“Jamais tivemos conhecimento”, diz trio de acionistas sobre rombo na Americanas

Os três fundadores da 3G Capital — Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles —, acionistas de referência da Americanas, finalmente se manifestaram e divulgaram na noite deste domingo (22) uma nota dizendo que desconheciam “quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia”.

 

No texto da nota, os acionistas dizem lamentarprofundamente” as perdas dos investidores e credores. Afirmaram ainda que os três também foram “alcançados por prejuízos”.

 

O trio cita também a multinacional de auditoria e consultoria PwC, que em 2022 aprovou as demonstrações financeiras daAmericanas: Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade”.

 

“Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto”, acrescenta.

“Abaixo, a íntegra da nota pública: No dia 11 de janeiro de 2023, por meio de “fato relevante”, a Americanas S.A. tornou pública a existência de significativas inconsistências em sua contabilidade. Desde então, sempre com transparência e imediatismo, vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa. Usamos dessa mesma clareza para esclarecer de modo categórico e a bem da verdade que:

1) Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.

2) A Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada.

3) Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.

4) Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto.

5) O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.

6) Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias.

7) Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.

8) Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores. Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Geraldo Samor Governança corporativa.”

Fonte: o antagonista

O nível do policial

Vou tratar hoje de dois assuntos controversos nas letras. A questão do gênero ou da tipologia da literatura, que é bastante controversa. Grandes obras normalmente não se conformam às regras do gênero; e muitos críticos literários sequer reconhecem a existência desse conceito (de gênero da literatura). Eu acho que essa classificação é possível. Reconheço que uma das minhas literaturas preferidas, a literatura policial ou detetivesca, como literatura de massa, é um gênero bem definido. E aqui eu chego à segunda controvérsia, na qual me deterei amiúde: a literatura de massa, popular, como a dos romances policiais, pode ser uma “alta” literatura?

Houve um tempo em que a divisão entre “alta” e “baixa” literatura era visível ou ao menos reconhecida/propagada pelos entendidos do assunto. Como registra Miklós Szabolcsi (em “Literatura universal do século XX: principais correntes”, Editora Universidade de Brasília, 1990), é “possível traçar uma linha divisória entre as duas espécies de literatura, com base em diversos pontos de vista, sejam os da sociologia da literatura ou da estética, sejam os referentes às diferenças de função. O comum mesmo é citar, a título de fundamentação, as narrativas reiterativas, de produção fácil e compostas por módulos já prontos, que têm o poder de emocionar e horrorizar com facilidade e são caracterizadas pela trivialidade do texto. Pode acrescentar-se, no entanto, a possibilidade de recepção rápida, a compreensão sem dificuldades e, finalmente, determinados procedimentos ligados à difusão e à produção. Mas são critérios incertos e discutíveis. (…) O fato é que as pegadas das obras arroladas nesse gênero podem ser acompanhadas a partir do século XVIII. A evidente divisão da literatura ‘alta’ e ‘baixa’ ou ‘trivial’ consolida-se no final do século XIX, simultaneamente com o fato que é sua causa: a ‘alta’ literatura vai se tornando excludente, em face das dificuldades que oferece para a compreensão.

Todavia, sobretudo a partir do começo do século XX, os territórios da “alta” e da “baixa” literatura se expandiram causando uma mistura entre os seus conjuntos. Como explica Szabolcsi, “de um lado, porque a vanguarda destrói os limites estabelecidos entre a arte ‘elevada’ (de elite) e a ‘inferior’ (popular), de outro, porque, em função de causas técnicas e comerciais, cresce o número de obras culturais modernas que, empregando as conquistas da literatura ‘superior’ e assimilando-lhe a cosmovisão e as técnicas, passam a prometer leitura rápida e leve, diversão e esquecimento. O best seller, o êxito de livraria, não é simplesmente uma leitura soporífera e dissuasiva. Frequentemente, representa correntes formativas e excitantes, que conquistam grande parcela de leitores-consumidores”. Já tratei até desse tema e citei Graham Greene, Morris West e John Le Carré, escrevendo aventuras, thrillers, policiais ou romances de espionagem, como perfeitos casos de bestsellers querealmente escreviam bem.

O que dizer da qualidade dos precursores do romance policial? De Edgar Allan Poe, por exemplo, “com sua reconstrução intelectual dos crimes? Na verdade, depois de outros precursores do século XIX, como Émile Gaboriau e Maurice Leblanc, a leitura do policial assiste “ao surgimento de clássicos como Conan Doyle e Edgar Wallace e, a partir dos anos 30, com Agatha Christie e Georges Simenon. Tornam-se parte integrante da literatura, em face das exigências de um amplo círculo de leitores, que deseja a sobrevivência do romantismo dos bandidos e mostra-se ávido da investigação e das emoções da adivinhação dos enigmas. Tanto é verdade que, a seguir, instalam-se profundamente na estrutura literária, a ponto de obras ‘elevadaspassarem a fazer uso dos recursos e das máscaras do romance policial. Primeiro, com G.K. Chesterton; depois, com Grahan Greene, Friedrich Dürrenmatt, Max Frisch e o nouveau roman francês, a ponto de diluir, aqui também, as fronteiras entre os dois estilos”. E podemos citar outras referências do século XX, como Dashiel Hammett e Raymand Chandler, suprassumos do policial noir, ou Erle Stanley Gardner, que nos o tipo jurídico do advogado-detetive, com o seu Perry Mason. E por aí vai.

Na verdade, para mim, não existe uma barreira intransponível à literatura de massas, em especial à literatura policial/detetivesca, ao país da “alta” literatura. Desconfio de Tzvetan Todorov quando afirma (em “Poética da Prosa”, Martins Fontes, 2003): “quem quiser ‘embelezar’ o romance policial, faz ‘literatura’ e não romance policial. Acredito que faz os dois. E dou como exemplo definitivo Umberto Eco. Alguém vai me dizer que “O nome da rosa” (1980) não é altíssima literatura detetivesca?

 

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República

Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

Dr. Edivaldo Nascimento recebe o prêmio de médico do ano em Nízia Floresta

O médico Edivaldo Nascimento, seguiu o caminho dos estudos  e tornou-se um verdadeiro sucesso profissional. Seu Tião como é carinhosamente conhecido o seu pai, criou formas de educar os filhos e sonhou alto para realidade de muitos garotos da comunidade, seguido os bons conselhos dos seus pais, Dr. Edivaldo venceu e hoje é médico. Em noite festiva, Dr. Edivaldo Nascimento recebe o seu prêmio como um dos destaques na sua profissão na cidade Nísia Floresta. A eleição foi através de uma enquete pela internet, promovida pela A2 Marketing. Dr. Edivaldo acredita que essa vitória, é o reconhecimento da população da cidade pelo seu trabalho e sua luta diária em defesa da população mais carente. Que venham mais vitórias, para esse homem que é um amigo fiel e um cidadão leal aos seus princípios e origens.

Partido que apoia Lula lança candidatura para presidência da câmara contra Lira

Partido que apoia Lula lança candidatura para presidência da câmara contra Lira
O Psol decidiu lançar o deputado Chico Alencar (RJ) para disputar a Presidência da Câmara dos Deputados contra o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A informação foi confirmada por Alencar neste sábado (21.jan.2023) em sua conta no Twitter.

Alencar afirmou que sua candidatura é para “marcar posição”. Não há expectativa real de vencer Lira, favorito na disputa.

O deputado do PSOL afirmou que a reeleição de Lira serviria de “escudo para Bolsonaro no Legislativo”. Ao Globo, Alencar acrescentou que a vitória do candidato do PP também seria uma “chantagem permanente sobre Lula”.

Arthur Lira busca uma vitória com margem ampla para garantir controle de pautas e nomeações na Câmara. Tem conversas marcadas na próxima semana com deputados do Sul e do Sudeste. Ele já conseguiu apoio do Lula e do PT para sua reeleição.

A eleição está marcada para 1º de fevereiro. Para ser eleito em 1º turno, o candidato precisa de pelo menos 257 dos 513 votos.

Fonte: Poder 360.

Demissão de Arruda pega militares de surpresa; Estado de saúde não motivou a decisão

Demissão de Arruda pega militares de surpresa; Estado de saúde não motivou a decisão

Imagem: Ricardo Stuckert/PR.

A exoneração do general Júlio César de Arruda do comando do Exército pegou militares surpresa. Oficiais da cúpula da Força tomaram conhecimento da notícia pela imprensa.

Ontem, o comandante havia participado de uma reunião com o presidente Lula e os comandantes da Aeronáutica e da Marinha em um encontro que foi descrito pelo ministro da Defesa, José Múcio, também presente, como uma “reunião de trabalho”. Segundo Múcio, o evento, originalmente previsto para ocorrer no final de janeiro, havia sido antecipado com a finalidade de dissipar as tensões entre o governo e as Forças Armadas, agravadas desde os episódios de 8 de janeiro.

Na verdade, a reunião entre Lula e os comandantes das Forças Armadas foi antecipada em função do estado de saúde do general Arruda, que tem uma cirurgia marcada para segunda-feira em São Paulo. Antes da exoneração, o militar planejava ficar ao menos dez dias afastado do comando do Exército para se recuperar da intervenção e dar seguimento ao tratamento. O ministro da Defesa e o Palácio do Planalto estavam cientes das condições de saúde do comandante — que não têm qualquer relação com a sua substituição.

Fonte: UOL/Thaís Oyama.

As sessões ordinárias da Câmara Municipal de Parnamirim têm novos dias e horários

Agora, as sessões ordinárias serão realizadas todas as terças, quartas e quintas-feiras, a partir das 9h, no Plenário Dr. Mário Medeiros. Até ano passado, as sessões ocorriam de segunda a quarta-feira, a partir das 10h.

Essa alteração consta na Resolução nº 27/2022, da Mesa Diretora, e já está em vigor. As atividades legislativas da Casa irão retornar em 2 de fevereiro.
Os cidadãos poderão acompanhar as sessões por meio do Youtube e do Facebook da Câmara.

A hora é esta!

Lula desce a rampa do Planalto junto com governadores e representantes dos Poderes em caminhada rumo ao STF, um dia depois dos prédios serem depredados por extremistas de direita

O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.”
–Mário Quintana

Hoje, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa 20 dias com cara de, pelo menos, 2 anos. Só 8 dias depois de uma posse com inédito simbolismo, na qual o presidente teve a grandeza de dividir a subida da rampa com representantes dos brasileiros “invisíveis”, mas que verdadeiramente representam o Brasil real, enfrentamos uma tentativa de golpe de Estado com a ocupação violenta e brutal das sedes dos Três Poderes.

As instituições reagiram à altura da gravidade do momento e, no dia seguinte, Lula proporcionou ao mundo outro gesto emblemático: a descida da rampa junto com a presidente do Supremo e outros ministros da Corte, com os presidentes da Câmara e Senado, com todos os governadores, além de vários ministros de Estado, seguida da caminhada até o prédio do Supremo Tribunal Federal, que havia sido covardemente depredado.

E, numa necessária medida de contenção da fúria golpista, foram mais de 1.500 prisões em flagrante, várias prisões cautelares nos dias subsequentes, buscas e apreensões, desocupação dos acampamentos em frente aos quartéis e bloqueio de contas correntes de financiadores do golpe. Enfim, o governo está fazendo a reação essencial para preservar o Estado Democrático de Direito e afastar a hipótese de ruptura institucional. Afinal, como nos ensina Mia Couto:

“Não é segurando nas asas que se ajuda um pássaro a voar”.

No dia da diplomação, Lula fez um discurso em minha casa repleto de relevantes significados. Afirmou que só aceitou ser candidato por ter a certeza de que ele era o único capaz de derrotar o fascismo. Com profundo conhecimento histórico e do momento pelo qual passa o Brasil, ele fez a análise correta e tirou o país das garras afiadas do terror e da barbárie. O Brasil e o mundo reconhecem a dimensão da vitória da civilização.

Ocorre que, 20 dias depois da posse, outro enfrentamento histórico se faz urgente. E com a mesma dimensão do 1º, que foi o de começar a derrotar os bárbaros.

Temos todos a mais firme certeza de que só Lula daria esse passo fundamental e imprescindível, o de ganhar as eleições contra um presidente inescrupuloso em exercício, que tinha apoio de boa parte do Congresso Nacional e da podre elite brasileira. Além do uso criminoso do dinheiro público para manter o regime de benesses e de horror. Sem a vitória, que devemos ao Lula e à frente que ele costurou e dirigiu, nós estaríamos no fundo do abismo, com a destruição de todas as conquistas civilizatórias. Em poucos dias de governo, já podemos verificar os enormes avanços nas mais variadas áreas.

O país volta a respirar ares democráticos. As primeiras medidas anunciadas na saúde, na educação, na cultura e nos direitos humanos nos dão segurança de que voltamos a colocar o Brasil no trilho do progresso e da paz social. Porém, os últimos acontecimentos precipitam uma discussão que deveria se dar depois da consolidação do governo. Entretanto, o que distingue um governante de um estadista é ser mais do que contemporâneo ao seu tempo, é saber ousar e fazer a hora.

Tenho repetido que o Brasil errou na redemocratização ao não punir os torturadores e assassinos. E, parece-me óbvio, só pacificaremos o país se, neste momento, enfrentarmos os nossos fantasmas e responsabilizarmos todos os que tramaram contra a democracia e optaram pela ruptura constitucional. Civis e militares. Sem perseguir, mas sem proteger. A Constituição é única e serve para todos, eis a tônica que demonstra a maturidade democrática de uma nação.

Essa será uma decisão que passa pela coragem e visão histórica do presidente da República, pois é assim no sistema presidencialista. Com certeza, a grande maioria dos ministros não vai querer tal embate, que definirá se vamos entrar realmente no rol dos países civilizados ou se continuaremos na periferia. Vários deles defenderão que existe um Brasil a ser reconstruído e que a responsabilização dos militares poderá dificultar o processo.

É digna de admiração e respeito a preocupação em tirar o país do caos e do precipício que o Bolsonaro nos impingiu. Mas, se não enfrentarmos os nossos nós, em todas as dimensões, muito provavelmente voltaremos ao fantasma da barbárie em pouco tempo.

A hora é esta! O desafio mais difícil era o de o Lula vencer o fascismo nas urnas, em uma eleição quase impossível. A vitória nos deu a musculatura para sonharmos com um Brasil livre e democrático. E o golpe tentado em apenas 8 dias de governo deixou claro que não podemos dormir com o inimigo.

Os golpistas, militares ou civis, são solertes e inconfiáveis. Têm no DNA o germe da traição e da covardia. São dissimulados e perigosos. Ou fazemos agora o enfrentamento necessário, ou iremos arrumar a casa e fazer as reformas necessárias para que o fascismo assuma outra vez, em breve, como inquilino. A hora é esta e pode não ser simples, mas, mais uma vez, dependemos da liderança do presidente Lula.

Fazendo uma homenagem ao querido Geraldo Vandré e à nossa turma de 68, sem parecer provocação: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

 

Fonte: poder 360