brasil África 2023 reunirá  líderes africanos e de outras regiões para discutir ações de reaproximação com o Brasil. Que mensagem esperar do presidente Lula para oportunizar iniciativas de cooperação e parcerias com o continente africano ?

Os primeiros governos do Lula priorizaram muito o continente africano. Foram abertas muitas embaixadas na África, as quais o presidente viajava para visitar toda vez que possível. Lula estabeleceu relações bilaterais com inúmeros países africanos em diversas frentes.  Depois da posse, o presidente foi deixando claro as direções que o governo iria tomar e enfatizou uma reaproximação vigorosa com o continente africano. Esse aceno e vontade de voltar a ter laços fortes com  a África são importantes porque Bolsonaro tinha uma certa repulsa pelo continente, o que é uma realidade fácil de constatar. Agora com Lula retornando, tendo a experiência de duas gestões anteriores que geraram excelentes resultados com a África, não há dúvidas de que as relações tendem a melhorar. Acredito que o Fórum Brasil África 2023 trará debates muito ricos e relevantes para as rodas de conversas.

Fonte: atlântico

TSE aprova fusão entre o Solidariedade e o PROS

Foto: Divulgação/TSE

Por decisão unânime, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) homologou nesta terça-feira (14) a fusão entre o PROS e Solidariedade. A união entre os dois partidos havia sido acertada em convenção realizada em outubro do ano passado.

As siglas não atingiram a cláusula de desempenho no último pleito, condição necessária para acesso a recursos do fundo partidário e tempo de propaganda em rádio e TV.

Com a fusão, o nome Solidariedade foi mantido, bem como o número da legenda – 77.

Juntas as duas siglas terão oito deputados federais no Congresso.

Fonte: O Antagonista

NOTA

Por meio de uma decisão conjunta, na qual foram considerados os posicionamentos da Caern, Igarn, setor de Geologia da UFRN, Idema e demais órgãos, a Prefeitura de Parnamirim determinou o aterramento do Lago azul, no bairro de Nova Esperança.

De acordo com os órgãos com expertise para a análise da água e do solo, a decisão foi tomada levando em consideração que, depois da mudança de coloração, de azul para verde, e da análise em laboratório, a água apresentou considerável contaminação, o que coloca em risco a integridade do lençol freático.

Além da questão ambiental, a área é um canteiro de obras, portanto o acesso não é permitido, muito menos o banho na lâmina d’água. Mesmo com o isolamento da área e os constantes avisos, alguns curiosos ainda insistem em adentrar ao local, o que é considerado um risco.

O aterramento também vai garantir a integridade da Avenida João Paulo II, que margeia o local. A Prefeitura de Parnamirim vai aterrar o local para evitar maiores problemas, no entanto o planejamento para a implantação de uma área turística seguirá normalmente.