Serei obrigado a prendê-lo


A experiência nos ensina que nunca devemos nos manifestar sobre processos sigilosos e, muito menos, sobre delações que, embora homologadas, ainda não se tornaram públicas. Mas, nesta semana, o país viveu momentos de verdadeiro enredo de filme. Não se sabe ainda se de terror, de ação, de chanchada ou de comédia.

Parte do que está vazando dos depoimentos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, demonstra o quanto o Supremo Tribunal Federal esteve, e está, certo ao fazer o enfrentamento direto, frontal, técnico e dentro dos limites da Constituição, dos golpistas que tentaram subverter a ordem constitucional e instalar uma ditadura no Brasil.

A revelação de que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, concordou em dar o aval ao golpe proposto pelo então presidente da República, só perde em impacto para a resposta do então comandante do Exército, general Freire Gomes, ao ser indagado pelo fascista Bolsonaro. O general, altivo e amparado na Constituição, teria dito ao golpista Bolsonaro, ao negar apoio ao golpe: “Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”.

Há muito tempo, tenho dito que o ex-presidente só não virou um ditador, desses sanguinolentos e cruéis, por não ter o respeito da elite das Forças Armadas brasileiras. O ex-presidente Geisel, que foi ditador de 1974 a 1979, disse em uma entrevista, em 1993, durante o governo Itamar Franco, que o Bolsonaro era “um mau militar e que pedia a volta da ditadura”, ressaltando que “ele é um caso completamente fora do normal”. Tenho afirmado que é um tipo desqualificado e que tem como líder o facínora do Brilhante Ustra, um torturador covarde e cruel.

Bolsonaro nunca honrou a farda que vestiu. Exatamente o destempero e a fragilidade intelectual fizeram com que o comandante-em-chefe das Forças Armadas não exercesse, de fato, o poder sobre a maioria dos militares brasileiros. É necessário ressaltar e reconhecer que, neste momento histórico, ao lado das instituições democráticas, do Judiciário e de parte do Congresso Nacional, os militares brasileiros dignificaram a farda e cumpriram o dever constitucional de respeitar a democracia e de manter a institucionalidade. Como disse Ferreira Gullar:

Há muitas armadilhas no mundo e é preciso quebrá-las”.

É importante fazer essa reflexão com maturidade no delicado período pelo qual ainda passa o país. As instituições se mostraram fortes e a sociedade deu sinais claros de que a ordem é manter o Estado Democrático de Direito.

Foi relevante a afirmação categórica do ministro da Defesa, José Múcio, em (25.set.2023), no sentido de “que não há absolutamente nenhum constrangimento” com a convocação de integrantes das Forças Armadas para prestar depoimento na CPI do “8 de Janeiro”. Tal declaração se deu depois de reunião na sede do ministério com os comandantes das Forças. O ministro ainda salientou que existe “um espírito de colaboração” e que “as Forças Armadas necessitam que absolutamente tudo seja esclarecido”, completando que “os culpados sejam punidos”.

É claro que boa parte dos intelectuais e da esquerda brasileira vai reclamar dizendo que essas falas são óbvias e, portanto, desnecessárias. Pois eu, confesso, adorei ouvir essas “obviedades” sobre a normalidade democrática. Sobre o respeito à independência dos Poderes e sobre o reconhecimento de que as decisões do Judiciário serão cumpridas.

Claro que é o óbvio. Mas estávamos acostumados com um chefe de Poder fascista e provocador que se especializou em atacar, de maneira vil e banal, os Poderes constituídos. Deixem-me achar bom que a racionalidade tenha voltado e, penso, não é demais exaltá-la.

Até porque, com a condenação dos executores da tentativa de golpe a penas que chegam a 17 anos, parece evidente que os financiadores, os políticos, os militares e os maiores beneficiários –inclusive Bolsonaro– terão, muito em breve, punições maiores. Esse é o atual teste da nossa democracia, que está se fortalecendo com o julgamento histórico dos responsáveis pelo Dia da Infâmia. A sociedade brasileira e o mundo civilizado esperam, ansiosos, pelos próximos capítulos dessa trama, que se desenrola com o acompanhamento carinhoso de todos os passos.

É como se fôssemos tirando, aos poucos, mas com firmeza, as vendas que nos cegavam, as amarras que nos manietavam e o lenço que apertava a garganta e não permitia o ar entrar. Ao sairmos desse círculo de giz invisível que nos sufocava, a gente volta a sorrir e a sonhar.

Nessa hora de resistência, ainda cuidadosa, é muito bom ouvir que a democracia está prestigiada. Por isso, vamos seguir monitorando e participando, cada um a seu modo, pois democracia é isso mesmo: depende de todos nós. Sempre atentos. Como nos ensinou Mário Quintana, no “HaiKai Noturno”:

Aquela última janela acesa.

no casario.

Sou eu…

Fonte: poder 360

Cirandeira Lia de Itamaracá recebe Título de Cidadã Natalense

A cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá recebeu Título de Cidadã Natalense, antes da apresentação que fez no Espaço Cultural Ruy Pereira, Centro Histórico de Natal, nesta terça-feira (26). A honraria foi entregue pela vereadora Brisa Bracchi, mas a autoria do Projeto do Decreto Legislativo que outorgou a cidadania foi da vereadora Nina Souza, que não pôde participar da sessão solene, por estar cumprindo agenda fora da capital potiguar.

“Estou tendo a honra de representar a vereadora Nina neste momento. Subscrevi o PDL e a parabenizei pela propositura. Essa iniciativa é marcante. Lia de Itamaracá é uma mulher negra importantíssima como representação da cultura brasileira e da música nordestina. Ela que já veio tantas vezes a nossa cidade para participar de tantos momentos históricos de Natal”, comentou a vereadora Brisa, que é presidente da Frente Parlamentar de Cultura da CMN.

A apresentação que a cirandeira fez em Natal faz parte da turnê comemorativa de 80 anos de vida e arte dela. “Lia de Itamaracá é representante da cultura brasileira no mais largo sentido. Com projeção Internacional, ela é uma marca da Ciranda no Brasil, gênero musical único, com resquícios afro-indígenas de onde ela é oriunda do ponto de vista étnico. Dentro das políticas afirmativas, ela cumpre um grande papel nesse país e fora dele. Então, é uma honra para a cidade tê-la como cidadã. Eu creio que a propositura da vereadora Nina Souza foi um gol de placa, porque Lia já vem dialogando e fazendo trocas com a cultura local. Lia é de Natal há muito tempo, e agora a Câmara Municipal, num grande gesto, legítima essas trocas culturais imateriais, que Lia já vinha trazendo, já vinha propondo e já vinha impondo voluntariamente para a cidade do Natal”, afirmou o secretário municipal de cultura, Dácio Galvão.

Nascida Maria Madalena Correia do Nascimento, em 12 de janeiro de 1944, na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, desde os 12 anos, participou ativamente das rodas de ciranda. Em 2003, a canção “quem me deu foi Lia”, do compositor Antônio Baracho, consolidou sua trajetória na ciranda brasileira, e hoje ela é considerada a mais célebre cirandeira do Brasil. Dançarina, compositora e cantora, Lia de Itamaracá teve parcerias com grupos e artistas de Natal, sendo a mais expressiva com o músico e compositor Carlos Zens.

Texto: Ilana Albuquerque

Festa do Boi é reconhecida como Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico do RN

Maior exposição agropecuária do Nordeste, a Festa do Boi é também Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico do Rio Grande do Norte. A lei nº 11.549, de autoria do deputado estadual Taveira Júnior, foi sancionada pela governadora Fátima Bezerra e publicada no Diário Oficial do Estado da última quarta-feira, (27).
Divulgação
O evento acontece de 07 a 14 de outubro, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. Para Matheus França, presidente da ANORC, o reconhecimento na 61ª edição da Festa “evidencia a importância da exposição que fortalece não só o agronegócio e a economia, mas também a cultura do RN”, afirmou.
A Festa do Boi conta com extensa programação para o agronegócio, como exposições, leilões e julgamentos de animais e torneios leiteiros, capacitações, oficinas técnicas, artesanato e gastronomia regional. A Arena Cultural – Festa do Boi 61 Anos receberá mais de 30 atrações culturais gratuitas para quem acessar o parque durante a exposição.
A Festa do Boi 2023 é uma realização da ANORC em parceria com o Governo do Estado do RN, Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca, SEBRAE e Prefeitura de Parnamirim. Patrocinam o evento: Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Governo Federal, IDIARN, Agência de Fomento do RN, FAERN SENAR, Assembleia Legislativa do RN, FECOMÉRCIO e Câmara Municipal de Parnamirim.

Mais de 5 mil municípios realizam eleições para conselhos tutelares neste domingo

Foto: MP-MS/Divulgação.

Eleitores dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros e do Distrito Federal vão às urnas neste domingo (1º) para escolher os novos conselheiros tutelares do país.

Os conselhos tutelares são órgãos permanentes, autônomos e zelam pelo direito das crianças e dos adolescentes. Entre outras funções, o Conselho Tutelar é responsável por fiscalizar e monitorar entidades de atendimento infanto-juvenil tanto do poder público, quanto da sociedade civil.

Segundo dados da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Brasil conta atualmente com 6.100 conselhos tutelares espalhados por 5.570 municípios e entidades administrativas. Cada conselho possui 5 membros titulares.

Confira mais detalhes no G1

Câmara Municipal realiza Sessão Solene em homenagem ao Dia do Surdo

A Casa Legislativa de Parnamirim realiza nesta sexta-feira (29), uma Sessão Solene em homenagem ao Dia do Surdo. O evento acontece às 18h, no Plenário Dr. Mário Medeiros. A proposição foi da vereadora Carol Pires (União Brasil) e do presidente da Casa, vereador Wolney França (PSC).

O Dia Nacional do Surdo é comemorado no dia 26 de setembro. Instituído pela Lei nº 11.796/2008, tem como principal objetivo propor a reflexão e o debate sobre os direitos e a luta pela inclusão das pessoas surdas na sociedade.

Serviço

Evento: Sessão Solene;

Data: 29 de setembro (sexta-feira);

Horário: 14h;

Localização: Plenário Dr. Mário Medeiros, Av. Castor Viêira Régis, Cohabinal;

Realização: Câmara de Parnamirim;

Proposição: vereadora Carol Pires e vereador Wolney França.

Fonte: Malu Machado – Ascom/CMP